Mestre em Ciências da Saúde, UnB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador Saúde Pública

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Desde muito cedo despertei o interesse para entender o sentido de “Gigante pela própria natureza” inscrito em nosso belo Hino Nacional Brasileiro. No meu pequeno mundo isso tinha formato de um sonho. Sempre acreditei que o trabalho produziria um Futuro que espelha essa grandeza. Entretanto, não poderíamos esperar “Deitado eternamente em berço esplendido”. Então, me debrucei sobre os livros e outros informes. A história da expansão territorial do Brasil ainda tem sido pouco pesquisada por nossa historiografia, apesar da importância estratégica e atual que reveste a questão. O potencial dos seis Biomas do Brasil nos credencia a produzir alimento para parte significativa dos 195 países do globo. Certo que temos problemas maiúsculos na seara da saúde de nosso povo, saúde primária, saúde regionais, saúde provenientes de epidemias e pandemia novo coronavírus. Nada que planejamentos estratégicos, planos de governo e planos de estado, com boa vontade e união de governantes não possam resolver.

domingo, 20 de abril de 2025

Septuagenário – o desafio da missão cumprida

Sete décadas de lutas para edificar uma vida, quantos alcançam essa benção?

Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando (Salmos 90:10).

Os seres humanos passam por 4 fases na vida: infância, adolescência, idade adulta e velhice. Elas ocorrem dentro do ciclo da vida que possui dois grandes eventos: o nascimento e a morte.

População brasileira por faixa etária, IBGE, 2023 (1) e projeção para 2070 (2)

0 a 14 anos

15 a 24anos

25 a 39 anos

40 a 59 anos

60 a mais

20,1%

14,8%

23,3%

26,2%

15,6%

11,9%

9,2%

15,4%

25,6%

37,8%

 

Na idade adulta (21 aos 65 anos) a preparação envolve tomar decisões importantes sobre carreira, relacionamentos e finanças, como a busca por capacitação profissional ou estabelecimento de metas financeiras de longo prazo, a construção de relacionamentos duradouros e a manutenção de uma vida equilibrada entre trabalho, família e lazer.

A velhice é motivo de debate, por causa da melhoria da qualidade de vida que a tecnologia e os avanços na área da saúde proporcionam. Cada vez mais pessoas atingem os 65 anos saudáveis e ainda no mercado de trabalho. O ser humano conforme avança nessa etapa sente o corpo, aos poucos, diminuir as capacidades, como agilidade, reflexos, audição, visão. A saúde física e mental vai se deteriorando conforme as cicatrizes do tempo vão se fazendo presentes ante a finitude humana do nosso ser.

Espera-se que nessa faixa etária, 70 anos, já avô, esse possa transmitir aos netos a experiência e sabedoria acumulada ao longo da vida, além de ser um porto seguro e fonte de afeto e apoio. Ele desempenha um papel crucial na transmissão de valores, história familiar e cultura. 

Como entender o sentido da vida

A palavra missão vem do verbo latim “mito”, que significa enviar. No Novo Testamento, esta palavra vem do grego apostello.

O significado da palavra missão nos encaminha para o cumprimento de uma tarefa, um encargo, uma incumbência, um objetivo, ou um compromisso. 

Missão do ser humano - glorificar a Deus, vivendo em comunhão com Ele e com os outros, e zelando da Terra. Isso inclui servir, e amar, por meio de suas ações, palavras e sacrifício, como Jesus fez. O homem também deve ter domínio sobre a Terra, mas dentro de um relacionamento correto com Deus.

Salmos 90:12 - Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.

  • "O cabelo grisalho é uma coroa de esplendor, e obtém-se mediante uma vida justa" (Provérbios 16.31);
  • "Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado nem seus filhos mendigando o pão" (Salmos 37.25);
  • "Com os idosos está a sabedoria, e na longevidade o entendimento" (Jó 12:12); 
  • "Levantem-se na presença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus. Eu sou o Senhor" (Levítico 19:32);
  •  “A glória dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos são as cãs.” (Provérbios 20:29);

Missão cumprida, serviço pronto, tarefa realizada, trabalho completado

Abraão, o grande patriarca de Israel, considerado o pai da fé, o pai de uma grande nação, viveu até os 175 anos; a maior lição que nos deixa – a importância de ter fé, confiança e completa dependência de Deus;

José viveu muitos anos no Egito até sua morte com 110 anos, tendo sido nomeado governador do Egito aos 30 anos de idade; tornou-se o segundo homem mais poderosos do Egito ao implementar medidas para fazer frente à escassez de alimentos causada pelos sete anos de fome; foi exemplo de liderança, sabedoria e coragem;

Moisés tinha 120 anos quando faleceu, sua vista era ainda perfeita e tinha a força de um jovem, tendo conduzido seu povo por 40 anos no deserto; líder, legislador e profeta responsável por receber e implementar os Dez mandamentos ao povo de Deus; biblicamente, essa idade (120 anos) representa a integridade física máxima que um ser humano pode atingir;

Profeta Samuel viveu por volta de 80 anos; como profeta e o último juiz, liderava o povo de Israel à renovação espiritual, chamando-o ao arrependimento e à fidelidade à Deus. Ungiu a reis de Israel a Saul e Davi;

O rei Saul morreu aos 61 anos; ungido pelo profeta Samuel reinou 40 anos como o primeiro rei do Reino Unificado de Israel; liderou vitórias militares contra os filisteus, Moabe, Edom, Soba e os amalequitas; seu reinado fracassou devido a desobediência, desentendimentos tribais e ameaça dos filisteus. 

O rei Davi morreu aos 70 anos de idade, tendo reinado por 40 anos; sua missão foi unir um reino dividido, conquistar Jerusalém, e trazer a Arca da Aliança para lá. Davi exerceu uma liderança generosa e demonstra bondade para seus amigos e inimigos; foi considerado "homem segundo o coração de Deus" porque tinha um coração disposto a se render, aprender e mudar, e porque confiava plenamente em Deus;

O rei Salomão viveu cerca de 59 anos, morrendo em Jerusalém por volta de 930 a.C, tendo reinado por 40 anos; Salomão reconheceu que a verdadeira sabedoria provém de Deus; ele pediu a Deus mente sábia e prudente, e Deus lhe concedeu; governou com sabedoria e prosperidade, mas também enfrentou as consequências de suas falhas espirituais; “o coração do sábio torna sua boca sensata e seus lábios, ferramentas de persuasão”.

