Mestre em Ciências da Saúde, UnB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador Saúde Pública

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Desde muito cedo despertei o interesse para entender o sentido de “Gigante pela própria natureza” inscrito em nosso belo Hino Nacional Brasileiro. No meu pequeno mundo isso tinha formato de um sonho. Sempre acreditei que o trabalho produziria um Futuro que espelha essa grandeza. Entretanto, não poderíamos esperar “Deitado eternamente em berço esplendido”. Então, me debrucei sobre os livros e outros informes. A história da expansão territorial do Brasil ainda tem sido pouco pesquisada por nossa historiografia, apesar da importância estratégica e atual que reveste a questão. O potencial dos seis Biomas do Brasil nos credencia a produzir alimento para parte significativa dos 195 países do globo. Certo que temos problemas maiúsculos na seara da saúde de nosso povo, saúde primária, saúde regionais, saúde provenientes de epidemias e pandemia novo coronavírus. Nada que planejamentos estratégicos, planos de governo e planos de estado, com boa vontade e união de governantes não possam resolver.

terça-feira, 9 de maio de 2023

Uma pincelada na história da criação do Estado de Rondônia.

 Uma nova estrela no azul da União.

Foram os bandeirantes (de todas as eras) que desbravando as matas e superando os perigos, acabaram ampliando as fronteiras brasileiras, dando ao país os seus contornos definitivos.

Até o século XVII apenas algumas missões religiosas haviam chegado até a região, onde hoje se encontra consolidado o Estado de Rondônia. A formação do estado teve início no século XVIII, quando os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de Bom Jesus (antigo nome da localidade de Cuiabá), onde descobriram ouro. Nesse período, e talvez por conta desse minério, foi construído o Forte Príncipe da Beira, situado as margens do Guaporé, rio internacional e fronteiriço.

Apesar das diversas tentativas de ocupação da região, as cachoeiras existentes nos rios Madeira e Mamoré dificultavam a navegação nessas áreas, o que ensejou fosse criado projeto de ferrovia, visando superar as dificuldades impostas pela natureza, que ligaria a Bolívia com o Oceano Atlântico. Com o boom da borracha devido à crescente demanda da indústria automobilística Americana, fez aumentar o fluxo de nordestinos/seringueiros para a Amazônia Ocidental, com o fito de explorar a cobiçada commodity da época.

O primeiro grande movimento migratório ocorreu por volta de 1877, com nos nordestinos (em virtude da grande seca daquele ano na região), e com o advento da revolução industrial, quando houve uma intensa demanda de borracha natural na Amazônia. No século XIX, fase do ciclo da borracha iniciou-se o povoamento juntamente com a construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a exploração dos seringais.

Quatro estágios marcam a sua história: 1. o da E. F. Madeira-Mamoré (1912-1972); 2. o dos Territórios (1943-1981); 3. o da abertura da rodovia 364 (1961), no traçado da linha telegráfica; 4. o Estado, criado em 22 de dezembro de 1981 pela Lei complementar 41.

A primeira fase de ocupação da região foi através dos rios, e posteriormente a estrada de ferro, base do processo de desbravamento e criação dos núcleos urbanos. Estradas eram apenas carroçáveis, sendo fechadas pelas chuvas em grande parte do tempo. Como consequência dessa realidade, as distâncias entre as localidades eram medidas em duração de tempo (tantas horas, ou tantos dias para chegar ao destino, pelos infindáveis meandros dos rios amazônicos).

Marechal Rondon, entre 1907 e 1915, cumpriu instalação de 2.270 km de linha telegráfica com 28 estações, favorecendo a implantação e migração de Rondônia.

Porta de entrada da Amazonia brasileira pela BR 364, a formação do povo rondoniense é outro diferencial: o Estado foi sendo constituído por ciclos econômicos, primeiro o da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, quando naturais de dezenas de países vieram trabalhar na obra e muitos deles, depois dela pronta, ficaram por essas terras, no mesmo período em que acontecia a primeira corrida do chamado “ouro preto”, a borracha, e vieram as primeiras levas de nordestinos para os seringais; depois o novo ciclo da borracha, na década de 40 quando a Amazônia abasteceu com esse produto às tropas aliadas na 2ª Guerra Mundial e milhares de nordestinos, os “soldados da borracha” foram chegando; em seguida os ciclos da garimpagem do diamante, cassiterita e ouro para, finalmente, entre as décadas de 60 à metade da de 80 ter ocorrido a maior corrida de famílias de todos os Estados brasileiros em busca do novo Eldorado, as férteis terras de Rondônia.

Território Federal do Guaporé

Sua concepção consolidou-se após a visita do Presidente Getúlio Vargas no dia 11 de outubro de 1940, sendo essa a primeira visita de um presidente do Brasil a Porto Velho. O objetivo era permanecer apenas três horas para inaugurar algumas obras: Bairro do Caiarí, Vila Erse, Agência dos Correios e usina de eletricidade. Estendeu sua visita por três dias na cidade.

Criado pelo presidente Getúlio Vargas, Decreto n. 5812, 13/09/1943 com área desmembrada dos estados do Amazonas e Mato Grosso. O Território nasceu composto por 86% de terras pertencentes ao atual Estado do Mato Grosso e 14% das terras do atual Estado do Amazonas. Quatro municípios constituíam o Território Federal do Guaporé: Porto Velho, Lábrea (pertenciam ao Amazonas), Guajará Mirim e Santo Antônio do Alto Madeira (pertenciam ao Estado de Mato Grosso). Em 1944, Lábrea voltou a fazer parte do Estado do Amazonas, e Santo Antônio do Alto Madeira, em 1945, foi incorporado ao município de Porto Velho.

Em 1932 Porto Velho recebia a 3ª Companhia de Fronteiras e os pelotões de Guajará -Mirim e do Real Forte da Beira, e Aluízio Ferreira diretor geral da EFMM – Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, mandou construir o Colégio Barão de Solimões, a vila Caiarí (considerado o primeiro conjunto habitacional do País), trazendo de Belém médicos, professores e outros profissionais. Reconstruiu a linha telegráfica de Vilhena a Porto Velho.

O diretor Aluísio ainda deu início à construção de uma estrada que seguia o traçado da linha telegráfica rumo a Cuiabá; nascia o embrião da rodovia 364.  Instaladas nesse período as estações de Vilhena, Presidente Pena e Cachoeira de Samuel e feitas manutenções das estações de Três Buritis, Barão de Melgaço, Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Caritianas, Jaru, Ariquemes, Porto Velho, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Vila Murtinho e Guajará-Mirim.

Major Aloízio Pinheiro Ferreira tomou posse, no Rio de Janeiro/DF, como primeiro governador em 24 de novembro de 1943, porém o Território só foi instalado no dia 29 de janeiro de 1944. Foi governador até 7 de fevereiro de 1946, quando se afastou para concorrer às eleições de deputado federal, tendo sagrado vencedor ao pleito. Foi reeleito em 1950, e após dois mandatos de Dep. Federal foi derrotado em 1954. Disputou sua última e vitoriosa eleição em 1958.

Em 1954 começou a circular o jornal O Guaporé.

O deputado federal mato-grossense Joaquim Vicente Rondon, eleito em 1954, iniciou a elaboração do projeto de lei que mudou o nome do território de Guaporé para Rondônia, em homenagem ao marechal sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon. Em 17 de fevereiro de 1956 o presidente Juscelino Kubitschek assinou a Lei 2.731 - tínhamos constituído o Território Federal de Rondônia.

Território Federal de Rondônia

Não foi à toa que o território recebeu o nome de Rondônia. Afinal, foi a Comissão Rondon que primeiro “desbravou” os sertões do então Mato Grosso e Amazonas, mapeando riquezas, territórios e povos indígenas.

