Mestre em Ciências da Saúde, UnB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador Saúde Pública

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Desde muito cedo despertei o interesse para entender o sentido de “Gigante pela própria natureza” inscrito em nosso belo Hino Nacional Brasileiro. No meu pequeno mundo isso tinha formato de um sonho. Sempre acreditei que o trabalho produziria um Futuro que espelha essa grandeza. Entretanto, não poderíamos esperar “Deitado eternamente em berço esplendido”. Então, me debrucei sobre os livros e outros informes. A história da expansão territorial do Brasil ainda tem sido pouco pesquisada por nossa historiografia, apesar da importância estratégica e atual que reveste a questão. O potencial dos seis Biomas do Brasil nos credencia a produzir alimento para parte significativa dos 195 países do globo. Certo que temos problemas maiúsculos na seara da saúde de nosso povo, saúde primária, saúde regionais, saúde provenientes de epidemias e pandemia novo coronavírus. Nada que planejamentos estratégicos, planos de governo e planos de estado, com boa vontade e união de governantes não possam resolver.

sábado, 30 de dezembro de 2023

Agriculturas alternativas, agricultura regenerativa

 Produção de alimentos e o meio ambiente

Para alimentar 1 bilhão e 200 milhões de pessoas mundo afora o Brasil utiliza 8% da área de seu território para produção agrícola. Para esse mesmo mister da produção agrícola a Argentina utiliza 14%, os EUA 18%, os países europeus acima de 50% de seu território. Vale destacar a França (talvez o país que mais combate nosso agro), com 52% de seu solo utilizados para alimentar seu povo.

Temos solo, condições climáticas favoráveis, suporte de águas superficiais e subsuperficiais, ciência e tecnologia disponíveis (Embrapa e empresas particulares), e muita área degradada para ser inserida no mapa da produção agrícola de alto padrão.

Nosso homem do campo precisa ser integrado às melhores práticas agrícolas para alcançarmos um retorno ambiental/financeiro/tecnológico digno desse povo ordeiro e trabalhador. O que comumente lemos e ouvimos nos órgãos de comunicação da grande mídia, nacional e internacional, o brasileiro taxado de destruidor do meio ambiente. Os indicadores/percentuais afirmam não ser verdadeiro.

Nossas práticas no campo.

Tipos de agriculturas alternativas

Referem-se aos tipos de agricultura que propõem um modelo de produção diverso da agricultura convencional.

O que enfatizam? * O manejo do solo; * as relações biológicas (aquelas entre pragas e seus predadores naturais); * a fixação biológica do nitrogênio no solo; * o sequestro de carbono.

Tipos/modelos de agriculturas alternativas: agricultura orgânica, agrofloresta, agricultura biológica, agricultura biodinâmica, agricultura regenerativa.

Agricultura regenerativa

Engloba algumas práticas da agricultura alternativa, entretanto, diferencia-se por ter como objetivo principal regenerar o solo, colaborando assim para a mitigação das, “tão propaladas”, mudanças climáticas.

Criada em 1980 por Robert Rodale com o nome “orgânico regenerativo”, visava atender os anseios de uma sociedade que cobra uma produção de alimentos com o menor impacto social/econômico/ambiental, o bem-estar animal e a responsabilidade social.

Segundo o criador do processo, a saúde do solo é uma prioridade na agricultura regenerativa, uma vez que influencia diretamente na saúde total do sistema alimentar e no futuro do planeta. Entendia que o modelo convencional se torna insustentável a longo prazo pelo uso intenso dos defensivos e fertilizantes químicos.

https://agroadvance.com.br/blog-agricultura-regenerativa-praticas/

Objetivos do processo:

1. Contribuir para a construção da fertilidade e saúde do solo;

2. Elevar a percolação de água no solo, aumentar a retenção de água, e em havendo escoamento superficial, que seja de forma segura e com água limpa;

3. Conservar e até buscar aumentar a biodiversidade;

4. Colaborar para a capacidade de resiliência e auto renovação do ecossistema;

5. promover sequestro de carbono.

Que benefícios podemos esperar:

Aumento da biodiversidade na agricultura e nos sistemas agrícolas;

Incremento da matéria orgânica;

Manutenção e longevidade da fertilidade dos solos;

Recuperação dos solos degradados;

Redução na conversão de áreas nativas em agrícolas.

Práticas regenerativas – técnicas que visam promover a saúde do solo, a biodiversidade e a sustentabilidade dos sistemas produtivos, dentre os quais se destacam:

Rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais uma espécie na mesma área (lavoura de cana de açúcar com soja, crotalária ou amendoim);

Plantio direto – não revolvimento do solo, manutenção da palhada na superfície do solo e rotação de culturas;

Consórcios – cultivo intercalados de duas ou mais espécies ao mesmo tempo na área (milho-brachiária);

Tecnologias de fertilização – utilização de fertilizantes organominerais, pó de rochas, biochar;

Compostagem – uso de materiais orgânicos (resto de plantas e esterco de animal decompostos, para produzir um composto que é fonte de nutrientes);

Bioinsumos – biofertilizantes, biopesticidas, que auxiliam no manejo de doenças e pragas de forma menos prejudicial ao meio ambiente (derivados de microrganismos benéficos e substâncias naturais);

Integração com animais – integrar os animais nos sistemas produtivos.

Que pilares dão vida ao modelo da agricultura regenerativa, segundo Khangura?

1. Minimizar a perturbação do solo – adotar prática do plantio direto, que minimiza as perturbações físicas, biológicas e químicas do solo;

2. Manter o solo coberto o ano todo – com vegetação e materiais naturais, por meio de cobertura morta, culturas de cobertura e pastagens;

3. Manter plantas vivas e raízes no solo pelo maior tempo possível – com raízes vivas para garantir que os solos nunca fiquem desprovidos de cobertura vegetal (plantios de cobertura de inverno ou pastagens permanentes; raízes vivas no solo ajuda a estabilizá-lo, na retenção de água e no escoamento de nutrientes).

4. Incorporar a biodiversidade – a diversidade é um componente essencial na construção de solos saudáveis que retém o excesso de água e nutrientes. Também ajuda z obter receitas de outras fontes e é benéfico para os animais selvagens e polinizadores;

5. Integrar os animais à fazenda – o esterco produzido pelo gado pode adicionar nutrientes valiosos ao solo reduzindo a necessidade de fertilizantes e aumentando a matéria orgânica. Solos saudáveis capturam grandes quantidades de carbono e reduzem a quantidade de escoamento poluído.

Por que investir na agricultura regenerativa?

É uma grande tendência para a produção de alimentos.

Colabora não só para preservar o solo, como também para regenerar áreas degradadas, o que paulatinamente pode favorecer a fixação de nitrogênio no solo e o sequestro de carbono.