Daniel viveu 85 anos, tendo sobrevivido ao cativeiro de 70 anos dos judeus previsto por Deus; profeta de Deus, que também trabalhou para os imperadores da Babilônia e da Pérsia. Ele era muito sábio e interpretava sonhos. Daniel ficou conhecido como um homem justo, que obedecia a Deus; foi conselheiro dos reis da Babilônia e do império medo-persa que conquistou a Babilônia. Nos ensinou que a fidelidade a Deus é inegociável e nos qualifica para receber as bênçãos de Deus;

Apóstolo Pedro viveu cerca de 67 anos, morrendo por volta de 67 d.C.; com temperamento impulsivo e vibrante o pescador que deixou tudo para seguir a Cristo; o primeiro apóstolo a ser chamado, testemunhou muitos dos milagres, mesmo assim negou a Cristo três vezes; Depois de três anos seguindo a Cristo tornou-se um pastor, um líder da igreja e um testemunho de Cristo; exercia liderança diante dos outros discípulos;

O apóstolo Paulo viveu cerca de 63 anos, tendo nascido por volta de 1 d.C. e falecido em 64 d.C., era romano; figura central do cristianismo foi um influente missionário, apesar de não ter conhecido Jesus em vida; suas viagens missionárias foram fundamentais na disseminação do Evangelho; percorreu o Império Romano, fundando comunidades cristãs e escrevendo 14 epístolas que são parte fundamental do Novo Testamento; defensor da fé cristã, estabeleceu como missão promover a reconciliação entre judeus e não-judeus, transmitindo fundamentos que influenciam os cristãos até hoje.

Pedro II foi imperador do Brasil durante quase 50 anos, faleceu aos 66 anos; estabeleceu como meta de seu governo modernizar o Brasil, fortalecer a monarquia, promover a educação e a cultura, e garantir a estabilidade política e social do Império. Seus esforços para combater a escravidão e fortalecer a identidade nacional brasileira também são importantes aspectos de sua "missão”; incentivou a modernização da agricultura, a expansão da ferrovia, o desenvolvimento da indústria e a promoção do comércio; viajante e grande conhecedor das culturas europeias, participou de diversas exposições internacionais e estabelecido relações com grandes intelectuais e cientistas.

Duque de Caxias faleceu aos 76 anos, militar e político brasileiro, atuou em acontecimentos marcantes da história do Brasil (entre elas a Guerra da Cisplatina, a Balaiada, Guerra dos Farrapos e Guerra do Paraguai); considerado o militar mais importante da história brasileira foi transformado no patrono do Exército Brasileiro;

Coronel Jorge Teixeira, governador de Rondônia, faleceu aos 66 anos, militar e político brasileiro que executou transformações de grande envergadura nos Estados do Amazonas (primeiro diretor comandante do Colégio Militar de Manaus, criou o Centro de Treinamento de Guerra na Selva, e prefeito de Manaus) e Rondônia (transformou o Território Federal em Estado da Federação, sendo seu primeiro Governador); assim se auto apresentava: Administrador, apolítico, ao estilo das intenções militares modernizantes-conservadoras, modo de agir emocional, muitas vezes transbordantes. Partidário da presença do tecnocrata na política e na administração do Estado, devido ao caráter neutro que esse apresenta em prol do desenvolvimento do país; como os demais militares, ocupa função política apenas por ser necessária a organização do país, mas está convencido de que não são políticos e sim militar no poder no Brasil, e quando o país estiver preparado devolvem pouco a pouco o poder para os verdadeiros donos da função - os políticos. A presença do militar é essencial para a modernização do Brasil, principalmente na região norte, em pouco espaço de tempo.

Alysson Paolinelli, agrônomo e político brasileiro, faleceu aos 86 anos; uma das figuras de mais destaque da agricultura brasileira. Graças à sua contribuição para a segurança alimentar do Brasil e do mundo, em 2021 e 2022, ele foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, com o apoio de mais de cem cartas de representantes de 28 países diferentes. Infelizmente não foi laureado.

A humildade da dependência de Deus

Abraão era um homem comum (como você e eu), o que nos mostra que toda sua relevância vinha de Deus e não das suas habilidades de agradá-Lo. O exemplo de Abraão nos ensina que, apesar das suas falhas e dificuldades, ter fé e obedecer são os meios suficientes para agradar a Deus.

Estou, junto com outros 11,7% de brasileiros, septuagenários e octogenários, orgulhoso em afirmar missão cumprida, serviço pronto, tarefa realizada, trabalho completado com louvor?

Na Biografia - Como será minha prestação de contas a Deus? Meu histórico será motivo de honradez para minha família? Os locais onde prestei serviços profissionais deixei digitais que são exemplos de conduta? Minhas palavras, atitudes e ações se coadunam com a ética e valores que juro defender? Como serei apresentado às gerações futuras?

Edson Silva, 20 de abril de 2025.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

A partir de 1970 foi concebida a ideia do Brasil celeiro do planeta

 José do Egito alimenta o mundo

Segurança alimentar e hídrica estão no centro das maiores preocupações da sociedade. Como balancear produção de alimento e a demanda hídrica? Atender as necessidades atuais e futuras por alimento vai requerer um rápido aumento da produtividade, que precisa ser alcançada sem muitos danos adicionais ao ambiente. Como atender os princípios da sustentabilidade enquadrando-as em políticas públicas aceitáveis?

O Brasil, com a competente Embrapa em seus avanços tecnológicos, aproveitando os biomas propícios e a vantagem competitiva de uma boa quantidade de água, tem desenvolvido pesquisas que o colocam na vanguarda da produção agrícola. Os números demonstram claramente essa assertiva.