A política dos transportes que se implantou no Território de Rondônia, a partir de 1959, veio alterar de forma substancial o sistema de transportes. Com o surgimento da BR 029 (atual 364), considerada, à época, o “pulmão da Amazônia”, o mais importante tronco rodoviário de Rondônia, que desenvolveu os principais núcleos urbanos do território, deu à Amazônia Ocidental a opção pelo transporte rodoviário e perspectivas de desenvolvimento da região. Em 1968, graças à ação do 5º Batalhão de Engenharia e Construção marcou a consolidação da rodovia que garantiu a ligação permanente com o centro-sul do país, provocando a expansão da fronteira agrícola para Rondônia.

Os surtos migratórios da década de 70 ao longo da BR 364, os garimpos de cassiterita e pedras preciosas (Rondônia, à época produzia 90% da cassiterita comercializada no Brasil), a rápida ocupação do Território com a implantação dos projetos de colonização, acarretou a abertura do INCRA favorecendo grandes extensões de estradas e picadas que exigiam melhor conservação para facilitar o escoamento da produção agrícola e para dar apoio à população desses assentamentos.

Em 1977, pela Lei n. 6448 de 11/10/77, o Presidente Ernesto Geisel criou mais cinco municípios: Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena.

Em 1979, indicado pelo ministro Mário Andreazza, com amplo apoio do presidente João Figueiredo, o coronel Jorge Teixeira iniciou mandato de governador do Território em 10 de abril de 1979 cumprindo-o até 04 de janeiro de 1982, quando da elevação ao status de Estado de Rondônia.

Em 1981 é criado e implantado o Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil – POLONOROESTE, projeto financiado com recursos do Governo Brasileiro e do Banco Mundial tendo como objetivos: promover a adequada ocupação demográfica da região noroeste do Brasil, absorvendo populações economicamente marginalizadas de outras regiões e proporcionando-lhes emprego; aumentar a produção da região e a renda da população e assentar comunidades de pequenos agricultores embasada na agricultura autossustentada, com atendimento básico nas áreas de saúde, educação, escoamento da produção, protegendo a floresta e garantindo a manutenção das terras e das culturas das comunidades indígenas.

Esse mesmo programa alocou recursos para aquisição de equipamentos rodoviários, dotando o recém-criado DER/RO das condições necessárias para ser o condutor da política rodoviária estadual; dos serviços intermunicipais de transporte coletivo; exercer em estradas de rodagem federais situadas no território, as atribuições do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, por conta e delegação deste.

A implementação deste plano teve impulso na gestão do governador Jorge Teixeira, que assumiu o governo com um programa ambicioso de desenvolvimento, transformando o Estado num imenso canteiro de obras.

Estado de Rondônia e sua atipicidade

A não dependência exclusiva do rio, com o incremento da rodovia 364 para a sua sobrevivência faz de Rondônia um Estado atípico na Amazônia, e se levado em conta sua formação (partes dos Estados de Mato Grosso e Amazonas), além de ser a única unidade da federação fruto de um tratado internacional – a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para que a borracha da Bolívia tenha acesso aos mercados banhados pelo Oceano Atlântico. Pelo acordo, o Estado do Acre é incorporado ao Brasil.

Desde a elevação de Território para Estado de Rondônia sua população mais que triplicou. Passou de 590 mil habitantes (dezembro de 1981) para mais de 1,8 milhão (dezembro de 2021).

Rondônia foi o único Estado no qual o projeto de reforma agrária definido para expansão da fronteira agrícola em direção ao Norte surtiu positivo – deu um salto rumo ao desenvolvimento sustentável com sua força no campo, no agronegócio.

A vinda de grandes levas de mineiros, capixabas, paranaenses, gaúchos, mato-grossenses, e nordestinos atraídos pelo modelo de reforma agrária nas décadas de 1970-80, deflagraram o processo de colonização e contribuiu para definir a matriz da agropecuária de Rondônia, por meio de processos de assentamento rural implantados pelo INCRA e a criação de Núcleos Urbanos de Apoio Rural, que deram origem à maioria dos municípios do interior.

https://portalamazonia.com/estados/rondonia/40-anos-de-rondonia-estado-ja-foi-apelidado-de-eldorado-e-canaa-brasileira

O principal modal de transportes de Rondônia são as hidrovias, com destaque para a hidrovia do Madeira, sendo um dos importantes vetores de transporte da produção agrícola do Estado.

O transporte rodoviário conta com 22.433 Km de rodovias, dos quais 1.803 km são federais, 4.289 km são estaduais e 16.341 km são municipais. Seus atuais 52 municípios são atendidos por essas malhas viárias.

A relevância de Rondônia no cenário de agronegócio nacional é potencialmente marcante para os próximos anos na pecuária, piscicultura, sojicultora e a cafeicultura, entre outras. Houve um grande avanço desde a criação do Estado, mas há muito ainda a desenvolver. Entre outros casos de sucesso, o cultivo da soja saltou de 12 mil hectares para 350 mil hectares, com possibilidade de, nos próximos cinco anos, chegar a 3 milhões de hectares. Para o desenvolvimento econômico-sustentável dos municípios e regiões de Rondônia é preciso focar em nossa saída para o Oceano Pacífico, a duplicação da BR-364, e a Hidrovia do Rio Madeira, (palestra do TCE, Conselheiro Benedito Alves, agosto de 2017).

Os cinco países que mais compram produtos e aquecem o agronegócio regional são a Turquia, China, Espanha Hong Kong e Holanda. Rondônia exporta carne fresca e congelada, soja, milho, algodão, madeira entre outros produtos para Coréia do Sul, Itália, Vietnã, Índia, China, Espanha, Israel, Alemanha, Rússia, Portugal, Egito, México.

A soja é o grão carro-chefe da pauta de exportações, o segundo produto é a carne bovina reconhecida pelas missões internacionais de inspeção como de boia qualidade e produzida agora em área com status livre de vacinação para a febre aftosa. É um dos grandes produtores nacionais de café, exporta madeira, comercializa minérios de cassiterita, nióbio, tântalo, vanádio.

Concluo: criado em 1.943, pelo presidente Getúlio Vargas, completa no momento 80 anos de desmembramento como área autônoma no contexto brasileiro. Dentre os mais recentes recém-instalados estados do Brasil, Rondônia desponta célere para uma invejável posição de destaque, com o menor índice de desemprego do país, com um aumento exponencial na produção agropecuária, e principalmente como o estado/laboratório brasileiro onde a reforma agrária conseguiu atender (e superar) a expectativa pelo qual foi concebido.

Teria sido o modelo de governo implantado, com a liderança personalíssima de Jorge Teixeira de Oliveira, o grande diferencial que marcou o sucesso de um grande sonho dos Executivos do Palácio do Planalto? Uma investigação político-administrativa a ser aprofundada.

Por Edson Silva, 09 de maio de 2023.

Fonte de consulta

https://www.newsrondonia.com.br/noticia/63083-territorio-federal-do-guapore

https://transparencia.der.ro.gov.br/Institucional/Historico

https://rondonia.ro.gov.br/historia-de-rondonia-aluizio-ferreira-o-1o-governador-do-guapore-salvou-o-trem-e-enfrentou-o-cangaco-no-sertao/

https://rondonia.ro.gov.br/diof/sobre/historia/

https://tcero.tc.br/2017/08/31/vocacao-economica-dos-municipios-de-ro-e-realcada-durante-encontro-tecnico-do-profaz/

https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/centrais-de-conteudo/ro-2000-pdf#:~:text=O%20transporte%20rodovi%C3%A1rio%20do%20estado,421%2C%20425%2C%20e%20429.

https://rondonia.ro.gov.br/municipios-mais-populosos-de-rondonia-aparecem-no-radar-do-agronegocio-e-aquecem-as-exportacoes-para-asia-e-europa/#:~:text=Rond%C3%B4nia%20exporta%20carne%20fresca%20e,Egito%2C%20M%C3%A9xico%2C%20entre%20outros.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Governador Jorge Teixeira - o gaúcho apaixonado pela Amazônia.