No setor privado dos EUA, esse processo já movimenta mais de US$ 47,5 bilhões. No Brasil a agricultura regenerativa está sendo timidamente praticada, prioritariamente por empresas privadas.

O Brasil, uma das principais potências mundiais na produção de alimentos, tem sido pressionado pela comunidade internacional por conta do desmatamento ilegal da floresta amazônica.

Nosso desafio, mais do que preservar, é preciso que haja investimentos públicos e privados que favoreçam a preservação e a regeneração das áreas degradadas, sejam estas destinadas ou não a atividades agrícolas.

Concluindo: Nossa vantagem competitiva está na natureza, nas tecnologias recentes que começam a ser aplicadas, em investimentos no campo, e no brasileiro que nunca se furtou ao trabalho pesado. Nesse ano de 2023 o Agro já representou 28% do Produto Interno Bruto, basicamente em commodities.

O próximo passo/desafio é agregar valor aos produtos agropecuários. A bancada ruralista conta, nesse ano 2023, com 372 congressistas, o que facilitaria a aprovação de pautas para modernizar a legislação agroambiental.

Por Edson Silva, 30 dezembro 2023

Fontes de consulta

https://agrosmart.com.br/blog/o-que-e-agricultura-regenerativa/#:~:text=A%20agricultura%20regenerativa%20%C3%A9%20um,e%20o%20sequestro%20de%20carbono.

https://agroadvance.com.br/blog-agricultura-regenerativa-praticas/

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Natal - Referencial entre as datas comemorativas

Espírito natalino

O Natal no Brasil é no verão, e, no entanto, as lembranças que trazemos para essa data são os símbolos e referenciais do clima do hemisfério norte. A influência que carregamos traduzem exatamente as festividades como se lá estivéssemos. Ninguém se aventurou a adaptar o espírito natalino com vestimentas tropicais e símbolos regionais.

É certo que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo, e essa é a efetiva marca da data para o cristão. Mas, desde a muito nos acostumamos que, aliado ao sentimento da vinda do Salvador Jesus Cristo para libertar o homem, o comércio natalino assumiu um certo protagonismo nessa época do ano – isso é claro e notório.

E não me venham dizer que apenas as crianças esperam por esse período do ano – presentes, ceia natalina, férias escolares. Mas um pouco de história vale para essa especial data.

 A origem do Natal

O Natal teve origem em festas pagãs que eram realizadas na antiguidade. Nessa data, os romanos celebravam a chegado do inverno. Eles cultuavam o deus sol e ainda realizavam dias de festividades com intuito de renovação. O termo Natal tem origem na palavra do latim “natalis”, derivada do verbo nascer (nãscor).

Outros povos da antiguidade também celebravam a data, seja pela chegada do inverno ou pela passagem do tempo.

A partir do século IV, e com a consolidação do Cristianismo, a festividade foi oficializada como “Natale Domini” (Natal do Senhor). Como não se sabe ao certo o dia em que Jesus nasceu, essa foi uma forma de cristianizar as festas pagãs romanas, dando-lhes uma nova simbologia. A escolha da data foi determinada pelo Papa Julius I (337-352) e, mais tarde, foi declarada feriado nacional pelo Imperador Justiniano, em 529.

Natal e cristianismo

Na época das primeiras comemorações cristãs, muitos fiéis se recusaram a adotar uma postura festiva para a data, afirmando que 25 de dezembro era um dia religioso e de reflexão, não de festa. O mesmo discurso também ocorreu após a Reforma Protestante, no século XVI, quando muitas pessoas se opuseram às celebrações do Natal.

Fenômeno interessante também ocorreu nas colônias americanas, onde puritanos, quakers, batistas e presbiterianos também decidiram ignorar a festa, enquanto anglicanos, luteranos e católicos faziam questão de mantê-la viva.

O Natal se solidificou na América apenas no século XIX, graças aos cultos natalinos introduzidos nas escolas dominicais e ao famosos romance “A Christmas Carol” (Um conto de Natal), que popularizou o feriado como um evento alegre e familiar.

Símbolos de Natal, seus significados

Representam o cenário de comemoração dessa festa, é por isso que nessa fase do ano encontramos espalhados por todos os cantos.

Tendo origens em épocas distintas, cada símbolo surge porque trazem mais beleza e alegria à festa. Cada um tem uma curiosa história, e transmite uma mensagem.

Estrela – seguindo a “estrela de Belém” os três reis magos puderam encontrar o menino. Além de ter sinalizado o caminho, a estrela representa o próprio Jesus, que nasceu para guiar a humanidade.

Sinos – representa o anúncio do nascimento de Jesus. O toque dos sinos avisa as pessoas para se reunir para um acontecimento. Usados na decoração das árvores e das portas, são também lembrados nas músicas natalinas.

Vela – conta-se que, na Alemanha, um senhor costumava colocar velas na sua janela para iluminar o caminho dos viajantes. As velas natalinas assumem o papel de representar a luz que o nascimento de Jesus traz para a vida das pessoas. Assim as velas acessas na noite de Natal revelam a presença de Cristo naquele ambiente.

Presépio – o primeiro presépio data de 1223 e foi montado na Itália por Francisco de Assis, que queria mostrar aos fiéis como teria nascido Jesus (a representação de um cenário). Neles figuram seus pais, José e Maria); os animais do estábulo, que aqueceram Jesus; o anjo, que anuncia ao mundo o nascimento; A estrela de Belém, que indicou o caminho para os reis magos; os três reis: Baltazar, Gaspar e Melchior. Desmontado dia 6 de janeiro, data em que os reis localizaram o Menino.

Anjo – representa a figura de Gabriel, que anunciou a Maria que ela daria à luz a Jesus. Simboliza o papel de mensageiro de Deus, e portador da alegria dessa época natalina.

Bolas – representam os frutos da árvore de Natal. As frutas serviam de decoração e eram comidas pelas crianças. No ano que não havia frutas, essas passaram a ser substituídas por bolas de vidro, que imitava as frutas. Terminaram por virar tradição.

Árvore – a primeira árvore de Natal surgiu no norte da Europa, século XVI, mas tornou-se tradicional com Martinho Lutero no século XVII, na Alemanha. Apenas no século XIX esse símbolo natalino se espalhou pelo mundo. A árvore é por tradição um pinheiro por ser a única árvore que consegue manter suas folhas mesmo no intenso frio da Europa.  (simbolizando vida e esperança). As estrelas no topo da árvore são o sinal seguido pelos três reis magos

Papai Noel – essa figura surge a partir dos gestos de bondade do bispo Nicolau. Segundo a lenda, ele lançava moedas de ouro pelas chaminés das casas dos mais necessitados na Turquia. A representação moderna do Papai Noel surgiu nos EUA. Santa Claus ganhou a aparência de um velhinho gordinho com barba comprida e roupa vermelha, deslocando-se pelas casas com seu trenó.