Desde que me estabeleci em Rondônia em 1979, viajo via terrestre, e observo a colonização do oeste brasileiro. Cerrados, outrora totalmente abandonados, hoje são plantações de grãos e cidades prósperas. Espaços ocupados pelo progresso.

Em fevereiro de 2024 me foi oportuno viajar de carro do centro-sul de Rondônia ao Paraná. Novamente em junho de 2024 atravessei as áreas produtivas de Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Impressiona o cenário produtivo: soja, milho, algodão, milheto, girassol, eucalipto, ... – até onde a vista alcança. Nesse intervalo de tempo também vi muito arroz nesses trechos de estrada.

Mas algo me fez acender a luz amarela, as enchentes no RS, e a rápida iniciativa de um “governo despreparado” para importar arroz. A setor privado respondeu rapidamente demonstrando não precisar usar desse malicioso artificio.

É VERDADE - Não temos um estoque regulador para atender a demanda alimentar de nosso povo, nem mesmo para um desabastecimento momentâneo. TODA nossa produção de alimentos é exportada na forma de commodities, não armazenando um estoque estratégico para um “tempo de vacas magras”? Me voltei para a fonte de consulta mais confiável que disponho.

Economia no antigo Egito

A agricultura era a atividade econômica fundamental. A área fértil às margens do rio Nilo ofereceu excelentes condições para a agricultura. Os egípcios colhiam diversos itens das áreas do entorno do rio. O papiro, papel usado pelos escribas, também era cultivado. Para maior eficiência no plantio eles usavam o arado, equipamento puxado por bois ou homens, para ajudar na semeadura. Os egípcios fizeram também um sistema de irrigação constituído por canais e diques.

Sonhos do Faraó

Estes foram uma forma de Deus se comunicar com a autoridade constituída do Egito. Faraó teve dois sonhos especiais – (1) Vi sete vacas gordas e belas. Depois vi sete vacas muito magras e esqueléticas. E as magras comeram as gordas. (2) Vi sete espigas cheias e maduras numa só haste. Depois vi sete espigas finas e murchas. E as espigas finas começaram a engolir as sete espigas boas.

Interpretação e aconselhamento de José

“os dois sonhos significam a mesma coisa. Haverá sete anos de muito alimento no Egito. Depois haverá sete anos em que pouquíssimo alimento será produzido”.

“Escolha um homem sábio e encarrega-o de recolher mantimentos durante os sete anos bons. Assim, o povo não passará fome nos sete anos maus que se seguirão, cujas colheitas serão escassas”.

O Faraó acatou a sugestão e escolheu a José para a missão de recolher e armazenar os mantimentos, período que JOSÉ FICOU SENDO O HOMEM MAIS IMPORTANTE DO Egito. Contava José com 30 anos.

Genesis 41:47-49 Nova Almeida Atualizada

Nos sete anos de fartura a terra produziu com abundância. E Jose ajuntou todo o mantimento que houve na terra do Egito durante os sete anos e o guardou nas cidades; o mantimento do campo ao redor de cada cidade foi guardado na mesma cidade. Assim, José ajuntou muitíssimo cereal, como a areia do mar, até perder a conta, porque ia além das medidas.

Genesis 41-53-57 Nova Almeida Atualizada

Passados os sete anos de abundância que houve na terra do Egito, começaram os sete anos de fome, como José havia predito. E havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão. Quando toda a terra do Egito começou a sentir fome, o povo clamou a Faraó por pão; e Faraó dizia a todos os egípcios: - vão falar com José e façam o que ela disser. Havendo, pois, fome sobre toda a terra, José abriu todos os celeiros e vendia aos egípcios; porque a fome aumentava na terra do Egito. E todas as terras vinham ao Egito para comprar de José, porque a fome aumentava em todo o mundo.

Jose se salienta como administrador: na casa de Potifar, no cárcere, e no reino do Egito. Suas qualidades necessárias para desenvolver a missão inteligente, energia, simpatia, previsão, coordenação, entre outras. Poucos nascem com qualidade para administrar, governar, guiar o povo. Caráter de Jose: domínio próprio, homem de fé, homem sábio e competente para aconselhar o rei.

Sete anos de grande abundância e sete anos de fome na terra; aconselhou Faraó construir depósitos para armazenar cereais durante os sete anos de fartura afim de abastecer a terra nos sete anos de fome. Plano: estruturar uma reserva estratégica de cereais. Agradou Faraó a ponto de ser a segunda autoridade do Egito. De prisioneiro hebreu ao papel de governador de todo o Egito. José contava com 30 anos.

A abundância dos primeiro sete anos foi tal que se tornou impossível manter o registro exato de toda a produção. Após o período de fartura vieram os sete anos de fome, ocasião que todas as terras vinham ao Egito para comprar cereais com José.

https://fastcompanybrasil.com/tech/foodtech/como-acabar-com-a-fome-em-um-mundo-onde-nao-falta-comida-parte-2/

Os 10 maiores exportadores agrícolas do mundo

Europa

US$ 799 bilhões

EUA

US$ 222 bilhões

Brasil

US$ 148 bilhões

China

US$ 103 bilhões

Canadá

US$ 91 bilhões

Indonésia

US$ 69 bilhões

Austrália

US$ 56 bilhões

Argentina

US$ 55 bilhões

Índia

US$ 55 bilhões

México

US$ 53 bilhões

*Europa, constituído por 50 países europeus. World Trade Statistical Review 2023

Quando analisado a área de alguns países ocupados para o cultivo de alimento, notamos algo surpreendente.

Brasil

Argentina

EUA

China

França

Índia

8%

14%

18%

18%

58%

61%

 Vale uma observação extremamente relevante: 40% dos 73 milhões de hectares usados para criação de gado estão com seus pastos moderada ou severamente degradados, podendo ser convertidos em plantações para aumentar a área cultivada no Brasil.