 “Teixeirão”, guerreiro de selva, o líder certo, na hora certa para Rondônia.

Na mitologia grega, encontramos Midas, rei que tudo que tocava transformava em ouro. Hoje essa expressão “toque de Midas” é utilizada para pessoas que tem a habilidade de fazer tudo que assumem tornar próspero.

Toque de Midas - seria esse o mais destacado dom que Deus habilitou o homem Jorge Teixeira de Oliveira? Destaco alguns de seus momentos em nossa Amazônia e juntos, com sua leitura faremos essa reflexão de reconhecimento desse ser humano - hábil, sábio e cumpridor de suas missões.

Jorge Teixeira de Oliveira - filho de Adamastor Teixeira de Oliveira e Durvalina Estibem de Oliveira, nasceu em 1 de junho de 1921 em General Câmara/RGS. Casou-se com Aida Fibiger de Oliveira com quem teve o filho Rui Guilherme F. Teixeira de Oliveira e Tsuyoshi Myamoto (adotivo). Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 28 de janeiro de 1987.

“Sou um homem muito simples e vivo em termos de missão” (12.12.81, Teixeirão).

https://www.emrondonia.com/artigos/centenario-de-teixeirao-conheca-a-historia-do-governador-mais-popular-de-rondonia/

Trajetória

Formado Aspirante a oficial na Academia Militar das Agulhas Negras – AMAN – em 1947. Foi o primeiro comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS); o primeiro comandante do Colégio Militar de Manaus; entrou para a Reserva do EB em 1973; nomeado Prefeito de Manaus em 1975, administrou a capital até março de 1979; nomeado Governador do Território Federal de Rondônia em abril de 1979, pelo então Presidente João Figueiredo, recebendo a missão de transformá-lo em Estado, o que aconteceu em 22 de dezembro de 1981 (Lei Complementar n. 41). No dia 15 de maio de 1985 passou o governo do Estado de Rondônia para o dep. Estadual Ângelo Angelin.

Carreira Militar

Primeiro paraquedista militar brasileiro a saltar de um avião a jato; instalou três (3) unidades do Exército brasileiro: (1) o embrião do 7º Grupo de Artilharia em Olinda/PE, (2) o Centro de Instrução de Guerra na Selva em Manaus, (3) o Colégio Militar de Manaus. Criou ainda o Círculo Militar de Manaus, sendo seu primeiro presidente.

CIGS

Tendo por patrono o Cel Art. Jorge Teixeira de Oliveira foi criado o CIGs em 02 de março de 1964, pelo Decreto n. 53649, sendo nomeado seu primeiro comandante o Major de Artilharia Jorge Teixeira de Oliveira. Em outubro de 1970 passou a designar-se Centro de Operações na Selva e Ações de Comandos, com a missão de ministrar cursos de Operações na Selva e de Ações de Comandos. O primeiro curso de Guerra na Selva funcionou no ano de 1966.

Como primeiro comandante do CIGs, TEIXEIRÃO, como o chamavam, formou o núcleo inicial de recursos humanos com uma equipe de militares enviados ao Panamá, onde se tornaram os primeiros “jungle experts brasileiros” no Jungle Operations Training Center.

SELVA ! – a ele se deve esse brado. O CIGs não dispunha de ficha de serviço de viatura em seus primeiros dias, o que levava a sentinela a perguntar o destino das viaturas que saiam do quartel. Quase sempre recebia uma resposta apressada e lacônica – SELVA! – era o seu destino. A resposta curta, tão repetida, fez-se saudação espontânea e vibrante, alastrou-se, expandiu o seu significado, ecoou por toda a Amazônia, contagiando a todos com o mesmo ideal.

Reconhecendo a importância do trabalho pioneiro do “TEIXEIRÃO”, O Exército Brasileiro concedeu ao Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGs, a denominação histórica de Centro Coronel Jorge Teixeira. É uma justa homenagem àquele que legou às gerações posteriores uma escola militar ímpar, considerada a melhor escola de guerra na selva do mundo.

CMM

Criado no governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, pelo Decreto-Lei 68.996/71 o Colégio Militar de Manaus inaugurou suas atividades em 7 de abril de 1972, tendo como idealizador e primeiro comandante o Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, tendo ficado na função de Diretor-comandante até sua passagem para a reserva em 1973.

Prefeito de Manaus

Foi o prefeito de n. 62, pela ARENA. Seu estilo arrojado de trabalho o conduziu à Prefeitura de Manaus (1974-1979), nomeado pelo Presidente Ernesto Geisel, quando tirou a capital amazonense do marasmo, em pouco tempo transformando-a em uma moderna e bonita Metrópole.

Em sua gestão como prefeito demonstrou ser um líder carismático e estimulou a população para os avanços da cidade que despontava com o surgimento da Zona Franca de Manaus.

Governador do Território Federal de Rondônia

Instalou-se em Rondônia em 10 de abril de 1979, nomeado pelo presidente João Figueiredo, com a missão de preparar o Território Federal em Rondônia em Estado. A tarefa do novo governador nomeado era preparar administrativa, econômica e politicamente o território federal para alcançar o status de estado federativo. Novos núcleos de colonização surgiam ao longo da BR 364, e para áreas interioranas do território. O censo demográfico de 1980 demonstrou que Rondônia havia crescido em proporções muito maiores do que havia sido previsto. O crescimento das receitas e da economia, o desenvolvimento da agricultura, o impulso ganho pela pecuária, a indústria madeireira tomando corpo com o aproveitamento da abertura da floresta, colocava Rondônia nos noticiários nacionais como novo celeiro do Brasil.

Nesse período a abertura de novas estradas impulsionou a agricultura e criou municípios: Colorado do Oeste, Espigão D’Oeste, Presidente Médici, Ouro Preto do Oeste, Jaru, Costa Marques. Construção da Esplanada das Secretarias e criação de instituições que deram base estrutural para criação de um novo estado. Formou uma equipe de assessores técnicos compostas por profissionais de nível superior e multidisciplinar. Priorizava na equipe pessoas determinadas e ágeis que acompanhavam seu perfil de cumpridor de missões.

Ainda assim, perdurava um problema básico – geração de energia elétrica, que foi resolvido após a segunda metade do ano de 1980, com a inauguração da Hidrelétrica de Samuel, apesar de extensas áreas no interior continuarem sofrendo de racionamento de energia elétrica.

Em meados de 1981 as metas previstas para a transformação do Território em Estado de Rondônia haviam sido atingidas, e algumas até ultrapassadas, assim sendo proposto pelo Ministério do Interior ao Presidente João Figueiredo a elevação de Rondônia a categoria de Estado.

Em 17.08.81 o Executivo Federal encaminha ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar 221, que foi aprovado em 22 de dezembro de 1981 como Lei Complementar 41/81, que criava o Estado de Rondônia – Missão cumprida, governador coronel Jorge Teixeira.

Governador do Estado de Rondônia

A instalação do Estado de Rondônia deu-se em 04 de janeiro de 1982, sendo nomeado o coronel Jorge Teixeira como seu primeiro governador. A posse aconteceu no mesmo dia e seus primeiros atos, a estruturação do Judiciário e a criação do Tribunal de Contas do Estado. A transformação em Estado e o surto migratório intensos permitem entender a rápida criação de novos municípios.

Nas eleições de 15 de novembro de 1982 foram eleitos os primeiros eleitos pelo voto popular (3 senadores, 8 deputados federais, e 24 deputados estaduais). A maioria dos eleitos tinham o apoio político de “Teixeirão”, que se revelou um grande líder político.