Guirlanda – surgiram em Roma. São um sinal de boas-vindas para quem nos visita nessa época festiva. Por isso da tradição de pendurá-las na porta principal da casa. Inicialmente um símbolo pagão, terminou por ser utilizada pela igreja, com adaptação de velas (coroa do advento)

Cartão de Natal - enviar postar com uma mensagem bonita nessa data festiva tornou-se tradição entre família, amigos e clientes. O espírito de alegria, agradecimento e partilha invadindo corações, o que motiva troca de mensagens. O primeiro cartão de Natal foi feito pelo pintor John Callcott Horsley, a pedido de Sir Henry Cole (funcionário público inglês). Os cartões em papel hoje foram substituídos pelas mensagens eletrônicas.

Peru – a tradição de comer peru vem dos EUA, prato típico do Dia de Ação de Graças. Um dos pratos mais requisitados para a ceia de Natal. Esse simbolismo, Dia da Ação de Graças, surgiu em 1621 para comemorar agradecendo a fartura das colheitas.

Ceia – mais que um jantar recheado de coisas apetitosas, representa a confraternização e união das famílias. Reunir familiares e amigos à volta da mesa para comemorar o nascimento de Jesus vem da Europa, onde as pessoas abriam as portas das suas casas para receber viajante e oferecer-lhes uma refeição na véspera de Natal.

Presentes de Natal – Natal é sinônimo de presentes. Esse costume se relaciona com os reis Magos, que levaram ouro, incenso e mirra ao menino Jesus. Ouro, simbolizando a realeza de Jesus, incenso, Sua divindade, e mirra, caracterizando os aspectos humanos de Jesus. Também vale ressaltar a atitude do bom velhinho (bispo turco) que lançava moedas de ouro pela chaminé dos mais pobres.

Panetone – uma iguaria que não pode faltar na mesa dos brasileiros. Conta a lenda que Toni, panificador, estava exausto do trabalho das encomendas de Natal e cometeu um erro ao fazer um pão para a ceia de seu patrão, na véspera do Natal. O engano deu tão certo que o patrão chamou o pão de “pani de Tone”.

O Natal e o comércio

Essa relação é extremamente significativa, em se considerando as tradições festivas e aspecto comercial da temporada – 1. Aumento significativo nas atividades de compras (presentes); 2. Decorações natalinas (enfeites, árvores de Natal, luzes); 3 – Promoções e descontos, o que atrai consumidores e incentiva outras compras; 4 – E-commerce, o incentivo a essa conveniência atende a demanda do período natalino; 5 – Impacto econômico, o aumento do comércio natalino gera emprego temporário nos setores varejistas e de logística; 6 – Tradições de consumo, presentear e trocar presentes é a tradição central do Natal.

A título comparativo, o comércio natalino (apenas e-commerce) em relação a outras datas de grande movimento comercial

Sazonalidade do e-commerce no Brasil em 2016

2016

Período

Faturamento

Tíquete Médio

Crescimento

Dia do Consumidor

16/03

R$ 224 mi

R$ 398

12%

Dia das Mães

23/04 a 07/05

R$ 1,62 bi

R$ 402

8%

Dias dos Namorados

28/05 a 12/06

R$ 1,65 bi

R$ 410

16%

Dia dos Pais

30/07 a 13/08

R$ 1,76 bi

R$ 441

12%

Dias das Crianças

28/09 a 11/10

R$ 1,66 bi

R$ 408

13%

Black Friday

25/11

R$ 1,90 bi

R$653

17%

Cyber Monday

28/11

R$ 571 mi

R$ 676

94%

Natal

15/11 a 24/12

R$ 7,7 bi

R$ 463

4%

Fonte: Ebit Informação – www.ebit.com.br

Concluindo: o comércio natalino vai continuar e expandir, não tenho a menor dúvida, e não vejo razão para ser combatido, entretanto, o verdadeiro espírito do Natal deve ser trabalhado em nosso interior, com os ensinos claramente expressos por Jesus Cristo, que deixou sua divindade e se fez humano, como nós. Os exemplos por Ele deixados não divide homens, antes pelo contrário, unifica raças e povos, estabelece direitos comuns aos seres humanos, mostra o caminho para alcançarmos a vida eterna.

Por Edson Silva, 22 de dezembro de 2023.

Fonte de consulta

https://www.todamateria.com.br/simbolos-do-natal/

https://editorialpaco.com.br/a-origem-do-natal/

https://blog.algartelecom.com.br/negocios/a-importancia-do-natal-para-o-varejo-numeros-que-impressionam/


segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Marcas extremas de temperatura também atingiram o Brasil

 Ondas de calor, desastre climático

As políticas de saúde pública no Brasil são pouco discutidas entre os administradores públicos e a sociedade, e sua implementação não tem sido pauta nas casas de leis, mirins, estaduais, câmara baixa ou câmara alta. É sim, prevista nas constituições dessas casas, mas existe um hiato gigantesco entre os profissionais de saúde e representantes políticos para unificar os interesses do povo brasileiro nessa seara.

Particularmente, me preocupa a atual onda de calor experimentada no Brasil, até porque será debitada ao clima os eventos adversos de temperatura, quando na realidade a saúde do cidadão será severamente afetada. A observar eventos dessa natureza, presentes em tempos pretéritos, em outras regiões do globo foram tratadas como problema de saúde pública, entretanto, após quatro meses de intensa ocorrência do El Niño, em um país com tamanha diversidade ambiental, não vejo manifestações de nossas autoridades sanitárias.

Estaria eu tão descolado da realidade político-sanitária de meu Brasil?

Temperaturas Extremas

Vale da Morte, EUA - deserto californiano 57,8 ºC

Temperaturas máximas médias máximas acima de 41ºC

Turfan, China

Temperaturas acima de 50ºC

Tirat Tsvi, Israel 

Cidade mais quente da Ásia, alcançou temperaturas acima de 53,9ºC

Timbuktu, Mali

Cidade alcançou 54,4º

Wadi Halfa, Sudão

Cidade fronteira do Sudão com Egito, alcançou 54,4ºC

Kebili, Tunísia

Já registrou 55ºC

Ghadames, Líbia

Temperatura alcança 55ºC

Qeensland, Austrália

Temperaturas de até 68,9ºC

Desert Lut, Irã

Registrada temperatura acima de 70,7ºC

 

História recente do clima extremo nas áreas habitadas

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na história da onda de calor de final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte. Um desastre climático que levou a morte 808 pessoas no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. Em Lytton, Columbia, no Canadá, os termômetros marcaram impressionantes 49,6ºC.

Uma onda de calor extremo deve castigar o sul da Europa nesse verão de 2023. Em muitos lugares, as temperaturas devem ultrapassar a marca de 40ºC na Espanha, França, Grécia, Croácia Turquia, com picos de até 48ºC em lugares como a Sicília, na Itália.