A NASA calculou a área de lavouras no Brasil em 64 milhões de hectares. As maiores áreas cultivadas estão na Índia (180 milhões de hectares), Estados Unidos (168 milhões de hectares), China (165 milhões de hectares) e na Rússia (155 milhões de hectares)

Evolução comercial (exportação) do Agronegócio brasileiro

2000

US$ 21 bilhões

2003

US$ 25 bilhões

2006

US$ 49 bilhões

2009

US$ 65 bilhões

2012

US$ 96 bilhões

2015

US$ 88 bilhões

2018

US$ 101 bilhões

2021

US$ 121 bilhões

2022

US$ 159 bilhões

2023

US$ 167 bilhões

 As exportações do agronegócio representaram 49,1% da receita total das exportações brasileiras, no ano de 2023, tendo o açúcar como o item que mais cresceu (42,98%), seguida por sucos de frutas e de vegetais (20%), soja (14,4%) e milho (11,8%).

Brasil e Exportação global de alimentos

O Brasil é uma grande locomotiva alimentar mundial. Em todo o planeta temos cinco maiores produtores de alimento no mundo, nessa ordem: China, Índia, Estados Unidos, Brasil e Rússia.

Hoje já exercemos a liderança nas exportações globais de pelo menos sete alimentos, segundo relatório distribuído a clientes nesse 4 de março de 2024, pelo BTG Pactual, que chama o país de “celeiro do planeta”, além da vice-liderança em outras duas commodities (algodão e etanol).

soja

milho

café

açúcar

Carne bovina

Suco de laranja

Carne de frango

56%

31%

27%

44%

24%

76%

33%

 A produtividade agrícola aumentou 58% desde o ano 2000. Nesse mesmo período o crescimento foi de 37% nos países emergentes e de 32% nas economias avançadas.

Para a safra 2023/24, 67% dos recursos para financiamento são privados e apenas 33% têm origem do governo.

Temos três pontos que a agricultura precisa cumprir para ter o desenvolvimento econômico esperado: a garantia da segurança alimentar e nutricional, o aumento da produtividade com sustentabilidade e que gere renda; tudo isso feito em um ambiente de mudanças climáticas, na qual a agricultura é altamente impactada, e com sustentabilidade. Impõe-se também o desafio de diminuir a grande dependência por insumos e a necessidade de gerar estratégias para uma agricultura de baixo carbono.

Concluindo: Vacas gordas/vacas magras, espigas vistosas/espigas mirradas - os sinais estão sendo nos mostrados; enchentes no Sul, secas no Norte, Centro-Oeste, vendavais no Sudeste. As mudanças climáticas vão afetar cada vez mais severamente. Deus ainda tem abençoado nosso Brasil, com um povo trabalhador, cientistas inovadores, terra produtiva, “rios voadores”, ENTRETANTO, políticas públicas pautadas na “sabedoria e aconselhamento de José” não tem ocupado o projeto político/administrativo de nossos governantes.

Caráter de Jose: domínio próprio, homem de fé, homem sábio e competente para aconselhar o rei. Poucos nascem com qualidade para administrar, governar, guiar o povo.

Por Edson Silva

         Eduardo Lysias de Oliveira e Silva, 05 de julho de 2024.

Fontes de consulta

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/egito-antigo

https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/historias-biblicas/2/sonhos-de-farao/

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/brasil-virou-celeiro-do-mundo-e-ja-lidera-exportacoes-mundiais-de-sete-alimentos-diz-btg/

https://www.cnabrasil.org.br/noticias/cna-realiza-webnar-ocde-fao-perspectivas-agricolas-2023-2032#:~:text=Para%20Zavala%2C%20o%20Brasil%20%C3%A9,tem%20grandes%20desafios%E2%80%9D%2C%20disse.

https://news.agrofy.com.br/noticia/202377/quem-sao-os-maiores-exportadores-agricolas-do-mundo

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/agronegocio/368173-datagro-exportacoes-do-agronegocio-registram-recorde-em-2023-e-evitam-novo-decit-na-balanca-comercial-brasileira.html

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/174066/1/4942.pdf

sábado, 8 de junho de 2024

Duas gerações na formação e consolidação de um Estado.

 Moisés - três gerações contemplaram a promessa de uma terra a um povo escolhido.

A desafio pessoal que me trouxe à Rondônia no ano de 1979 motivou esse ensaio. Hoje com três filhos nascidos na terra, que entendi a mim prometida, e que defendo como o torrão que Deus me deu. Uma aliança selada a mais de quarenta anos impõe esse compromisso que une minha família à essa promessa divina, que vai além da minha geração. Nisso vai uma reflexão, qual o tempo que corresponde uma geração? A Bíblia me serviu de bussola para essa elucidação.

https://bibliotecadopregador.com.br/quantos-anos-dura-uma-geracao/

As marcas de uma geração

- Assim se ascendeu a ira do Senhor contra Israel, e fê-los andar errantes até que se consumiu toda aquela geração, que fizera mal aos olhos do Senhor. (Números 32:13);

- E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada, comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã (Êxodos 16:35);

- E foram os dias que Davi reinou sobre Israel quarenta anos: sete anos reinou em Hebron e em Jerusalém reinou trinta e três anos (1 Reis 2:11);

- E o tempo que reinou Salomão em Jerusalém sobre todo o Israel foram quarenta anos (1 Reis 11:42).

Moisés e suas três gerações          

A vida de Moisés se divide em três períodos de 40 anos, cada um representando a preparação para algo importante.

Primeira fase – Até os 40 anos Moisés aprendeu a ser príncipe na Casa do Faraó do Egito. Essa fase de sua vida se resume aos conhecimentos seculares adquiridos. Ele recebeu a educação dos hebreus (sua mãe, sua ama, o instruiu com o legado dos descendentes de Abraão), ao tempo que também era instruído na ciência e política dos egípcios). Tinha um cetro que representava autoridade. Mas Deus o queria libertador do povo hebreu. As circunstâncias (providência Divina) o envolveram em um assassinado de um egípcio, quando teve que abandonar os benefícios da corte e fugir para preservar a sua vida.