Construiu escolas na capital e municípios e instituiu a Universidade Federal de Rondônia, interiorizando o Ensino Superior para Ariquemes, Guajará-Mirim, Cacoal, Ji-Paraná, Presidente Médici, Rolim de Moura e Vilhena; constituiu a Companhia de Mineração de Rondônia, para organizar o setor de minerário; criou o Banco do Estado de Rondônia, para ser o agente financeiro de fomento do desenvolvimento regional; construiu hospitais e unidades especializadas de saúde; iniciou o projeto de construção da usina Hidrelétrica de Samuel; apresentou o projeto e iniciou a execução do asfaltamento da rodovia BR-364, determinante para o progresso e crescimento regional, facilitando o transporte rodoviário e favorecendo o fluxo de importação e exportação, ligando o Estado do Acre aos demais estados da União. Instalou o sistema telefônico por discagem a distância; Criação do Polonoroeste, financiado pelo governo federal e Banco Mundial.

Para consolidar Rondônia, o Estradeiro da Floresta no célebre helicóptero Trovão Azul, viajava por todo o estado, pousando e decolando até em campos de futebol. Precisava vistoriar obras em diversas frentes, e não poupava assessores em visitar até cinco municípios num só dia.

Jorge Teixeira, por Jorge Teixeira

Administrador, apolítico, ao estilo das intenções militares modernizantes-conservadoras, modo de agir emocional, muitas vezes transbordantes. Partidário da presença do tecnocrata na política e na administração do Estado, devido ao caráter neutro que esse apresenta em prol do desenvolvimento do país.

Como os demais militares, ocupa função política apenas por ser necessária a organização do país, mas está convencido de que não são políticos e sim militar no poder no Brasil, e quando o país estiver preparado devolvem pouco a pouco o poder para os verdadeiros donos da função - os políticos. A presença do militar é essencial para a modernização do Brasil, principalmente na região norte, em pouco espaço de tempo.

Homenagens pela figura militar

O Exército Brasileiro - EB, comemora em 1 de junho o dia do Guerreiro de Selva, data de nascimento do coronel Jorge Teixeira;

O EB nomeou Centro Coronel Jorge Teixeira ao Centro de Instrução de Guerra na Selva - CIGs, em Manaus.

Homenagens pela figura política

Em Manaus, um dos maiores bairros da cidade recebe seu nome, também praças levam seu nome; bairro Teixeira em Parintins/AM.

Em Rondônia, a Assembleia Legislativa concedeu-lhe o título de cidadão honorífico e aprovou a criação dos municípios de Jorge Teixeira e Teixeirópolis - entrou para a história, virou mito; uma das principais avenidas da cidade de Porto Velho recebe seu nome; ao Aeroporto Internacional Gov. Jorge Teixeira em P. Velho; bairro Teixeirão em Porto Velho e em Cacoal; ginásio poliesportivo Jorge Teixeira de Vilhena.

Concluo: um homem importante para a história de Rondônia, liderança de personalidade forte e contraditória, representou com marcante galhardia os interesses modernizadores dos militares para o desenvolvimento econômico, social e político da região amazônica, nos anos 70 e 80.

Duas importantes lideranças político-militares, coronel Jorge Teixeira e marechal Cândido Rondon, marcaram a história da consolidação político-administrativa do Estado de Rondônia no século 21. Estabeleceram marcos, estruturaram a geopolítica regional, assentaram a soberania desse rincão nacional. Ambos, homens cumpridores de missão, que abriram portas para um trabalho político que a sociedade rondoniense é ávida por aperceber-se.

Quiçá identifiquemos homens com vocação política que vejam nesses dois líderes arquétipos a ser seguidos.

Por Edson Silva, 28 de abril 2023.

Fontes bibliográficas

https://www.gentedeopiniao.com.br/colunista/anisio-gorayeb/jorge-teixeira-de-oliveira

https://cigs.eb.mil.br/materia/556-trinta-e-um-anos-de-falecimento-do-coronel-jorge-teixeira.html

https://cigs.eb.mil.br/index.php/o-cigs

https://www.emrondonia.com/artigos/centenario-de-teixeirao-conheca-a-historia-do-governador-mais-popular-de-rondonia/

https://www.tudorondonia.com/noticias/a-criacao-do-estado-de-rondonia-marco-antonio-domingues-teixeira-e-dante-ribeiro-da-fonseca-,39.shtml#:~:text=A%20instala%C3%A7%C3%A3o%20do%20Estado%20deu,Contas%20do%20Estado%20de%20Rond%C3%B4nia.

http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1364929577_ARQUIVO_PaolaForoni.pdf

https://rondonia.ro.gov.br/historia-de-rondonia-ultimo-governador-do-territorio-e-primeiro-do-novo-estado-jorge-teixeira-plantou-cidades-e-virou-mito/

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Nossos heróis, ... não são nossos.

 Quem são nossos heróis.

O que torna uma pessoa um herói? No passado era representada por indivíduos com destaque em guerras, mitos e literatura do mundo antigo. Provavelmente muitos daqueles heróis não o seriam pelos padrões de hoje, mas de alguma forma colocaram seu nome na história.

A figura do herói expressa o ser humano que executa ações excepcionais, com coragem e bravura, que soluciona situações críticas, sempre pautado em princípios morais e éticos.

Em especial na fase de formação familiar, educação formal, educação informal, e educação incidental, onde o ser humano em formação mais precisa estar identificado com suas origens pátrias, os heróis apresentados nada tem a ver com a realidade fática brasileira.

https://epipoca.com.br/conheca-outros-personagens-da-marvel-que-vestiram-o-manto-do-capitao-america/

Antiguidade

“O passado das civilizações nada mais é que a história dos empréstimos que elas fizeram umas às outras ao longo dos séculos ...” Fernand Braudel.

Segundo historiadores, a Idade Antiga é um marco temporal que aconteceu entre meados dos anos 4.000 a.C até 476 d.C. É caracterizada por duas importantes divisões de civilizações: civilização oriental (1) e civilização ocidental (2). Os que tiveram maior impacto na sociedade da (1) egípcios, mesopotâmicos, hebreus, fenícios e persas. Já na (2) os destaques são para os gregos e romanos. Importa afirmar que não eram os únicos a compor as civilizações antigas.

Heróis da Mesopotâmia

Os feitos de Gilgamesh, rei de Uruk, foram cantados por dois mil anos até que um grande incêndio, em 612 a.C devastou a biblioteca de Nínive, que guardava os registros escritos. Desapareceram os feitos de Gilgamesh, como também os registros das sociedades que povoaram a Mesopotâmia e regiões vizinhas (o chamado Oriente Próximo). Dois mil e quatrocentos anos depois o arqueólogo britânico Austen Layard descobriu as ruinas soterradas da biblioteca de Nínive, no século XIX, e a fabulosa história desse herói, Gilgamesh, foi recuperada 48 séculos depois de seu reinado, encantando historiadores e o público leigo.

Heróis da mitologia grega

Embora o mundo dos antigos gregos já tenha passado muito tempo, ele vive nas emocionantes lendas da mitologia grega: 1. Hércules, 2. Aquiles, 3. Teseu, 4. Odisseu, 5. Perseu, 6. Jasão, 7. Belerofonte, 8. Orfeu, 9. Cadmo, 10. Atalanta.

Heróis da mitologia romana

A Roma antiga foi pródiga em documentar histórias que envolvem triunfos, derrotas e tragédias de seus heróis. Registro cinco delas: 1. Eneias (aparece tanto nas lendas romanas, quanto nas gregas) – filho da deusa romana Afrodite e do rei da Dardânia, Anquises. Abdicou do trono de Lácio para reconstruir Troia. 2. Cincinato – general, cônsul, e nomeado pelo senado, ditador romano para apaziguar os conflitos entre os tribunos e os plebeus. Após resolver o conflito renunciou ao cargo e voltou para uma vida pastoril. 3. Horácio Cocles – oficial militar romano do século VI a.C, que segundo a lenda, sozinho teria defendido a ponte que levava à cidade de Roma, impedindo que a região fosse tomada pelos etruscos. 4. Bruto, o jovem - líder político de orientação conservadora na república romana e militar foi um dos responsáveis por assassinar Júlio Cesar, Imperador romano e amante de sua mãe, Servilia Cepião. A ele, Shakeaspeare referiu-se para cunhar a expressão “Até tu, Brutus”. 5. Júlio Cesar – poucos líderes da Roma Antiga foram tão conhecidos quanto o imperador que teve uma vida curta, 102 a 44 a.C. Deixou uma marca duradoura na sociedade romana como general, estadista, legislador, orador e historiador. Iniciou uma série de reformas sociais e políticas, inclusive o calendário juliano.