Um estudo pela revista científica Nature Medicene apontou que cerca de 61 mil pessoas morreram de calor na Europa durante o verão de 2022 no Hemisfério Norte. Levando em conta a média de temperaturas globais, junho de 2023 ficou 0,53 ºC acima dos índices registrados entre 1991 e 2020 no mesmo período, superando substancialmente o recorde de 2019

A MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor (El Niño 2023) para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para a população vulnerável, como enfermos e idosos.

Em 2023, os meses julho, agosto, setembro e outubro, foram marcados por extremo calor em grande parte do Brasil e eventos de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño o aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta. Também o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos muito contribuiu para esses eventos levarem a esse extremo.

Vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e no mundo.

https://ipiauonline.com.br/onze-capitais-batem-recorde-de-calor-ate-o-fim-de-semana/

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido coma marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebras de recordes históricos. Mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

O calor mais extremo, inicialmente atinge áreas do Centro-Oeste (MT e MS). Até sexta-feira, 09/11, o calor mais intenso concentra-se no Centro Oeste e no interior de SP, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

A partir de sábado, 11/11, as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de SP e podem alcançar até 37ºC na cidade de SP, o mesmo ocorrendo em Belo Horizonte.

A onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar força durante os próximos dia. Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina, com marcas extremas em diversas províncias. As máximas no país vizinho atingiram a 46ºC em Rivadávia, 44,9ºC em Santiago del Estero (SMN).

Também a Bolívia registrou calor extremo (08/11) onde a maior temperatura em estações oficiais do país alcançou 44,7ºC em Villamontes.

O Paraguai observou marcas extremas de calor em Pozo Colorado, com 44ºC.

Período de duração - Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda (08/11) durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo completar até duas semanas em alguns locais.

El Niño – é um fenômeno natural que ocorre periodicamente. Pesquisas sugerem que as mudanças climáticas podem influenciar a intensidade e frequência dos seus eventos. O aumento das temperaturas globais pode interagir com os padrões climáticos e oceânicos, potencialmente amplificando seus efeitos. Originado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, tem efeitos climáticos globais que afetam diretamente a circulação atmosférica e marítima.

Efeitos do El Niño no clima – manifesta-se em diferentes regiões do mundo com chuvas intensas e inundações em áreas normalmente secas, secas e estiagens em áreas normalmente úmidas, aumento de atividades de furacões no Pacífico Leste e redução de pesca, devido às mudanças na circulação oceânica.

Agricultura – em algumas regiões o aumento das chuvas pode levar a inundações que prejudicam as colheitas; em outras, a seca pode reduzir a disponibilidade de água para a irrigação, afetando a oferta da produção de alimentos. Prevenção: implementar estratégias antes que os eventos extremos possam acontecer nas regiões, como o correto preparo de solo com técnicas que evitem a erosão, manutenção dos canais de drenagem, assessoria nas variedades de ciclo intermediário, maior atenção no controle de doenças e distribuição parcelada da fertilização quanto possível.

Quando começa o efeito El Niño no Brasil – geralmente começa a ser sentido a partir dos meses mais quentes do ano, entre dezembro e março. Essa é a época que os impactos das mudanças nos padrões climáticos, como chuvas irregulares e temperaturas extremas, tendem a se manifestar de forma mais evidente em diferentes partes do país. Pode causar chuvas torrenciais na região Sul, secas severas nas regiões Norte e Nordeste. Essas flutuações climáticas têm impacto direto na agricultura, no abastecimento de água e nos ecossistemas locais

Impacto do evento El Niño 2023

Norte

Redução de chuvas na região amazônica, favorecendo a formação de algumas estiagens e intensificando a proliferação de queimadas

Nordeste

No litoral, aumento da intensidade e frequência das chuvas, no interior se espera temperatura acima da média das regiões semiárida

Centro-Oeste

Mudanças no padrão de chuvas, encurtando sua frequência. Maior risco de ocorrência de alternância entre chuvas fortes e veranicos prolongados. É recomendável esperar uma sequência de várias chuvas para iniciar o plantio.

Sudeste

O regime de chuvas vai ter mudanças no padrão, reduzindo sua frequência e intensidade. Alta probabilidade de alternância entre chuvas fortes e veranicos mais prolongados que a média dos anos anteriores.

Sul

Aumento da frequência e intensificação de chuvas torrenciais, acima das médias históricas entre os meses de agosto e outubro.

 

Onda de calor e óbitos

Normalmente, o calor no Brasil é percebido como um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre a mortalidade relacionada a alta temperatura. O calor é um causador silencioso de mortes, diferente do que ocorre com desastres pela chuva. O calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais do que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados (Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos).

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina.

Proteção do calor extremo, sugestão Mayo Clinic)

1. beber grande quantidade de líquidos, para manter uma temperatura corporal normal; 2. usar roupas folgadas e leves, para permitir que o corpo esfrie adequadamente; 3. proteger-se das queimaduras solares, usando chapéu de abas largas e óculos de sol e um protetor solar de amplo espectro; 4.  ficar em carro estacionado sob o sol (a temperatura dentro do carro pode subir mais de 10ºC em apenas 10 minutos); 5. agendar exercícios físicos ou trabalho físico para os períodos menos quentes do dia.

Riscos relacionados ao calor: câimbras, exaustão, insolação, náusea e vômito.

Concluindo

Estamos frente a um desastre climático natural pontual? ou esse tipo de evento terá alguma constância, como em outras partes do mundo. Agências meteorológicas afirmam que esse fenômeno irá perdurar até o outono de 2024.

Que tipo de contribuição o ser humano tem prestado para alcançar esse resultado tão alardeado da mudança climática?

Qual a participação dos brasileiros nesse processo da mudança climática? Somos os inocentes úteis para serem incriminados pelas transformações globais do século XXI?

Por Edson Silva

       13/11/2023

Fontes de consulta

https://portal.inmet.gov.br/noticias/temperatura-m%C3%A9dia-atinge-recorde-no-brasil-pelo-quarto-m%C3%AAs-seguido

https://planetacampo.com.br/el-nino-o-que-e-como-forma-aquecimento-global/

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/clima/356092-el-nino-e-as-perspectivas-para-o-brasil-em-2023-24.html

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/turismo/internacional/conheca-os-10-lugares-mais-quentes-do-mundo,282d6540596c9310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

https://www.climatempo.com.br/noticia/2023/07/14/sul-da-europa-deve-enfrentar-temperaturas-extremas-1454

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Secas, enchentes, vendavais, altas temperaturas - um Brasil desconhecido em 2023.

 El Niño, efeito devastador nos climas e temperaturas no Brasil.

