Mestre em Ciências da Saúde, UnB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador Saúde Pública

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Desde muito cedo despertei o interesse para entender o sentido de “Gigante pela própria natureza” inscrito em nosso belo Hino Nacional Brasileiro. No meu pequeno mundo isso tinha formato de um sonho. Sempre acreditei que o trabalho produziria um Futuro que espelha essa grandeza. Entretanto, não poderíamos esperar “Deitado eternamente em berço esplendido”. Então, me debrucei sobre os livros e outros informes. A história da expansão territorial do Brasil ainda tem sido pouco pesquisada por nossa historiografia, apesar da importância estratégica e atual que reveste a questão. O potencial dos seis Biomas do Brasil nos credencia a produzir alimento para parte significativa dos 195 países do globo. Certo que temos problemas maiúsculos na seara da saúde de nosso povo, saúde primária, saúde regionais, saúde provenientes de epidemias e pandemia novo coronavírus. Nada que planejamentos estratégicos, planos de governo e planos de estado, com boa vontade e união de governantes não possam resolver.

sábado, 30 de dezembro de 2023

Agriculturas alternativas, agricultura regenerativa

 Produção de alimentos e o meio ambiente

Para alimentar 1 bilhão e 200 milhões de pessoas mundo afora o Brasil utiliza 8% da área de seu território para produção agrícola. Para esse mesmo mister da produção agrícola a Argentina utiliza 14%, os EUA 18%, os países europeus acima de 50% de seu território. Vale destacar a França (talvez o país que mais combate nosso agro), com 52% de seu solo utilizados para alimentar seu povo.

Temos solo, condições climáticas favoráveis, suporte de águas superficiais e subsuperficiais, ciência e tecnologia disponíveis (Embrapa e empresas particulares), e muita área degradada para ser inserida no mapa da produção agrícola de alto padrão.

Nosso homem do campo precisa ser integrado às melhores práticas agrícolas para alcançarmos um retorno ambiental/financeiro/tecnológico digno desse povo ordeiro e trabalhador. O que comumente lemos e ouvimos nos órgãos de comunicação da grande mídia, nacional e internacional, o brasileiro taxado de destruidor do meio ambiente. Os indicadores/percentuais afirmam não ser verdadeiro.

Nossas práticas no campo.

Tipos de agriculturas alternativas

Referem-se aos tipos de agricultura que propõem um modelo de produção diverso da agricultura convencional.

O que enfatizam? * O manejo do solo; * as relações biológicas (aquelas entre pragas e seus predadores naturais); * a fixação biológica do nitrogênio no solo; * o sequestro de carbono.

Tipos/modelos de agriculturas alternativas: agricultura orgânica, agrofloresta, agricultura biológica, agricultura biodinâmica, agricultura regenerativa.

Agricultura regenerativa

Engloba algumas práticas da agricultura alternativa, entretanto, diferencia-se por ter como objetivo principal regenerar o solo, colaborando assim para a mitigação das, “tão propaladas”, mudanças climáticas.

Criada em 1980 por Robert Rodale com o nome “orgânico regenerativo”, visava atender os anseios de uma sociedade que cobra uma produção de alimentos com o menor impacto social/econômico/ambiental, o bem-estar animal e a responsabilidade social.

Segundo o criador do processo, a saúde do solo é uma prioridade na agricultura regenerativa, uma vez que influencia diretamente na saúde total do sistema alimentar e no futuro do planeta. Entendia que o modelo convencional se torna insustentável a longo prazo pelo uso intenso dos defensivos e fertilizantes químicos.

https://agroadvance.com.br/blog-agricultura-regenerativa-praticas/

Objetivos do processo:

1. Contribuir para a construção da fertilidade e saúde do solo;

2. Elevar a percolação de água no solo, aumentar a retenção de água, e em havendo escoamento superficial, que seja de forma segura e com água limpa;

3. Conservar e até buscar aumentar a biodiversidade;

4. Colaborar para a capacidade de resiliência e auto renovação do ecossistema;

5. promover sequestro de carbono.