Antigo Egito

Na mitologia egípcia, os heróis e heroínas são os próprios deuses. As divindades são protagonistas dos mitos e atuam em cada um dos poderes que os humanos não têm. Alguns: 1. Amon (deus do vento). 2. Anúbis (deus do embalsamamento). 3. Anuket (deusa da água e da sexualidade). 4. Aton (deus do sol). 5. Bastet (deusa da fertilidade). 6. Bés (deus da alegria de viver)). 7. Chu (deus dos céus e do ar). 8. Ísis (deusa da maternidade). 9. Maat (deusa da justiça e do equilíbrio). 10. Neith (deusa guerreira). 11. Osíris (deus dos mortos) 12. Selkhet (deusa da morte e da doença).

Entre os hebreus da antiguidade

Para o povo hebreu são inscritos em uma galeria dos heróis da fé. O livro de Hebreus menciona alguns, dentre os primeiros catalogados - 1. Abel; 2. Enoque; 3. Noé. Heróis no período patriarcal – 4. Abraão; 5. Sara; 6. Isaque; 7. Jacó; e 8. José. Heróis na nação de Israel – 9. Moisés; 10. Raabe; 11. Gideão; 12. Baraque; 13. Sansão; 14. Jefté; 15. Davi; 16. Samuel. Outros homens podem também ser mencionados nessa galeria (Jó, Daniel, Elias, Jeremias, Isaias). Mas o escritor de Hebreus faz questão de ressaltar Jesus Cristo como exemplo Supremo de fé, como o grande Herói da fé.

Heróis brasileiros – conheça nossos heróis

Foram lembrados nos 200 anos da Independência - 1. Almirante Tamandaré; 2. D Pedro I; 3. Duque de Caxias; 4. Imperatriz Dona Leopoldina; 5. José Bonifácio; 6. Maria Filipa; 7. Maria Quitéria. Acrescentamos demais heróis da Pátria: 8. Joaquim José da Silva Xavier Tiradentes; 9. Zumbi dos Palmares; 10. D. Pedro II; 11. Marechal Deodoro da Fonseca; 12. Plácido de Castro; 13. Almirante Barroso; 14. Marechal Rondon; 15. Getúlio Vargas; 16. Alysson Paulinelli; 17. Ayrton Senna; 18. Vital Brasil; 19. Oswaldo Cruz, 20. Heitor Villa-Lobos, e diversos outros brasileiros.

Parte significativa dos insignes brasileiros acima não conseguimos relacionar seus nomes aos atos de bravura ou fatos que marque sua conduta heroica para o Brasil - são ilustres desconhecidos.

Nossos referenciais para heroísmo

Em criança imitávamos nossos pais, nossos primeiros heróis – eram corajosos, valentes, protetores, defensores, audaciosos, bondosos, carinhosos, atenciosos, justos e firmes. Capazes de dar suas vidas em troca da vida do filho.

Na adolescência, nossas referências, as revistas em quadrinhos e as telinhas da TV, que ainda marcam a criação de nossos filhos, são os heróis que representam os sonhos acalentados na infância e adolescência de milhões, quiçá bilhões de seres humanos.

https://cinepop.com.br/homem-aranha-20-anos-do-filme-que-pavimentou-a-marvel-nos-cinemas-343368/

Os 10 super-heróis mais populares são famosos desde 1938, aumentando sua fama e admiração ano a ano que passa: 1. Mulher Maravilha- símbolo da força feminina, seu mentor o psicólogo William Marston. 2. Homem de Ferro - repaginado por Mark Miller, em 2002 ganhou fama de o bom canalha. 3. Homem Aranha - criado por Stan Lee e Steve Ditko em 1962, mostra a saga de um adolescente em lidar com seus poderes. 4. Batman – criado em 1939, maioria de suas escritas por Bob Kane, mostra a história de um justiceiro que não mata ninguém, mas ajuda a salvar a cidade. 5. Hulk – Stan Lee criou em 1962 uma espécie de médico-monstro que sofre por ser o que é. 6. Capitão América – o soldado americano, personagem imperialista, capitalista e patriota, é criticado por ser certinho demais. Criado no contexto da 2ª Guerra Mundial (1940, criado por Joe Simon) mantem o mesmo comportamento com valores corretos em todas as eras que o mundo passará. 7. Thor – o deus do trovão, criado em 1960 por Stan Lee. 8. Flash – consegue correr na velocidade da luz, voltar no tempo e viajar entre as dimensões, criado em 1940 por Gardner Fox e Harry Lampert. 9. Wolverine – personagem selvagem, cínico, baixinho e feioso, se tornou carismático e popular. Criado por Len Wein e John Romit. 10. Super-Homem – o homem de aço tem poder suficiente para acabar com a raça humana, mas escolheu ser um bom exemplo e ajudar a humanidade. Em 1938 Jerry Siegel e Joe Shuster deram luz a esse personagem.

Quando na juventude - em todas as partes do Brasil, da América Latina e do mundo encontramos a referência de Ernesto Che Guevara entre os jovens; houve grande identificação com suas propostas de luta. Entre seus admiradores havia muitos universitários de classe média do continente americano e europeu. Mesmo após 20 anos de sua morte a lembrança e a imagem esteve presente em bandeiras, faixas e camisetas, mas principalmente nas mentes e corações dos revolucionários. Dando a vida por suas ideias, consagrou a imagem de herói idealista, romântico, aventureiro e desinteressado, disposto a todos os sacrifícios.

Figuras importantes referendados para a área de humanas com grande influência na juventude acadêmica também marcam presença nessa fase da vida: Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lênin, Georgi Dimitrov.

Ser jovem é ser revolucionário – um documento que retrata um plano de formação sob a ótica marxista a realidade da juventude brasileira. Uma clara visão acadêmica humanística, no jargão adolescente/juvenil.

No estágio adulto – no contexto atual onde a pandemia do coronavírus assumiu uma proeminência inconteste, refletindo a ânsia por intervenções heroicas para dar conta de um desafio de grandes proporções, destacaram-se profissionais anônimos com atos heroicos, entre outros caminhoneiros, policiais, profissionais da saúde (sobretudo enfermeiros, profissionais da limpeza hospitalar) que enfrentaram os próprios medos, para lutar, dia a dia, na linha de frente, contra um inimigo invisível que fez, e continua fazendo vítimas reais.

Nessa fase adulta, onde os sonhos já deram lugar a realidade, não enfatizamos um herói específico, mas diariamente nos deparamos com o serviço imprescindível do policial, do bombeiro, do paramédico, do médico, profissional da área social, professor, do agropecuarista, do comerciante, e outros que, sem suas capas de super-heróis proporcionam a condição de nossa sobrevivência.

E na terceira idade – nessa etapa da vida já alcançamos o direito de viajar, sem o compromisso de cumprir os trinta dias de férias, brincar com os netos, assistir filmes e seriados na TV, sendo nós mesmos os protagonistas desses atos de heroísmo. “Viajamos nos filmes” de Denzel Washington, Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone, Bruce Willis, Harrison Ford, …

Lutamos anos a fio para conquistar esse direito de usufruir um tempo de vida onde a sociedade pôde contemplar nosso heroico trabalho diário.

O título “nossos heróis, não são nossos” enfatiza duas importantes fases da vida do ser humano brasileiro, talvez onde demos mais azo aos sonhos (adolescência e juventude). Costumamos viajar em terras estranhas onde nos são vendidos mitos, romances, aventuras. Nesse ciclo nossos destaques, em sonho, têm origem “de gringo”. Também parece acontecer, mas não com muita ênfase na chamada melhor idade.