Segunda fase – Dos 40 a 80 anos Moisés teve que aprender a ser pobre e depender dos outros para alcançar os seus objetivos – caminhar e sobreviver no deserto, constituir uma família e cuidar de ovelhas. Assim como Davi, ambos serviram como pastor antes de assumirem a responsabilidade de conduzir pessoas. Nesse ambiente ele descobriu o significado das palavras renúncia e humildade. Nessa fase ele renunciou seus títulos, seus conhecimentos e a sua própria vida e entendeu que ele sozinho não era capaz de realizar algo tão grandioso. Na experiência desse tempo de deserto ele aprendeu a liderar e ser profeta de uma Nação.

Terceira fase – Dos 80 aos 120 anos Moisés conduz o povo hebreu com destino à terra Prometida. Nessas quatro décadas a única coisa que ele tinha era um cajado, o suficiente para Deus usar e fazer maravilhas aos olhos do povo. Nesse período Deus não usou um cetro, mas o cajado para conferir autoridade à Moisés. Um homem de oitenta anos de idade confrontou o rei mais poderoso da época. Os escravos libertados (uns três milhões de pessoas) não demonstraram confiança em Deus, e por essa razão foram sentenciados a 40 anos peregrinando no deserto antes de poderem entrar na terra.

Um dos últimos discursos do grande líder Moisés (Deuteronômio 30:15-18), “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardas o mandamento que hoje te ordena, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guarda os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, você abençoará na terra a qual passa para possuí-la. Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses e os servires, então, hoje, te declara que, certamente, perecerás”.

Na fase inicial, na corte egípcia, por 40 anos sua geração o via um príncipe confiante, desafiando a própria Lei. Em seguida, depois de 40 anos no deserto ele descobriu o significado da palavra renúncia (sua segunda geração). Aos 80 anos de idade recebeu a missão de libertar o povo hebreu da servidão ao Egito, e nessa fase, os que conviveram uma terceira geração em sua companhia, notaram que se desfez de todo o seu ego, esvaziou-se de si mesmo a ponto de depender unicamente de Deus.

Nesse processo de saída do Egito reside o fato fundante, aquilo que determina a identidade de um povo". Em cada geração da vida Moisés foi como que moldando o processo de constituição identitária do povo, pela instrução divina passada ao líder escolhido.

Em cada geração o estabelecimento da identidade de um povo

Rondônia - A região conhecida por inferno da América, a mais insalubre da terra, impediu correntes migratórias. Significa dizer que a região mato-grossense, até Santo Antônio, foi um presídio a céu aberto. A monção fluvial do porto de Belém (PA) a Vila Bela (MT) levava dois anos, de ida e volta. Nos trechos encachoeirados, os homens descarregavam e recalafetavam batelões enfrentando, entre outros riscos, as infernais picadas de insetos. Teotônio, Jirau e Caldeirão do Inferno eram os piores trechos desse percurso.

A formação do estado, onde hoje está Rondônia, teve início no século XVIII, quando os portugueses, partindo de Belém, subiram o rio Madeira até o rio Guaporé e chegaram ao arraial de Bom Jesus (antigo nome de Cuiabá) onde descobriram ouro. Nesse período foi construído o Forte Príncipe da Beira, situado às margens do Guaporé, rio fronteiriço com a República da Bolívia.

A partir da década de 40 o governo central cria vários territórios, dentre eles o Território Federal do Guaporé (13/9/1943), com terras desmembradas do Mato Grosso e do Amazonas. Em 1944 ocorreu a reorganização do mapa do Território do Guaporé, que passou a contar com dois municípios – Porto Velho e Guajará-Mirim. Em 1956 passa a se chamar Território Federal de Rondônia, em homenagem ao Marechal Rondon, desbravador dos sertões de Mato Grosso e Rondônia, responsável pela instalação da primeira linha telegráfica ligando Porto Velho a Cuiabá.

Nessa primeira fase de ocupação os rios e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré exerceram papéis determinantes quanto ao desafio de desbravamento e criação de pequenos núcleos urbanos, quando então foi iniciada (no Gov. JK) a abertura da rodovia Brasília-Acre, BR 029, hoje BR 364.

Os surtos migratórios do final da década de 70 ao longo da BR 364, os garimpos de cassiterita e pedras preciosas, a crise estrutural do sistema de territórios federais, foi determinante para desencadear campanhas em prol da elevação de Rondônia à categoria de Estado.

A saga dos pioneiros abrindo picadas, criando rotas e caminhos, em busca de um espaço físico para colonizar, estabelecer a família com segurança, e produzir riqueza para sua manutenção foi o desafio de muitos desbravadores/colonizadores/desvairados pioneiros da Amazônia ocidental.

Dentro do planejamento do governo central, à época militar, Rondônia era um espaço vazio a ser ocupado: “Amazônia seria uma terra sem gente para uma gente sem terra”, slogan do então presidente Médice.

Missão, estruturar base para formação de um novo Estado

Em 10 de abril de 1979 pisa no território o coronel do Exército Jorge Teixeira, após experiências bem-sucedidas na Amazônia – criação do CIGS (Centro de Treinamento de Guerra na Selva), comandante do Colégio Militar de Manaus, Prefeito de Manaus. Nomeado governador do Território Federal de Rondônia define a estrutura básica institucional para dar suporte a sua administração – Lei n. 6.669 de 7 de julho de 1979, que dispunha sobre a criação dos órgãos de Assistência Direta ao governador

Em 22 de dezembro de 1981, através da Lei Complementar n. 41/1981, é criado o Estado de Rondônia, e em 04 de janeiro de 1982 é instalado, tendo como seu primeiro Governador o Coronel Jorge Teixeira

Rondonianos - uma geração presente na implantação da formação do Estado de Rondônia

No ano de 1979 Rondônia estava dividido nos municípios de Porto Velho, Guajará-Mirim, Ariquemes, Ji- Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena. Com a criação do Estado (1981) surgiram Colorado do Oeste, Espigão do Oeste, Presidente Médice, Ouro Preto do Oeste, Jaru e Costa Marques. No ano de 1984 foram criados Rolim de Moura e Cerejeiras; em 1986 os municípios de Santa Luzia do Oeste, Alta Floresta do Oeste e Alvorada do Oeste; no ano de 1989, Machadinho do Oeste, Nova Mamoré, Nova Brasilândia do Oeste, Cabixi, São Miguel do Guaporé; em 1993, Alto Paraíso, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Candeias do Jamari, Castanheira, Corumbiara, Governador Jorge Teixeira, Itapuã do Oeste, Ministro Andreazza, Mirante da Serra, Monte Negro, Novo Horizonte do Oeste, Rio Crespo Seringueiras, Theobroma, Urupá, Vale do Paraíso; no ano de 1997 os municípios Alto Alegre dos Parecis, Cujubim, Nova União, Parecis, Primavera de Rondônia, São Felipe do Oeste, Teixeirópolis, Vale do Anari, Buritis, Chupinguaia, Pimenteiras do Oeste, São Francisco do Guaporé.