Nas últimas décadas muito se tem visto que afeta a normalidade do ser humano no planeta Terra. A população mundial já ultrapassa 8 bilhões de pessoas. Seria esse montante populacional não experimentado anteriormente o causador das catástrofes anunciadas.

Numerosos “experts defensores da natureza” (tipo Leonardo DiCaprio, Greta Thunberg, e milhares de ONGs) imputam ao Brasil e ao brasileiro problemas afetos às mudanças climáticas, apostando na falta de informação do nacional. Importante que busquemos dados que combatam desinformações e má intenção de órgãos que não se envergonham de “marcar gol contra”.

O brasileiro acompanhava pela mídia esses fenômenos acontecerem em outros continentes. Mas “esses acidentes” parecem terem chegado na “casa brasilis”.

2023 tem sido um ano marcado por esses “incômodos climáticos”. São fenômenos naturais cíclicos? São atividades antrópicas? A ocorrência deles é pontual? Foram casos fortuitos? Como podemos nos precaver?

Mudança climática – transformações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Podem ser naturais, mas desde o século 18 ações antrópicas (mãos do homem) tem sido a principal causa, em especial por causa da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), que produzem gases que retém o calor (fonte, Nações Unidas).

De acordo com Nota Técnica do CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, os Oceanos Pacífico Norte e Atlantico Tropical apresentam temperaturas acima de 2ºC a 4ºC. Assim o fenômeno El Niño está ocorrendo em meio a um contexto de elevado aquecimento oceânico em nível global. Essa combinação é explosiva no sentido de agravar muito a seca. Esse fato, sem precedentes, não permite prever o que vai acontecer até o outono de 2024, em especial na Amazônia, que tem em suas vias fluviais o meio de transporte (passageiros e de carga) por excelência de seus habitantes.

Aquecimento global, suas causas

Geração de energia – a maior parte da eletricidade ainda é produzida por combustíveis fósseis, somente ¼ vem de vento, sol e outras fontes renováveis.

Fabricação de produtos – fábricas e indústrias produzem emissões por causa da queima de combustíveis fósseis para produção de cimento, ferro, aço, eletrônico, plástico, roupas e outros bens. Mineração e outros processos industriais também liberam gases.

Derrubada de florestas – árvores quando cortadas liberam o carbono que estava armazenado. Preservadas, florestas absorvem dióxido de carbono.

Fonte, Nações Unidas

Quadro Climático, Brasil 2023

A Universidade de Colúmbia nos EUA apresentou projeções trimestrais de anomalia de precipitação para a América do Sul, até abril de 2024, em que se constata a tendência muito clara de um sinal invertido da chuva no território brasileiro com excesso mais ao sul e chuva abaixo da média no Norte e Nordeste do Brasil.

Nesse diapasão o restante desta primavera e todo o verão de 2024 ainda terão a presença do El Niño (projeção da agência de clima norte-americana). A transição para uma fase de neutralidade, com o fim do episódio de El Niño de 2023/2024, somente se daria durante o outono do próximo ano, em meados de abril e maio.

Seca severa na Amazônia

Calor extremo no Sudeste e Centro-Oeste

Chuva recorde no Sul

O Brasil teve o mês de julho mais quente em 62 anos. É o que indicam dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que a Agência Pública acessou. O resultado é o maior desde 1961, quando começaram as medições nas estações do órgão, e reflete uma situação que ocorreu em todo o mundo: um recorde de calor. Para o planeta, o mês foi o mais quente do registro histórico.

As áreas que registraram maior aumento foram o sul da Amazônia, o Centro-Oeste, Sudeste e o Sul. Seria um processo natural, mas temos notado um aumento progressivo das temperaturas no inverno nos últimos 15 anos. A substituição de áreas verdes por edificações, é um dos exemplos que contribui para o aquecimento (Danielle Barros, meteorologista do Inmet).

O recorde de calor registrado em julho de 2015 ocorreu em um ano com forte El Niño – o fenômeno de aquecimento da água superficial no Oceano Pacífico. Ele é o responsável por gerar grandes alterações no clima, por exemplo, nas temperaturas e no regime de chuvas. Nesse ano o retorno do El Niño poderia explicar o novo recorde de calor. Para o planeta, piora um cenário já alterado pelo processo de aquecimento global.  Na média, o mundo já está 1º C mais quente do que no período pré-revolução Industrial.

A previsão do Inmet aponta para um aumento para os três meses posteriores a julho nas temperaturas médias entre 1 e 1,5 º C, principalmente no Norte e Centro-Oeste.

Na bacia do Amazonas, a maior seca já registrada foi em 2010, quando havia a mesma configuração climática – o Atlântico tropical norte muito quente e parte do Pacífico e do Atlântico muito aquecidos estão gerando essa catástrofe.

El Niño

El Niño, fenômeno climático natural que aquece as águas do Oceano Pacífico, e o aquecimento global, provocado pela ação humana. Tem uma probabilidade muito grande desse El Niño continuar nos próximos meses e até para o próximo ano.

Em geral, com o El Niño, os invernos são mais quentes na região centro-oeste, sudeste e sul da Amazônia. Em 2005 também ocorreu importante seca na região amazônica, associada ao aquecimento do Atlântico (mas não com temperaturas tão elevadas da superfície dos oceanos quanto a de 2023).

No Norte do Brasil a principal manifestação do efeito desse fenômeno se dá pela seca que assola a região amazônica. Em 2023, o nível do Rio Negro chegou a 12,80 metros no porto de Manaus, o menor desde que começaram as medições em 1902. Anteriormente, a cota mais baixa foi registrada em 2010, com 13,63 metros, em uma estiagem que provocou estragos devastadores na região. A maior cota se deu em 2021, quando o nível do rio atingiu a marca de 30,02 metros.

2023

12,80 metros

2010

13,63 metros

2005

14,75 metros

2015

15,92 metros

2020

16,60 metros

2016

17,20 metros

Maiores secas registradas

https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/10/5133557-sem-agua-nao-tem-vida-seca-na-amazonia-brasileira-aumenta-o-temor-pelo-futuro.html

Foto contribuição Leandro Faraldo - Rio Madeira, Porto Velho


Foto contribuição Leandro Faraldo - Réguas Rio Madeira, Porto Velho

No maior afluente do Rio Amazonas, o Rio Madeira entrou em estado de alerta, ao atingir nível histórico de seca, chegando a medir 1,10 m no mês de outubro (Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil), em que a agência justifica “o Dipolo do Atlantico, que seria essa gangorra de aquecimento/resfriamento das águas do Atlantico tropical, é um fenômeno natural, porém não se descarta que o aquecimento global cause alterações nesse fenômeno”. A cota mínima do Rio Madeira é a pior em Porto Velho nos 56 anos de medições, diz ANA.