Concluindo: Em todas as fases da vida buscamos com incessante interesse heróis que contemplem força, vigor, seriedade de propósitos, competência, valores morais e éticos, respeito pátrio, dignidade cidadã, submissão a Deus, para conduzir com simplicidade e destemor, uma sociedade carente de lideranças convictas de seu papel na condução de mais de 200 milhões de brasileiros.

Por Edson Silva, 21.04.2023.

Fonte bibliográfica

https://segredosdomundo.r7.com/super-herois-quadrinhos/

https://www.pravaler.com.br/civilizacoes-antigas-resumo-sobre-os-povos-da-idade-antiga/#:~:text=Na%20civiliza%C3%A7%C3%A3o%20oriental%2C%20os%20povos,povoados%20que%20compunham%20civiliza%C3%A7%C3%B5es%20antigas.

https://jafetnumismatica.com.br/herois-gregos/

https://www.megacurioso.com.br/educacao/123204-5-grandes-herois-da-roma-antiga.htm

https://estiloadoracao.com/galeria-dos-herois-da-fe/

https://ensinarhistoria.com.br/gilgamesh-a-historia-mais-antiga-do-mundo/

https://www.gov.br/pt-br/campanhas/200-anos/conheca-nossos-herois/conheca-nossos-herois

https://averdade.org.br/2020/08/marxismo-e-a-juventude-programa-de-formacao-na-quarentena/#:~:text=Entre%20as%20caracter%C3%ADsticas%20que%20Che,%2Dlo%20como%20coisa%20sua%E2%80%9D.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Dia Internacional do Ser Humano

O homem e sua natureza de estímulo às diferenças

Os conflitos estão presentes nas relações entre pessoas, seja porque são diferentes, seja porque tem objetivos e interesses diferentes. Resultam do desrespeito às diferenças entre grupos e sociedades, da intolerância, do fato de sociedades quererem se sobrepor a outras e explorá-las de alguma forma.

Formação do Ser Humano

Genesis 1:27 – E criou Deus o homem à sua imagem e semelhança, à imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou; 28 – E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.


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Não vem de Deus o espírito partidário divisor que domina a obra prima de sua criação – o homem. Discórdias, dissenções, facções afastaram o homem da relação com seu Criador e do homem com o seu semelhante.

A vida em família é uma graça de Deus, e mais altaneiro ainda quando a família tem diferenças, pensamentos e modo de ver a vida diferentes. Diferença não são problemas, o problema está na divisão causadas por pessoas que estão a semear discórdia em meio às diferenças.

O “diabólus” é aquele que divide, é aquele que separa. Não é simplesmente separar “um vem para cá, e outro para lá”. O separar-se é colocar um contra o outro, é realmente criar entre nós aqueles espíritos de contenda, ataques, confusões, onde as pessoas estão acusando umas as outras.

Torre de Babel

Tinha na forma de pirâmide com vários patamares e eram monumentos religiosos ou templos pagãos. Os antigos babilônicos concebiam o mundo como uma alta montanha e achavam que os deuses habitavam nos cumes dos montes. Era o poder político da Babilônia divinizado. Um empreendimento de homens que queriam criar para si um nome famoso, que os mantivesse unidos, formando assim um centro político e cultural, centro esse que tivesse domínio universal. O símbolo desse poderio seria uma torre muito alta. Mas o Senhor confundiu a linguagem das pessoas e colocou confusão ente elas (Genesis 11:7).

Deus permitiu que a soberba daqueles homens se voltasse contra eles mesmos e se desentendessem entre si, afastando-se um dos outros e fracassando no seu projeto. Não houve uma súbita multiplicação de línguas, mas em consequência da dispersão haviam surgido lentamente línguas diferentes.

I Reis 12:24 - Assim diz o Senhor: Não subireis nem pelejareis contra vossos irmãos; volte cada um para sua casa, porque eu é que fiz esta obra. E ouviram a palavra do Senhor, e voltaram segundo a palavra do Senhor

Divisões desnecessárias entre seres da criação Divina

1. Falsas ideologias causam divisão – doutrinas que contradizem a Palavra de Deus, trazidas impositivamente por motivos egoístas suscitam divisão.

2. Desrespeito pela consciência de outrem causa divisão - a determinação egoísta em fazer o que queremos, impondo nossa vontade, sem respeito com as dúvidas do outro, reflete uma arrogância, que inevitavelmente cria discórdia

3. Sectarismo territorial causa divisão – a herança ideológica que fragmenta entre “nós e eles”, entre “o nosso e deles” soa como um despautério sem propósito. Os que se unem tem o espírito vivificado e encontram objetivos comuns.

4. Orgulho e inveja causam divisão – “nossos projetos são melhores que os projetos deles, nossos líderes são mais eloquentes que os líderes deles, são motivos para as contendas tornarem-se inevitáveis. Pensar que somos maiores e melhores, nos torna dominados pelo orgulho. Se nos sentimos menores, a inveja e o ciúme irão tomar conta de nós.

Causas das Guerras Mundiais

1ª Guerra (1914/1918) – Principais motivos alegados: 1. Disputas imperialistas; 2. Nacionalismos; 3. Alianças militares; 4. Corrida armamentista. Teatro de operações, Europa. Estopim, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa Sofia. Envolvidos no conflito como Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália) x Tríplice Entente (Rússia, Grã-Bretanha e França). Outros países da região tiveram que tomar suas posições. Saldo de 10 milhões de mortos

2ª Guerra (1939/1945) – Principais motivos alegados: 1. O expansionismo e o militarismo da Alemanha nazista; 2. A grande humilhação que a Alemanha sofreu com o Tratado de Versalhes; 3. Invasão e anexação da Áustria, da Checoslováquia, e Polônia. Teatro de operações, Europa, África, Ásia e Oceania. Envolvidos no conflito como Aliados: Reino Unido, França, União Soviética e EUA x Eixo: Alemanha, Itália e Japão. Diversos outros países foram tomando partido. Saldo de 60 a 70 milhões de mortos.

ONU, surgimento e objetivos

Antes da criação da ONU, havia uma organização, Liga das Nações, criada com objetivo de uma proposta de paz negociada pelos países vitoriosos na 1ª Guerra Mundial. Essa organização foi desfeita por não conseguir impedir a 2ª Guerra Mundial.

Organização das Nações Unidas - surgiu no contexto da Segunda Guerra Mundial, em 24 de outubro de 1945, e seus objetivos: 1. Manter a paz e segurança internacionais; 2. Desenvolver relações amistosas entre as nações; 3. Realizar a cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; 4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para consecução desses objetivos comuns.

No período de sua fundação, a ONU contava com 51 Estados-membros. Atualmente é composta por 193 Estados-membros, todos aderem voluntariamente. Segundo a ONU, existem atualmente 30 regiões do mundo com a presença de conflitos armados. A maior parte desses conflitos envolve disputa por território e inclui entre as motivações, diferenças étnicas, religiosas e o controle de recursos naturais.

Brasil

A Sociedade brasileira marca claramente sua divisão ideológica, Conservadorismo x Progressismo, uma clara polarização política. As bases da Constituição do Brasil são progressistas, o que não é bem aceito, o que motiva o surgimento de grupos e correntes que lutam para alterar esse quadro constitucional, e isso tem sido demonstrado nas eleições de 2018 e 2022.

Comemorações de datas simbólicas (exemplificativo)

- Em 9 de agosto é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas - ONU, em 1994.

- 8 de março, Dia Internacional da Mulher, data oficializada em 1975, quando reconhecida pela Organização das Nações Unidas -ONU.

- 20 de novembro, Dia Mundial da Criança, por ser data em que foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos da Criança em 1959 (ONU).

21 de março, Dia Internacional de combate à discriminação racial, data instituída pela Organização das Nações Unidas – ONU.