Crescimento populacional

Ano

Migrantes/População

1.977

3.140

1.978

12.658

1.979

36.791

1.980

49.205

1.981

60.618

1.982

58.052

1.983

92.723

1.984

153.377

1.985

151.684

1.986

165.527

Total

783.527

(SEPLAN-RO/CETREMI Estimativa da FIERO18/1995 apud CIM, 2003)

anos

Rondônia

Brasil

De 1.980-1.991

7,89% a.a.

1,93% a.a.

De 1.991 a 1.996

1,68% a.a.

1,36% a.a.

 

Em 1996, 24 de um total de 40 municípios, tinha menos de 20 mil habitantes, abrigando 21,42% da população total do Estado.

Nesse período economia era baseada no extrativismo vegetal e na agropecuária. O setor primário é um dos alicerces, a agricultura (de subsistência) desenvolveu-se com a chegados dos imigrantes a partir do final dos anos 70 e início de 80. Os principais produtos agrícolas eram o arroz, café, feijão milho, mandioca e cacau. Em meados de 1980, a agropecuária fixou-se na região sul do Estado com criações de médio porte.

Anos 80 – Com essa argumentação nos chamaram para a colonização da terra de Rondon, (sim sou um rondoniano, um migrante), “a vegetação de Cerrado do planalto se mescla à Floresta Amazônica e à bacia Pantaneira, num espetáculo indescritível de encontro de floras, e biomas, cenário recortado pelos maiores formadores da Bacia Amazônica, com uma variedade de águas claras e escuras”.

Tão diversificada quanto à sua natureza é a formação social do Estado, com contribuições de todo o Brasil, culminando num grande encontro de tradições e ressignificações. Esse fenômeno foi mais evidente no período de transição do então Território Federal de Rondônia para o novo Estado, do início dos anos 80 ao início dos anos 90 do século XX.

Nessa terra, ainda hostil, berço de várias doenças tropicais (vim para essa diversidade amazônica como farmacêutico-bioquímico), os pequenos produtores rurais estavam tomando as terras do eixo da BR 364, e junto destes, uma elite agraria estava chegando para fincar raízes e disputar o poder político.

Diante dos impasses e dos desafios provocados pelas rupturas drásticas no contexto da transição para o Estado, necessário se fez construir uma memória para a região, uma questão de sobrevivência.

A onda migratória a partir dos anos 80 tem um caráter diferente das antecessoras, posto que nessa, o migrante tem como objetivo adquirir um pedaço de chão, e na grande maioria das vezes, pretendia fixar residência, lavrar, plantar e cultivar a terra, e a partir de então, criar relações de pertencimento e identidade.

Oriundos principalmente do Paraná, Rondônia recebeu contingentes significativos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Dentre os fatores que propiciaram esta grande leva de migrantes à Rondônia, pode-se destacar questões sociais, econômicas e culturais. A concentração de terras, a modernização e mecanização da produção agrícola e expansão da soja e da pecuária, na região sul do país, consolidou uma estrutura fundiária centralizadora, de forma a criar um excedente populacional que os repelia para Rondônia. É nesses arranjos sociais, espaço de heterogeneidade, diferença cultural, entremeado de conflitos diversos, que se forma o povo rondoniense.

O choque cultural foi inevitável nesse processo, que colocou as pessoas de distintas regiões em um mesmo local. Sotaques e formas diferentes de lidar com a terra e com o rebanho começaram aos poucos a se misturar em novas configurações, não apenas sociais, mas também de produção laboral. Os migrantes apegavam-se às suas culturas de origem, que estabeleceram a identidade do estado de Rondônia, como agrícola e pecuária, retrato esse que se sobrepõe ao passado histórico de uma cultura extrativista, ocultando a memória de seus protagonistas, os ribeirinhos e indígenas, que não são mais retratados nesse complexo cultural predominante.

Não foram oferecidas condições para receber esses migrantes. Falta de escolas, sistema de saúde precário e estradas mais se confundiam com picadas, onde os colonos caminhavam com “cacaio” nas costas sob sol escaldante por muitos quilômetros. Foi implantado o Projeto Logos II, um programa de formação de professores à distância, que formou diversos docentes para a área rural.

Os nascidos nesse período que quisessem ascender ao ensino superior precisavam reunir condições de deslocar, normalmente à origem de seus pais.

Condições sanitárias enfrentada pela geração de migrantes (rondonianos)

As moradias construídas de maneira inadequada para a aplicação de inseticida, a exploração predatória da floresta tropical e a concentração de milhares de pessoas em garimpos de ouro e cassiterita, abertos e descontrolados, juntamente com o aumento das condições favoráveis para a proliferação do Anopheles darlingi, desencadearam novamente importantes surtos epidêmicos na região. Assim o número de casos de malária na região incrementou de 50 mil, durante meados dos anos 1960 para 500 mil em 1987, e a incidência da malária no Brasil passou a oscilar de 400 a 5.000 mil casos ao ano, com mais de 95% registrados na Amazônia.

As leishmanioses representam importantes fontes de preocupações, uma vez que é diretamente associada ao contato do homem com a floresta onde se encontram os roedores silvestres (reservatórios) e flebotomíneos (vetores).