No Centro-Oeste e no Sudeste, o calor extremo quebrou recordes na primavera 2023 em duas ondas de calor, segunda quinzena de setembro (45ºC no interior de São Paulo, e com Belo Horizonte/MG registrando 38,6ºC, sua maior máxima desde 1910), e segunda metade de outubro, quando Cuiabá teve a maior máxima desde o início dos registros com 44,2ºC, superando o recorde anterior da onda de calor de 2020 (44ºC).

https://www.metropoles.com/sao-paulo/temporal-causa-alagamentos-e-queda-de-arvores-e-sp-entra-em-atencao

A cidade de São Paulo não registra rajadas de vento com mais de 100 km/h, como a que atingiu a capital na tarde desta sexta-feira, 03/11/23, desde 1995. Só no parque Ibirapuera caíram 128 árvores. Com 1,4 milhão de usuários na capital a Enel afirma ter normalizado a energia de 400 mil (domingo 05/11). Foi um evento extraordinário, que exige ações extraordinárias de reconstrução de parte da rede.

No Sul, excesso de chuva. Porto Alegre registrou em setembro o mês mais chuvoso de sua história climática, com registros desde 1910. O acumulado mensal foi de 447,3 mm, superando os 405,5 mm de maio de 1941. Com a enchente do Vale do Taquari o RS teve o maior desastre natural em vítimas desde 1959, com um saldo oficial de 51 mortos.

https://www.metropoles.com/brasil/enchentes-no-rs-ja-provocaram-a-morte-de-293-mil-animais-da-pecuaria

No mês de setembro, as chuvas chegaram com mais intensidade no RS. Em outubro o estrago maior alcançou o Paraná e Santa Catarina. A média de chuvas para outubro em Curitiba é de 144 mm, nesse outubro 2023 choveu 559,8 mm.

No Oeste do PR, as cheias do Rio Iguaçu modificam o cenário de uma de suas principais atrações, as Cataratas do Iguaçu. Por medida de segurança, a passarela que dá acesso ao mirante da Garganta do Diabo permanece interditada.

O feriado prolongado de Finados está sendo marcado por chuvas intensas no Sul do país. Segundo o Inmet, até domingo, os ventos associados ao ciclone vão impactar com rajadas em torno de 100 km/h (RS). Em relação ao volume de chuvas pode passar dos 100 mm/24h no norte do RS, centro-oeste de SC e sudeste do PR.

Concluindo

Como o El Niño impacta o Brasil de formas diferentes, na Amazônia, norte do cerrado e no semiárido com secas pronunciadas e mais prolongadas, as atenções devem ser com um controle do uso do fogo - PREVENÇÃO; no Sul e Sudeste, afetados pelas tempestades e chuvas torrenciais as atenções devem estar voltadas para os riscos de desabamentos, deslizamentos, alagamentos.

O correto na gestão de desastres é promover a cultura da prevenção, a cultura do risco, a educação das pessoas para o risco e pensar como nos adaptaremos a essas novas situações que estamos vivendo. Não há uma política de adaptação às mudanças climáticas estabelecida no Brasil, em nenhuma das esferas de poder, quer federal, estadual ou municipal (Ayan Fleischmann, Instituto Mamirauá).

As políticas públicas devem focar em medidas de planejamento de prevenção e adaptação, reforçando a infraestrutura para que os cidadãos não sejam atingidos de uma forma muito dura.

Mais de 1,4 milhões de paulistanos ficaram sem energia elétrica (3/11/2023). O vendaval de 100 Km/h que assolou a grande São Paulo derrubou sobre a rede elétrica próximo a 1.000 árvores. Em várias cidades mundo afora foram substituídas as redes elétricas aéreas em subterrâneas. Benefícios: (1) proteção contra tempestades e outros fenômenos naturais, (2) revitalização e estética urbana, (3) aumento de segurança nas calçadas e melhoria na acessibilidade. A rede elétrica é extremamente suscetível a descargas elétricas naturais e a acidentes como quedas de árvores e a colisão de veículos. Pensemos no prejuízo que o cidadão, e o Estado, tem que amargar pela falta de planejamento e prevenção dos administradores públicos de nosso País (antecessores e atuais).

Que esforço temos visto nossas autoridades empregando para informar e minimizar esses problemas que tendem a ser uma constante na vida do brasileiro? A academia tem levado esse assunto para os bancos escolares na formação dos profissionais do futuro?

Caso entenda relevante, e necessário, para as gerações futuras envie para seus representantes políticos das três esferas (municipal, estadual e federal). Não espere aprofundar essa crise.

Por Edson Silva,

        Eduardo Lysias de Oliveira e Silva, 06/11/2023.

Fontes de consulta

https://metsul.com/el-nino-vai-seguir-baguncando-o-clima-de-norte-a-sul-do-brasil/

https://apublica.org/2023/08/brasil-teve-julho-mais-quente-dos-ultimos-62-anos/

https://www.brasildefato.com.br/2023/10/04/seca-catastrofica-na-amazonia-ameaca-producao-sustentavel-que-mantem-floresta-em-pe

https://portalamazonia.com/estados/amazonas/saiba-quais-foram-as-secas-recordes-do-amazonas

https://ipam.org.br/el-nino-no-brasil-entenda-efeitos-de-seca-na-amazonia-e-chuva-no-sul/

https://www.terra.com.br/planeta/vendaval-com-mais-de-100-kmh-que-atingiu-sp-nao-e-registrado-ha-quase-30-anos-diz-prefeitura,14130c6003ae52c31da05903ae3378e58c1ci0d5.html

https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2023/10/13/seca-do-rio-madeira-entenda-as-causas-que-levaram-o-rio-ao-menor-nivel-ja-registrado.ghtml

https://certi.org.br/blog/redes-subterraneas-de-energia-eletrica/

 

terça-feira, 9 de maio de 2023

Uma pincelada na história da criação do Estado de Rondônia.

 Uma nova estrela no azul da União.

Foram os bandeirantes (de todas as eras) que desbravando as matas e superando os perigos, acabaram ampliando as fronteiras brasileiras, dando ao país os seus contornos definitivos.

Até o século XVII apenas algumas missões religiosas haviam chegado até a região, onde hoje se encontra consolidado o Estado de Rondônia. A formação do estado teve início no século XVIII, quando os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de Bom Jesus (antigo nome da localidade de Cuiabá), onde descobriram ouro. Nesse período, e talvez por conta desse minério, foi construído o Forte Príncipe da Beira, situado as margens do Guaporé, rio internacional e fronteiriço.

Apesar das diversas tentativas de ocupação da região, as cachoeiras existentes nos rios Madeira e Mamoré dificultavam a navegação nessas áreas, o que ensejou fosse criado projeto de ferrovia, visando superar as dificuldades impostas pela natureza, que ligaria a Bolívia com o Oceano Atlântico. Com o boom da borracha devido à crescente demanda da indústria automobilística Americana, fez aumentar o fluxo de nordestinos/seringueiros para a Amazônia Ocidental, com o fito de explorar a cobiçada commodity da época.