Que benefícios podemos esperar:

Aumento da biodiversidade na agricultura e nos sistemas agrícolas;

Incremento da matéria orgânica;

Manutenção e longevidade da fertilidade dos solos;

Recuperação dos solos degradados;

Redução na conversão de áreas nativas em agrícolas.

Práticas regenerativas – técnicas que visam promover a saúde do solo, a biodiversidade e a sustentabilidade dos sistemas produtivos, dentre os quais se destacam:

Rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais uma espécie na mesma área (lavoura de cana de açúcar com soja, crotalária ou amendoim);

Plantio direto – não revolvimento do solo, manutenção da palhada na superfície do solo e rotação de culturas;

Consórcios – cultivo intercalados de duas ou mais espécies ao mesmo tempo na área (milho-brachiária);

Tecnologias de fertilização – utilização de fertilizantes organominerais, pó de rochas, biochar;

Compostagem – uso de materiais orgânicos (resto de plantas e esterco de animal decompostos, para produzir um composto que é fonte de nutrientes);

Bioinsumos – biofertilizantes, biopesticidas, que auxiliam no manejo de doenças e pragas de forma menos prejudicial ao meio ambiente (derivados de microrganismos benéficos e substâncias naturais);

Integração com animais – integrar os animais nos sistemas produtivos.

Que pilares dão vida ao modelo da agricultura regenerativa, segundo Khangura?

1. Minimizar a perturbação do solo – adotar prática do plantio direto, que minimiza as perturbações físicas, biológicas e químicas do solo;

2. Manter o solo coberto o ano todo – com vegetação e materiais naturais, por meio de cobertura morta, culturas de cobertura e pastagens;

3. Manter plantas vivas e raízes no solo pelo maior tempo possível – com raízes vivas para garantir que os solos nunca fiquem desprovidos de cobertura vegetal (plantios de cobertura de inverno ou pastagens permanentes; raízes vivas no solo ajuda a estabilizá-lo, na retenção de água e no escoamento de nutrientes).

4. Incorporar a biodiversidade – a diversidade é um componente essencial na construção de solos saudáveis que retém o excesso de água e nutrientes. Também ajuda z obter receitas de outras fontes e é benéfico para os animais selvagens e polinizadores;

5. Integrar os animais à fazenda – o esterco produzido pelo gado pode adicionar nutrientes valiosos ao solo reduzindo a necessidade de fertilizantes e aumentando a matéria orgânica. Solos saudáveis capturam grandes quantidades de carbono e reduzem a quantidade de escoamento poluído.

Por que investir na agricultura regenerativa?

É uma grande tendência para a produção de alimentos.

Colabora não só para preservar o solo, como também para regenerar áreas degradadas, o que paulatinamente pode favorecer a fixação de nitrogênio no solo e o sequestro de carbono.

No setor privado dos EUA, esse processo já movimenta mais de US$ 47,5 bilhões. No Brasil a agricultura regenerativa está sendo timidamente praticada, prioritariamente por empresas privadas.

O Brasil, uma das principais potências mundiais na produção de alimentos, tem sido pressionado pela comunidade internacional por conta do desmatamento ilegal da floresta amazônica.

Nosso desafio, mais do que preservar, é preciso que haja investimentos públicos e privados que favoreçam a preservação e a regeneração das áreas degradadas, sejam estas destinadas ou não a atividades agrícolas.

Concluindo: Nossa vantagem competitiva está na natureza, nas tecnologias recentes que começam a ser aplicadas, em investimentos no campo, e no brasileiro que nunca se furtou ao trabalho pesado. Nesse ano de 2023 o Agro já representou 28% do Produto Interno Bruto, basicamente em commodities.

O próximo passo/desafio é agregar valor aos produtos agropecuários. A bancada ruralista conta, nesse ano 2023, com 372 congressistas, o que facilitaria a aprovação de pautas para modernizar a legislação agroambiental.

Por Edson Silva, 30 dezembro 2023

Fontes de consulta

https://agrosmart.com.br/blog/o-que-e-agricultura-regenerativa/#:~:text=A%20agricultura%20regenerativa%20%C3%A9%20um,e%20o%20sequestro%20de%20carbono.

https://agroadvance.com.br/blog-agricultura-regenerativa-praticas/

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