Estudos do Instituto Evandro Chagas mostram que os arbovírus amazônicos estão associados a uma grande variedade de hospedeiros vertebrados e artrópodos hematófagos. Trinta e seis arbovírus e vírus silvestres foram associados a doenças humanas. Cinco delas tem sido assinalada como mais importantes: dengue, oropouche, mayaro, rocio e febre amarela. As duas primeiras assinaladas como epidemias urbanas, as demais como essencialmente rurais.

Rondonienses – filhos da geração de Rondonianos

Os primeiros filhos dos migrantes de Rondônia, precisaram buscar aprimoramento profissional superior longe de seus pais, e em sua grande maioria retornaram com “canudo na mão”. Hoje são profissionais da saúde, das ciências exatas, professores e outros. Atualmente trabalham na formação de uma terceira geração.

No estágio atual o estado possui mais de 100.000 propriedades rurais que cultivam a agricultura e pecuária, típicos de minifúndios, características do modelo de colonização e ocupação do Estado pensado pelo governo e dirigido pelo INCRA na década de 1.970. O estado se dividiu em microrregiões, as quais foram adquirindo particularidades, como o adensamento de cadeias de produção ao longo do tempo, indústrias de laticínios, frigoríficos, cerealistas e indústrias de beneficiamento de grãos, cerâmica vermelha, educação etc., atraindo para a região outros segmentos produtivos que consolidaram o agronegócio da pecuária e produção de grãos como uma das principais atividades econômicas no Estado.

Assim como os hebreus tiveram seu líder em Moisés para alcançar a terra prometida, o povo de Rondônia está construindo sua história, sua identidade, sua característica própria no conjunto da cultura de vários estados aqui representados. Aqui é a terra prometida para uma gente aguerrida, que trocou o comodismo pelo desenvolvimento social em um novo solo. Como pudemos constatar, Tempos difíceis forjam um povo forte, orgulho desse pertencimento.

Concluindo, os rondonianos, nesse singelo apanhado, adentraram solo de Rondônia sob o espírito de formação do estado (1980/2020). São rondonienses, para esse nosso ensaio, os nascidos com o advento referencial da criação do Estado de Rondônia – os que contam hoje a faixa aproximada de 40 anos de idade e que já começam a liderar/comandar/governar/dirigir os destinos dessa terra abençoada, legada que foi pelos seus pais.

Por Edson Silva

       Eduardo Lysias de Oliveira e Silva, 08 de junho de 2024.

Fontes:

https://independenciacomcristo.com.br/2015/06/28/as-tres-fases-na-vida-de-moises/

https://bible.knowing-jesus.com/Portuguese/topics/Quarenta-Anos

https://transparencia.der.ro.gov.br/Institucional/Historico#:~:text=A%20forma%C3%A7%C3%A3o%20do%20Estado%20teve,de%20Cuiab%C3%A1%2C%20onde%20descobriram%20ouro.

http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/conclus_ro.pdf

https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/99bbcedc-c735-4ecc-bd69-54ac18f85cf7/content

https://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434397453_ARQUIVO_ARECENTEOCUPACAO-editado.pdf

https://www.scielo.br/j/ea/a/zcDwWg3XwwQWhCVR8vCLH3s/

chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1104194/1/ResumoMarilia5.pdf

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Modelo de família atual compromete a aposentadoria dessa geração de contribuintes

 Sistema previdenciário brasileiro, o modelo dos países emergentes

A Previdência Social é assunto predominante no debate sobre a atual situação econômico-social do Brasil. Nossa sociedade passa por mudanças demográficas, dentre elas: forte processo de envelhecimento, o aumento progressivo da longevidade e as baixas taxas de natalidade.

O desenho atual da previdência já apresenta um patamar de despesa desproporcional em relação as características demográficas do país. O Brasil tem um gasto previdenciário semelhante ou superior a países com número de idosos substancialmente maior.

Me preocupa, em especial, dentro do modelo adotado - o regime de repartição simples, como o país conseguirá manter o financiamento do sistema previdenciário no Brasil. Esse novo desenho de família – casal sem filhos, ou casal com um filho, ou casal com pet (esse me parece, o modelo preferido).

Nessa mudança geracional de comportamento familiar, quem irá financiar o nosso regime previdenciário? Sem ter quem contribua, quem manterá o sistema, que hoje já é deficitário, segundo alguns estudiosos do assunto?

Histórico no Brasil do sistema previdenciário

Esse Sistema surgiu por volta de 1923 com a sanção da Lei Eloy Chaves, a partir de um movimento dos ferroviários, que buscavam condições mais dignas de trabalho, com maior estabilidade e segurança financeira na velhice após aposentados e quando não mais tivessem condições de laborar.

Na década de 30 o sistema foi ampliado para alcançar outras categorias profissionais por meio dos Institutos de Aposentadorias e pensões.

Tentativa infrutífera, razão do insucesso

Fundada sob modelo de regimes capitalizados, a previdência do Brasil era operada como fonte de financiamento para diversos setores da economia. Muitos recursos dos institutos foram investidos na Companhia Vale do Rio Doce e na construção de Brasília, entre outros desvios de finalidade. Também colaboraram para o fracasso do sistema de capitalização: o não pagamento da cota de responsabilidade da União, a sonegação por parte dos empregadores e o processo inflacionário, já na década de 1950, resultando na adoção do sistema de repartição simples, que é praticado até hoje.

Em 1960, a Previdência Social foi de fato institucionalizada através da Lei 3.807 – Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS).

Países com características demográficas similares às brasileiras despendem com previdência algo em torno de 4% do respectivo PIB, enquanto o Brasil gasta 11% com essa rubrica (percentual do ano de 2006).

Economias como a mexicana e brasileira, cuja estrutura etária é caracterizada por possuir de 5% a 6% da população com mais de 65 anos, alocam com a previdência, respectivamente, 8% e 11% do PIB, níveis semelhantes ao de países europeus com população mais envelhecida e de extensa rede de proteção social, como Holanda, Reino Unido e Espanha.

O que é esse tal sistema previdenciário:

- Um agrupamento de normas relacionadas a auxílios sociais e aposentadorias, principalmente para trabalhadores e/ou trabalhadores em geral. Uma forma de garantir uma aposentadoria para a população que atinge uma determinada idade.