O primeiro grande movimento migratório ocorreu por volta de 1877, com nos nordestinos (em virtude da grande seca daquele ano na região), e com o advento da revolução industrial, quando houve uma intensa demanda de borracha natural na Amazônia. No século XIX, fase do ciclo da borracha iniciou-se o povoamento juntamente com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a exploração dos seringais.

Quatro estágios marcam a sua história: 1. o da E. F. Madeira-Mamoré (1912-1972); 2. o dos Territórios (1943-1981); 3. o da abertura da rodovia 364 (1961), no traçado da linha telegráfica; 4. o Estado, criado em 22 de dezembro de 1981 pela Lei complementar 41.

A primeira fase de ocupação da região foi através dos rios, e posteriormente a estrada de ferro, base do processo de desbravamento e criação dos núcleos urbanos. Estradas eram apenas carroçáveis, sendo fechadas pelas chuvas em grande parte do tempo. Como consequência dessa realidade, as distâncias entre as localidades eram medidas em duração de tempo (tantas horas, ou tantos dias para chegar ao destino, pelos infindáveis meandros dos rios amazônicos).

Marechal Rondon, entre 1907 e 1915, cumpriu instalação de 2.270 km de linha telegráfica com 28 estações, favorecendo a implantação e migração de Rondônia.

Porta de entrada da Amazonia brasileira pela BR 364, a formação do povo rondoniense é outro diferencial: o Estado foi sendo constituído por ciclos econômicos, primeiro o da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, quando naturais de dezenas de países vieram trabalhar na obra e muitos deles, depois dela pronta, ficaram por essas terras, no mesmo período em que acontecia a primeira corrida do chamado “ouro preto”, a borracha, e vieram as primeiras levas de nordestinos para os seringais; depois o novo ciclo da borracha, na década de 40 quando a Amazônia abasteceu com esse produto às tropas aliadas na 2ª Guerra Mundial e milhares de nordestinos, os “soldados da borracha” foram chegando; em seguida os ciclos da garimpagem do diamante, cassiterita e ouro para, finalmente, entre as décadas de 60 à metade da de 80 ter ocorrido a maior corrida de famílias de todos os Estados brasileiros em busca do novo Eldorado, as férteis terras de Rondônia.

Território Federal do Guaporé

Sua concepção consolidou-se após a visita do Presidente Getúlio Vargas no dia 11 de outubro de 1940, sendo essa a primeira visita de um presidente do Brasil a Porto Velho. O objetivo era permanecer apenas três horas para inaugurar algumas obras: Bairro do Caiarí, Vila Erse, Agência dos Correios e usina de eletricidade. Estendeu sua visita por três dias na cidade.

Criado pelo presidente Getúlio Vargas, Decreto n. 5812, 13/09/1943 com área desmembrada dos estados do Amazonas e Mato Grosso. O Território nasceu composto por 86% de terras pertencentes ao atual Estado do Mato Grosso e 14% das terras do atual Estado do Amazonas. Quatro municípios constituíam o Território Federal do Guaporé: Porto Velho, Lábrea (pertenciam ao Amazonas), Guajará Mirim e Santo Antônio do Alto Madeira (pertenciam ao Estado de Mato Grosso). Em 1944, Lábrea voltou a fazer parte do Estado do Amazonas, e Santo Antônio do Alto Madeira, em 1945, foi incorporado ao município de Porto Velho.

Em 1932 Porto Velho recebia a 3ª Companhia de Fronteiras e os pelotões de Guajará -Mirim e do Real Forte da Beira, e Aluízio Ferreira diretor geral da EFMM – Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, mandou construir o Colégio Barão de Solimões, a vila Caiarí (considerado o primeiro conjunto habitacional do País), trazendo de Belém médicos, professores e outros profissionais. Reconstruiu a linha telegráfica de Vilhena a Porto Velho.

O diretor Aluísio ainda deu início à construção de uma estrada que seguia o traçado da linha telegráfica rumo a Cuiabá; nascia o embrião da rodovia 364.  Instaladas nesse período as estações de Vilhena, Presidente Pena e Cachoeira de Samuel e feitas manutenções das estações de Três Buritis, Barão de Melgaço, Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Caritianas, Jaru, Ariquemes, Porto Velho, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Vila Murtinho e Guajará-Mirim.

Major Aloízio Pinheiro Ferreira tomou posse, no Rio de Janeiro/DF, como primeiro governador em 24 de novembro de 1943, porém o Território só foi instalado no dia 29 de janeiro de 1944. Foi governador até 7 de fevereiro de 1946, quando se afastou para concorrer às eleições de deputado federal, tendo sagrado vencedor ao pleito. Foi reeleito em 1950, e após dois mandatos de Dep. Federal foi derrotado em 1954. Disputou sua última e vitoriosa eleição em 1958.

Em 1954 começou a circular o jornal O Guaporé.

O deputado federal mato-grossense Joaquim Vicente Rondon, eleito em 1954, iniciou a elaboração do projeto de lei que mudou o nome do território de Guaporé para Rondônia, em homenagem ao marechal sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon. Em 17 de fevereiro de 1956 o presidente Juscelino Kubitschek assinou a Lei 2.731 - tínhamos constituído o Território Federal de Rondônia.

Território Federal de Rondônia

Não foi à toa que o território recebeu o nome de Rondônia. Afinal, foi a Comissão Rondon que primeiro “desbravou” os sertões do então Mato Grosso e Amazonas, mapeando riquezas, territórios e povos indígenas.

A política dos transportes que se implantou no Território de Rondônia, a partir de 1959, veio alterar de forma substancial o sistema de transportes. Com o surgimento da BR 029 (atual 364), considerada, à época, o “pulmão da Amazônia”, o mais importante tronco rodoviário de Rondônia, que desenvolveu os principais núcleos urbanos do território, deu à Amazônia Ocidental a opção pelo transporte rodoviário e perspectivas de desenvolvimento da região. Em 1968, graças à ação do 5º Batalhão de Engenharia e Construção marcou a consolidação da rodovia que garantiu a ligação permanente com o centro-sul do país, provocando a expansão da fronteira agrícola para Rondônia.

Os surtos migratórios da década de 70 ao longo da BR 364, os garimpos de cassiterita e pedras preciosas (Rondônia, à época produzia 90% da cassiterita comercializada no Brasil), a rápida ocupação do Território com a implantação dos projetos de colonização, acarretou a abertura do INCRA favorecendo grandes extensões de estradas e picadas que exigiam melhor conservação para facilitar o escoamento da produção agrícola e para dar apoio à população desses assentamentos.

Em 1977, pela Lei n. 6448 de 11/10/77, o Presidente Ernesto Geisel criou mais cinco municípios: Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena.