- 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBT, data alusiva à revolta de Stonewall, em 1969


- 19 de novembro, Dia Internacional do Homem, criada por Jerome Teelucksingh, em 1999, com o apoio da ONU.

- 20 de março, Dia Internacional da Felicidade, instituída pela ONU, desde 2013.

- 03 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, instituída pela ONU, desde 1992.

- 22 de março, Dia Mundial da Água, instituída pela ONU em 1992.

- 24 de março, Dia Internacional do Direito à Verdade, instituído pela ONU em 2010

- 21 de março, Dia Internacional das Florestas, celebrada pela ONU desde 2012.

- 1 de outubro, Dia Internacional das Pessoas Idosas, instituída pela ONU

- 26 de julho – Dia Mundial dos Avós

- 21 de fevereiro, Dia do Imigrante italiano, instituído em 2008

- 18 de junho, Dia Nacional da Imigração japonesa, instituído em 2005

- 25 de julho, Dia da Imigração Nacional alemã no Brasil.

- 10 de junho, Dia da Imigração portuguesa no Brasil, instituída em 2003.

- 8 de outubro, Dia do nordestino, celebrado na cidade de São Paulo, instituído em 2009.

No meu entender, o Órgão (ONU), que deveria desestimular, tem homologado essas diferenças.

Necessário destacar que dentro de cada sociedade também existem muitas diferenças, em especial ao focar as diferenças das sociedades rural-urbano-industriais. As condições socioeconômicas também marcam importante diferença, que traça todo o perfil do ambiente que se vive.

Concluindo:

Diante do ponto inicial – “o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus”, “macho e fêmea os criou”. Não somos apenas irmãos, iguais entre si, mas fomos criados à semelhança do Criador, independente da raça, religião, cultura, origem, etnia, ideologia.  Diante da afirmação esposada, essas lembranças comemorativas somam ou dividem pessoas? Aglutinam povos ou os divide dentro de suas áreas de interesse? Criam conflitos, dissenções, desordem, desarmonia cultural, social, religiosa, transformando em terreno fértil para conflitos ideológicos, sociais, econômicos, bélicos.

Haveria alguma perda se trocássemos todas essas datas comemorativas para apenas uma? - O Dia Internacional do Ser Humano. Estou convicto que assim estaríamos honrando a Deus, Criador e Mentor do Ser Humano.

Por Edson Silva, 21 de março de 2023.

Fonte de consulta

https://site.ucdb.br/liturgia-diaria/vencamos-a-divisao-entre-nos-mc-3-22-30/1966/#:~:text=O%20diabulus%20%C3%A9%20aquele%20que,Isso%20%C3%A9%20pr%C3%B3prio%20do%20diabo.

https://cleofas.com.br/a-torre-de-babel-qual-e-a-sua-mensagem/#:~:text=O%20epis%C3%B3dio%20da%20torre%20de%20Babel%20quer%20mostrar%20que%20o,da%20humanidade%20perdida%20no%20pecado.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/onu.htm

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/segunda-guerra-mundial.htm

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/sociedade-relacoes-sociais-diversidade-e-conflitos.htm#:~:text=Freq%C3%BCentemente%2C%20esses%20conflitos%20s%C3%A3o%20o,longo%20da%20hist%C3%B3ria%20da%20humanidade.




quinta-feira, 23 de março de 2023

Brasil, o eterno país do futuro

Digitais de nossos estados federativos, dissecando seus setores econômicos – nosso PIB

Existe uma fórmula mágica para a construção de uma nação rica? Que elementos são necessários para constituição do país dos sonhos de todo cidadão? O problema é de formação Cultural? Educacional? Sanitária? Ética? Moral? Administrativa? Política?

Como elaborar um planejamento estratégico macro para um Brasil de dimensões continentais com essa diversidade de formação? Qual a composição adequada entre os variados setores de atividade econômica que compõe o povo brasileiro?

Um exercício nesse campo nos leva efetivamente a conhecer o Brasil real.

O Produto Interno Bruto (PIB – soma de todos bens e serviços produzidos no país) do Brasil encerrou o ano de 2022 com crescimento de 2,9% (em relação a 2021), totalizando R$ 9,9 trilhões. Já o PIB per capita alcançou R$ 46.155 nesse 2022, um avanço de 2,2% em relação a 2021.

https://revistacenarium.com.br/com-pib-de-r-37-bi-regiao-norte-tem-riqueza-similar-a-paises-europeus-como-luxemburgo/

O intuito do levantamento que apresento é descortinar o desenrolar da produção de riqueza do Brasil, chamando atenção para o papel de cada unidade federativa na geração de trabalho e renda para o brasileiro, e o desenvolvimento do estado nacional. Os números explicitados refletem o ano e o momento mencionados. A atualização dessas referências nem sempre estão disponíveis.

O Brasil desenvolve negócios nos setores primários, secundários e terciários, sendo o último responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto – PIB, e pela geração de 75% dos empregos. Importação, exportação, parcerias e desenvolvimento, como atividades econômicas completam esse ciclo de negócios. Os setores primário e secundário são encarregados na produção de bens, e o terciário, os serviços. No primário, a maior parte dos bens surge da extração de matérias-primas e da agropecuária. No secundário, os bens são produzidos pelo setor industrial da economia.

Setor primário, onde se desenvolve atividades de agricultura, pecuária, extrativismo vegetal, mineração, caça e pesca. A agropecuária destaca-se por ser responsável por cerca de 27% do PIB brasileiro. Cultivo e exportação de café, açúcar, álcool, laranja, soja, além da produção de carnes de boi, frango e suínos são atividades econômicas de importância vital na economia brasileira.

O Norte se destaca pelo extrativismo vegetal (açaí, madeira, látex, castanha), a produção e a mineração de ferro, cobre, ouro, cassiterita, diamante tem forte presença na economia.

O Centro-Oeste marca presença na agropecuária, com os plantios de soja, milho e algodão, e a criação de bovinos, em especial no bioma cerrados.

Já no Nordeste a produção de cana-de-açúcar tem uma marca histórica relevante.

Setor secundário, também identificado como industrial, caracteriza-se pela transformação da matéria-prima em produtos acabado, tendo sua força na produção de bens de capital.

A região Sudeste possui o maior parque industrial do país, abrigando as maiores montadoras e siderúrgicas, tendo no Estado de São Paulo suas maiores participações.

O Sul atua no setor automobilístico, também apresentando diversas metalúrgicas e indústrias do setor têxtil e alimentício.

No Nordeste, o setor petroleiro tem sua presença, e agora descobriu uma vocação na geração de energia elétrica usando a força dos ventos (eólica); no Norte, a Zona Franca de Manaus tem importante participação no setor secundário.

Setor Terciário, é composto por venda de produtos e prestação de serviços, são essenciais para a produção da riqueza nacional. São fundamentais para diversificação e a dinamização da economia. Reúne todas as atividades formais e informais associadas ao comércio e à prestação de serviços. É responsável por cerca de 60% do PIB do Brasil e pela geração de 75% de empregos.

Telecomunicações, serviços públicos, comunicação, tecnologia (incluindo a de informações), comércio de bens, turismo, hotelaria, restaurantes, transportes, serviços de saúde e educação, financeiros, segurança e defesa, serviços domésticos, são algumas atividades que representam esse setor terciário.

Importação e Exportação. As incontáveis riquezas naturais nesse país de dimensões continentais possibilitam a geração de empregos, renda e desenvolvimento, usufruído pelos nativos nacionais, e também exportado para outras nações.

O Brasil é o 25º maior exportador mundial de mercadorias, (OMC, 2021). Os commodities de maior peso na pauta de exportação (1) soja, (2) óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, (3) minérios de ferros e seus concentrados, (4) óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, (5) carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, (6) celulose, (7) Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas (8) farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais, (9) produtos para a Industria de transformação, (10) açúcares e melaços.