- Conjunto de regras constitucionais e legais que busca a criação de um sistema protetivo para atender às necessidades das áreas sociais.

Na elaboração do sistema de proteção previdenciária, diversos riscos sociais foram elencados pelo legislador constitucional: cobertura dos eventos de doença, idade avançada, invalidez, morte, maternidade, desemprego involuntário, e a proteção dos dependentes de segurados de baixa renda (art. 201 CF).

As bases de financiamento que garantem os recursos da Seguridade Social provêm de duas fontes – 1. orçamento da União, Estados e DF e 2. Contribuições sociais - a) empregador sobre a folha de salário, a receita ou faturamento, e o lucro; b) do trabalhador e demais segurados; c) do importador de bens ou serviços do exterior; d) sobre a receita de concursos de prognósticos.

Que regimes vigoram no Brasil:

Regime Geral de Previdência Social (INSS); administrado pelo INSS – instituição pública que cobra, obrigatoriamente, um valor mensal regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho);

Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) – funciona no mesmo sentido do INSS, porém é direcionado para servidores públicos em geral;

Regime de Previdência Complementar – regime facultativo à população e tem o objetivo de servir como renda complementar à previdência oficial.

Nossa previdência pública funciona em regime de repartição simples, os benefícios dos trabalhadores inativos são financiados pelos trabalhadores ativos no mercado de trabalho. A chamada solidariedade entre gerações. Já em outro regime, o de capitalização, as contribuições são destinadas à acumulação de reservas responsáveis pelo pagamento futuro das aposentadorias e pensões.

Leis previdenciárias

Constituição Federal, entre os artigos 194 e 204;

Lei 8212, que rege a organização da Seguridade Social;

Lei 8213, que diz respeito aos planos de benefícios da Previdência Social;

Decreto n. 3048, que regulamenta a Previdência Social.

Contribuição previdenciária

Pagamento ou compensação mensal de valores ao sistema previdenciário; valor que o contribuinte paga para garantir a sua aposentadoria ou direito a acesso a benefícios e auxílios sociais, quando necessário.

Pilares que estruturam o sistema previdenciário brasileiro

- Dignidade humana               - Solidariedade social                - Equilíbrio econômico      

- Proteção ao hipossuficiente       - Vedação ao retrocesso

Como funciona:

É uma espécie de poupança compulsória e/ou voluntária; o cidadão paga um valor mensal proporcional ao salário, ou contribuição voluntária, para ter direito a um salário proporcional a sua contribuição com o intuito de garantir uma fonte de renda; envolve, também, outros benefícios – auxílio-doença, licenças e outros tipos de auxílios sociais.

Pirâmide etária do Brasil, segundo o censo do IBGE 2022


https://www.nexojornal.com.br/grafico/2023/10/27/a-piramide-etaria-do-brasil-segundo-o-censo-do-ibge

Metade da população brasileira tem mais de 35 anos – a mediana da idade da população era de 35 anos. A análise conclui que o envelhecimento da população foi mais acelerado do que o previsto.

No censo anterior (2010) a mediana era de 29 anos. O aumento da idade mediana reflete o envelhecimento dos brasileiros, com a queda da taxa de natalidade, e aumento da expectativa de vida. A última projeção, feita em 2018, previa que a idade mediana da população seria de 32 anos em 2022.

Brasil, 203.080.756 habitantes, 2022, IBGE

Faixa etária

População

Alta/redução em relação censo 2010

0 a 14 anos

40.129.261

Queda 12,6%

15 a 64 anos

140.782.394

 

65 anos a mais

22.169.101

Alta de 57,4%

 Pets X crianças

Dados recentes mostram que a população de pets no Brasil supera em muito o número de crianças. Segundo o IBGE, em 2022, a população de cães e gatos no país era de cerca de 147 milhões, enquanto o número de crianças de até 14 anos era de pouco mais de 40 milhões. O que chama atenção é que esse número de pets nos lares vem crescendo, enquanto o número de crianças se mantém praticamente estável. Isso revela uma mudança no perfil das famílias brasileiras.

Concluindo:

Enquanto na década de 1.940 registrava-se mais de 30 contribuintes por beneficiário, essa proporção é reduzida a 5 por 1 na década de 50 e depois para menos de 3 para 1 já no início dos anos 80, sendo esse o patamar no ano de 2.013. Acrescido a esse fator, o alto grau de informalidade registrado durante anos, a ampliação da cobertura sem a adequada fonte de custeio e a concessão de aposentadorias precoces tem influenciado a ocorrência de déficits previdenciários constantes.

A gestão desse volumoso montante financeiro arrecadado tem estado em mãos de gestores competentes de mercado (diga-se, não políticos)? A opção por uma família mais enxuta, que focou nas carreiras profissionais, não afetará no processo de aposentação futuro? De onde sairá a fonte de financiamento para a manutenção do atual regime de repartição simples?

Esse processo de reforma previdenciária passa pelo Congresso Nacional, mas parece que os parlamentares debatem fake News, ideologia de gênero, câmeras corporais, decisões monocráticas do STF, saídas temporárias de presos, taxação de compras irrisórias e pix, e outros temas importantes. Mas o tema Sistema Previdenciário brasileiro é crucial para as próximas gerações, e isso não reverbera junto à sociedade.

Por Edson Silva

       Eduardo Lysias de Oliveira e Silva, 29/05/2024.

Fontes

https://blog.grancursosonline.com.br/sistema-previdenciario/#:~:text=O%20sistema%20previdenci%C3%A1rio%20%C3%A9%20um,popula%C3%A7%C3%A3o%20que%20atinge%20determinada%20idade.

https://bdm.unb.br/bitstream/10483/24486/1/2018_EdilsonRodriguesTavaresJunior_tcc.pdf

https://www.nexojornal.com.br/grafico/2023/10/27/a-piramide-etaria-do-brasil-segundo-o-censo-do-ibge

https://www.petlandco.com.br/blog/pets-x-criancas-o-novo-perfil-das-familias-brasileiras/