Em 1979, indicado pelo ministro Mário Andreazza, com amplo apoio do presidente João Figueiredo, o coronel Jorge Teixeira iniciou mandato de governador do Território em 10 de abril de 1979 cumprindo-o até 04 de janeiro de 1982, quando da elevação ao status de Estado de Rondônia.

Em 1981 é criado e implantado o Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil – POLONOROESTE, projeto financiado com recursos do Governo Brasileiro e do Banco Mundial tendo como objetivos: promover a adequada ocupação demográfica da região noroeste do Brasil, absorvendo populações economicamente marginalizadas de outras regiões e proporcionando-lhes emprego; aumentar a produção da região e a renda da população e assentar comunidades de pequenos agricultores embasada na agricultura autossustentada, com atendimento básico nas áreas de saúde, educação, escoamento da produção, protegendo a floresta e garantindo a manutenção das terras e das culturas das comunidades indígenas.

Esse mesmo programa alocou recursos para aquisição de equipamentos rodoviários, dotando o recém-criado DER/RO das condições necessárias para ser o condutor da política rodoviária estadual; dos serviços intermunicipais de transporte coletivo; exercer em estradas de rodagem federais situadas no território, as atribuições do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, por conta e delegação deste.

A implementação deste plano teve impulso na gestão do governador Jorge Teixeira, que assumiu o governo com um programa ambicioso de desenvolvimento, transformando o Estado num imenso canteiro de obras.

Estado de Rondônia e sua atipicidade

A não dependência exclusiva do rio, com o incremento da rodovia 364 para a sua sobrevivência faz de Rondônia um Estado atípico na Amazônia, e se levado em conta sua formação (partes dos Estados de Mato Grosso e Amazonas), além de ser a única unidade da federação fruto de um tratado internacional – a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para que a borracha da Bolívia tenha acesso aos mercados banhados pelo Oceano Atlântico. Pelo acordo, o Estado do Acre é incorporado ao Brasil.

Desde a elevação de Território para Estado de Rondônia sua população mais que triplicou. Passou de 590 mil habitantes (dezembro de 1981) para mais de 1,8 milhão (dezembro de 2021).

Rondônia foi o único Estado no qual o projeto de reforma agrária definido para expansão da fronteira agrícola em direção ao Norte surtiu positivo – deu um salto rumo ao desenvolvimento sustentável com sua força no campo, no agronegócio.

A vinda de grandes levas de mineiros, capixabas, paranaenses, gaúchos, mato-grossenses, e nordestinos atraídos pelo modelo de reforma agrária nas décadas de 1970-80, deflagraram o processo de colonização e contribuiu para definir a matriz da agropecuária de Rondônia, por meio de processos de assentamento rural implantados pelo INCRA e a criação de Núcleos Urbanos de Apoio Rural, que deram origem à maioria dos municípios do interior.

https://portalamazonia.com/estados/rondonia/40-anos-de-rondonia-estado-ja-foi-apelidado-de-eldorado-e-canaa-brasileira

O principal modal de transportes de Rondônia são as hidrovias, com destaque para a hidrovia do Madeira, sendo um dos importantes vetores de transporte da produção agrícola do Estado.

O transporte rodoviário conta com 22.433 Km de rodovias, dos quais 1.803 km são federais, 4.289 km são estaduais e 16.341 km são municipais. Seus atuais 52 municípios são atendidos por essas malhas viárias.

A relevância de Rondônia no cenário de agronegócio nacional é potencialmente marcante para os próximos anos na pecuária, piscicultura, sojicultora e a cafeicultura, entre outras. Houve um grande avanço desde a criação do Estado, mas há muito ainda a desenvolver. Entre outros casos de sucesso, o cultivo da soja saltou de 12 mil hectares para 350 mil hectares, com possibilidade de, nos próximos cinco anos, chegar a 3 milhões de hectares. Para o desenvolvimento econômico-sustentável dos municípios e regiões de Rondônia é preciso focar em nossa saída para o Oceano Pacífico, a duplicação da BR-364, e a Hidrovia do Rio Madeira, (palestra do TCE, Conselheiro Benedito Alves, agosto de 2017).

Os cinco países que mais compram produtos e aquecem o agronegócio regional são a Turquia, China, Espanha Hong Kong e Holanda. Rondônia exporta carne fresca e congelada, soja, milho, algodão, madeira entre outros produtos para Coréia do Sul, Itália, Vietnã, Índia, China, Espanha, Israel, Alemanha, Rússia, Portugal, Egito, México.

A soja é o grão carro-chefe da pauta de exportações, o segundo produto é a carne bovina reconhecida pelas missões internacionais de inspeção como de boia qualidade e produzida agora em área com status livre de vacinação para a febre aftosa. É um dos grandes produtores nacionais de café, exporta madeira, comercializa minérios de cassiterita, nióbio, tântalo, vanádio.

Concluo: criado em 1.943, pelo presidente Getúlio Vargas, completa no momento 80 anos de desmembramento como área autônoma no contexto brasileiro. Dentre os mais recentes recém-instalados estados do Brasil, Rondônia desponta célere para uma invejável posição de destaque, com o menor índice de desemprego do país, com um aumento exponencial na produção agropecuária, e principalmente como o estado/laboratório brasileiro onde a reforma agrária conseguiu atender (e superar) a expectativa pelo qual foi concebido.

Teria sido o modelo de governo implantado, com a liderança personalíssima de Jorge Teixeira de Oliveira, o grande diferencial que marcou o sucesso de um grande sonho dos Executivos do Palácio do Planalto? Uma investigação político-administrativa a ser aprofundada.

Por Edson Silva, 09 de maio de 2023.

Fonte de consulta

https://www.newsrondonia.com.br/noticia/63083-territorio-federal-do-guapore

https://transparencia.der.ro.gov.br/Institucional/Historico

https://rondonia.ro.gov.br/historia-de-rondonia-aluizio-ferreira-o-1o-governador-do-guapore-salvou-o-trem-e-enfrentou-o-cangaco-no-sertao/

https://rondonia.ro.gov.br/diof/sobre/historia/

https://tcero.tc.br/2017/08/31/vocacao-economica-dos-municipios-de-ro-e-realcada-durante-encontro-tecnico-do-profaz/

https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/ro-2000-pdf#:~:text=O%20transporte%20rodovi%C3%A1rio%20do%20estado,421%2C%20425%2C%20e%20429.

https://rondonia.ro.gov.br/municipios-mais-populosos-de-rondonia-aparecem-no-radar-do-agronegocio-e-aquecem-as-exportacoes-para-asia-e-europa/#:~:text=Rond%C3%B4nia%20exporta%20carne%20fresca%20e,Egito%2C%20M%C3%A9xico%2C%20entre%20outros.