O Brasil é o 29º maior importador do mundo, (OMC, 2021). Em sua pauta, seus principais produtos: (1) adubos e fertilizantes, (2) óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, (3) produtos da indústria de transformação, (4) medicamentos e produtos farmacêuticos, (5) válvulas e tubos termiônicos, (6) equipamentos de telecomunicações, (7) partes e acessórios de automóveis, (8) compostos orga-inorgânicos, (9) gás natural liquefeito, (10) motores e máquinas não elétricos.

Em 2021, o saldo positivo da Balança Comercial do Brasil foi de US$ 57.059.800.

Composição do PIB (em bilhões de reais) dos estados brasileiros, sua ordem de posição e percentual de participação por estado nacional, para os anos levantados.

Estado

PIB (1970)

PIB (2012)

PIB 2018

PIB 2020

Participação 2020

São Paulo

309 (1)

1.349 (1)

2.211 (1)

2.378 (1)

31,25 %

Rio de Janeiro

139 (2)

462 (2)

759 (2)

754 (2)

9,90 %

Minas Gerais

63 (3)

386 (3)

615 (3)

683 (3)

8,98 %

Rio Grande do Sul

57 (4)

263 (4)

457 (4)

471 (5)

6,19 %

Paraná

33 (5)

239 (5)

440 (5)

488 (4)

6,41 %

Santa Catarina

23 (7)

169 (6)

298 (6)

349 (6)

4,59 %

Distrito Federal

24 (6)

164 (7)

255 (8)

265 (8)

3,48 %

Bahia

16 (9)

159 (8)

286 (7)

305 (7)

4,00 %

Goiás

14 (10)

111 (9)

196 (9)

224 (9)

2,94 %

Pernambuco

17 (8)

104 (10)

186 (10)

193 (11)

2,54 %

Espírito Santo

9,4 (12)

97 (11)

137 (14)

138 (14)

1,81 %

Pará

8,8 (13)

88 (12)

161 (11)

215 (10)

2,83 %

Ceará

9,9 (11)

87 (13)

156 (12)

167 (13)

2,19 %

Mato Grosso

7,1 (15)

71 (14)

137 (13)

178 (12)

2,34 %

Amazonas

2,4 (20)

64 (15)

100 (16)

116 (16)

1,52 %

Maranhão

7,7 (14)

52 (16)

98 (17)

107 (17)

1,41 %

Mato Grosso do Sul

*

49 (17)

107 (15)

123 (15)

1,62 %

Rio Grande do Norte)

2,6 (19)

36 (18)

67 (18)

72 (18)

0,95 %

Paraíba

5,7 (16)

35 (19)

64 (19)

70 (19)

0,92 %

Alagoas

4,3 (17)

28 (20)

54 (20)

63 (20)

0,83 %

Rondônia

0,7 (24)

27 (21)

45 (22)

52 (22)

0,68 %

Sergipe

2,1 (21)

26 (22)

42 (23)

45 (23)

0,59 %

Piauí

3,4 (18)

24 (23)

50 (21)

56 (21)

0,74 %

Tocantins

*

18 (24)

36 (24)

44 (24)

0,58 %

Amapá

0,9 (23)

8,9 (25)

17 (25)

18 (25)

0,24 %

Acre

1,3 (22)

8,7 (26)

15 (26)

16 (26)

0,21 %

Roraima

0,3 (25)

6,9 (27)

13 (27)

16 (27)

0,21 %

Brasil

 

2,223

7.004

7.610

 

Fonte IBGE, Contas Regionais do Brasil *não tinha status de Estado ou Território Federal

Lista de regiões do Brasil por PIB, 2020 - Total R$ 7.609.597.000

Região

PIB

Participação percentual

Região Sudeste

3.952.695.000

51.9 %

Região Sul

1.308.148.000

17,2%

Região Nordeste

1.079.331.000

14,2%

Região Centro-Oeste

791.251.000

10,4%

Região Norte

478.173.000

6,3%

Fonte IBGE, Contas Regionais do Brasil

A média do PIB per capita do Brasil em 2020 foi de R$35.935,69, de acordo com o IBGE. Nos últimos 80 anos houve significativa evolução, conforme o apurado abaixo:

 

PIB per capita por região 1939

PIB per capita por região 2019

Sudeste

R$ 4.044 (1)

R$ 44.330 (2)

Sul

R$ 2.587 (2)

R$ 42.437 (3)

Brasil

R$ 2.059 (3)

R$ 35.161 (4)

Centro-Oeste

R$ 2.025 (4)

R$ 44.876 (1)

Norte

R$ 1.678 (5)

R$ 22.811 (5)

Nordeste

R$ 1.092 (6)

R$ 18.359 (6)

Fonte IBGE, Contas Regionais do Brasil

Ilustrativo – composição aleatória de alguns PIBs (ref. 2021), seg. metodologia IBGE –

Composição do PIB do Brasil, 2022 – Serviços 68%; Indústria 24%; Agropecuária 8%

Composição do PIB de São Paulo – Serviços 47,2%; Indústria 46,3%; Agropecuária 6.5%

Composição do PIB do Rio de Janeiro – Serviços 86,3%; Indústria 13,1%; Agropecuária 0,6%

Composição do PIB de Mato Grosso – Serviços 55,5%; Agropecuária 28,1%; Indústria 16,4%

Composição do PIB do Amazonas – Serviços 64,7%; Indústria 30,9%; Agropecuária 4,4%

Composição do PIB de Rondônia – Serviços 65%; Agropecuária 20,4%; e Indústria 14,6%

Composição do PIB do Acre – Serviços 68,1%; Agropecuária 17,2%; e Indústria 14,7%

Composição do PIB de Roraima – Serviços 87,5%; Indústria 8,7%, e Agropecuária 3,8%

Considerando-se os desempenhos da economia brasileira e do agronegócio, a participação do setor no total (do PIB nacional) alcançou 24,8% em 2022, abaixo dos 26,6% registrados em 2021, Cepea

Obs: metodologia IBGE (1), considera para cálculo apenas a dimensão da produção do agronegócio “dentro da porteira”.

Metodologia Cepea (2), agrega valores da atividade agroindustrial e atividade de agrosserviços empregados nos agronegócios aos cálculos da produção agropecuária (matéria prima agrícola).

(1) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(2) Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

Concluindo,

A região Sudeste é sem sombra de dúvida a mais desenvolvida do Brasil, formada pelo Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com participação superior a 50% da produção de todos os bens e serviços produzidos no país. O Estado de São Paulo ocupa a 21ª posição no ranking das maiores economias do planeta.

Mas, merece observação o vertiginoso crescimento do PIB per capita da região Centro-Oeste, que hoje ocupa o honroso primeiro lugar, muito em razão da lavoura de soja. Cabe salientar, se na data de hoje Mato Grosso fosse um país seria o terceiro maior produtor de grãos (atrás apenas do Brasil e EUA).

Após um sumário diagnóstico do tema, brasileiro patriota, amante da nossa terra, admirador de nossa gente, como posso contribuir? Talvez melhorando esse texto e enviando aos tomadores de decisão – governantes e parlamentares (executivo e legislativo) que tiver acesso. Que tal exercitar essa vertente de participação?

Por Edson Silva, 23 de março de 2023

Fonte de consulta

https://primeirapagina.com.br/economia/video-mostra-evolucao-do-pib-por-estado-em-80-anos/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_unidades_federativas_do_Brasil_por_PIB_(1970)

https://blog.mackenzie.br/vestibular/materias-vestibular/atividades-economicas-movimentam-a-economia-do-brasil/

https://www.fazcomex.com.br/importacao/principais-produtos-importados-brasil/

https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/exportacao-e-comercio-exterior/

https://cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/agro%20conceito%20e%20evolu%C3%A7%C3%A3o_jan22_.pdf

https://www.cepea.esalq.usp.br/br/pib-do-agronegocio-brasileiro.aspx#:~:text=Considerando%2Dse%20os%20desempenhos%20da,pecu%C3%A1rio%20avan%C3%A7ou%202%2C11%25.