Mestre em Ciências da Saúde, UnB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador Saúde Pública

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Desde muito cedo despertei o interesse para entender o sentido de “Gigante pela própria natureza” inscrito em nosso belo Hino Nacional Brasileiro. No meu pequeno mundo isso tinha formato de um sonho. Sempre acreditei que o trabalho produziria um Futuro que espelha essa grandeza. Entretanto, não poderíamos esperar “Deitado eternamente em berço esplendido”. Então, me debrucei sobre os livros e outros informes. A história da expansão territorial do Brasil ainda tem sido pouco pesquisada por nossa historiografia, apesar da importância estratégica e atual que reveste a questão. O potencial dos seis Biomas do Brasil nos credencia a produzir alimento para parte significativa dos 195 países do globo. Certo que temos problemas maiúsculos na seara da saúde de nosso povo, saúde primária, saúde regionais, saúde provenientes de epidemias e pandemia novo coronavírus. Nada que planejamentos estratégicos, planos de governo e planos de estado, com boa vontade e união de governantes não possam resolver.

domingo, 23 de novembro de 2025

Direita VERSUS Esquerda VERSUS Centrão

 Como vivem, o que fazem, como decidem, o que defendem.

Apocalipse 3:15 Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que fosse frio ou quente; 16 Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.

Quem é quente ou frio define a sua essência com clareza. Sabe que para escolher determinada situação deverá renunciar outras e ponto final. São pessoas que definem suas decisões e sabem que todas elas terão consequências, mas desta forma, encontram resultados.

Histórico partidário no Brasil

No Império do Brasil o Partido Conservador (criado em 1836) defendia um governo centralizado e forte; o Partido Liberal (criado em 1840) buscava mais autonomia para as Províncias; o Partido Progressista surgiu em 1862, com liberais dissidentes e alguns conservadores (de onde surgiu o movimento republicano).

Ideologia política

Conjunto de ideias, crenças e valores que orientam a visão de uma pessoa, grupo ou sociedade sobre como a sociedade deve ser organizada e quais são os melhores caminhos para atingir os objetivos sociais, econômicos e políticos. Ela serve como um sistema de crenças para interpretar a realidade e propõe programas de ação para alcançar metas (liberalismo, conservadorismo, comunismo e socialismo). 

Conservador X Liberal X Progressista; Capitalismo X Socialismo X Comunismo; Bolsonarismo X Lulismo X Centrão; Republicano X Democrata - EUA

https://www.facebook.com/rankingdospoliticos/posts/j%C3%A1-sabiapara-o-levantamento-os-considerados-partidos-de-centro-foram-agir-avante/604947815506276/

DIREITA/CONSERVADOR/LIBERAL/

O que preza um conservador

O conservadorismo é uma filosofia que defende a manutenção de instituições, costumes e valores sociais que funcionaram ao longo do tempo. 

Valores e princípios:

  • Tradição e continuidade: Acredita que a sabedoria acumulada de gerações passadas, manifestada em costumes e instituições (como a família e a religião), é um guia seguro para a sociedade. Mudanças devem ser lentas e graduais.
  • Ordem moral duradoura: Defende a existência de uma ordem moral e de valores que devem ser preservados, associados à moralidade cristã no contexto ocidental.
  • Comunidades voluntárias: Valoriza as comunidades locais, a família e outras associações voluntárias, que considera a base da sociedade.
  • Prudência: Desconfia de utopias e de mudanças radicais, priorizando a estabilidade e a experiência prática em vez de teorias abstratas.
  • Limitação do poder: Defende a necessidade de limites prudentes sobre o poder e as paixões humanas.
  • Hierarquia: Embora não seja um ponto universal, alguns conservadores valorizam uma certa hierarquia social e familiar como parte da ordem natural. 

O que preza um liberal

O liberalismo é uma filosofia que coloca a liberdade individual no centro de sua visão, buscando romper com estruturas tradicionais que oprimem ou limitam essa liberdade. 

Valores e princípios:

  • Liberdade individual: É o princípio fundamental. O liberalismo defende os direitos e liberdades individuais, como liberdade de expressão, religiosa e de ir e vir.
  • Livre mercado: Defende a propriedade privada, o livre mercado e a não intervenção excessiva do Estado na economia, acreditando que a competitividade gera riqueza e prosperidade.
  • Estado de direito: Preza a igualdade de todos perante a lei e a limitação do poder estatal, garantindo os direitos individuais.
  • Progressismo: Acredita na mudança, na transformação e no progresso, usando a razão para solucionar problemas e melhorar a sociedade.
  • Democracia: Valoriza a democracia liberal como forma de governo que protege os direitos individuais e a autonomia. 

A união "conservador/liberal"

A expressão "liberal na economia e conservador nos costumes" é comum para descrever uma visão que: 

  • Apoia a liberdade econômica, o livre mercado e a mínima intervenção estatal, alinhando-se com o liberalismo econômico.
  • Ao mesmo tempo, defende valores sociais, morais e culturais tradicionais, alinhando-se com o conservadorismo social. 

ESQUERDA/PROGRESSISMO/COMUNISMO/SOCIALISMO

O que defende um cidadão de esquerda

Os ideais que um progressista/comunista preza, de acordo com o marxismo, visam a criação de uma sociedade sem classes, sem propriedade privada dos meios de produção e, em última instância, sem Estado. Embora existam diversas variantes e interpretações, os princípios que vendem incluem a igualdade, a coletividade e o fim da exploração. 

Princípios e objetivos centrais

  • Propriedade comum: A propriedade dos meios de produção (fábricas, fazendas, minas) deve ser de domínio comum, não privada. O objetivo é que os recursos sejam alocados de acordo com a necessidade de cada um, e não com base no lucro individual.
  • Abolição das classes sociais: Busca-se eliminar a divisão da sociedade em classes sociais, especialmente entre a burguesia (donos dos meios de produção) e o proletariado (trabalhadores). A meta é acabar com a exploração do trabalho e a desigualdade que dela deriva.
  • Distribuição de acordo com as necessidades: O princípio "De cada qual, segundo a sua capacidade; a cada qual, segundo a sua necessidade" resume a ideia de que a riqueza deve ser distribuída com base no que as pessoas precisam para ter uma boa vida.
  • Emancipação do trabalhador: O comunismo defende a liberdade do trabalho alienado, onde o trabalhador é explorado pelo capitalista. Busca-se a valorização do trabalho e a garantia de que os frutos dele sejam usufruídos por todos.
  • Coletivismo: A colaboração e o bem-estar da sociedade como um todo são valorizados acima do individualismo. Em uma sociedade comunista, as pessoas trabalhariam em conjunto para produzir e distribuir os bens necessários para viver.
  • Fim do Estado (a longo prazo): Na teoria marxista, o Estado é visto como um instrumento da classe dominante. A fase final do comunismo, a sociedade sem classes, implicaria o desaparecimento gradual do Estado, que se tornaria desnecessário. 

Na realidade

É importante notar que a implementação histórica do comunismo, especialmente em regimes autoritários como a antiga União Soviética e a China, desviou-se de muitos desses ideais teóricos, resultando em:

  • Falta de incentivo ao lucro e inovação: Críticos apontam que o planejamento centralizado e a falta de lucro podem reduzir a produtividade e a inovação econômica.
  • Perseguição política e religiosa: Regimes que se autodenominaram comunistas foram historicamente associados à perseguição de opositores políticos e religiosos.
  • Governança autocrática: Muitos regimes comunistas se tornaram governos autocráticos, em contraste com a ideia teórica de autogoverno. 

O militante comunista, entretanto, deve ter essa clareza e ateísmo que é inerente ao marxismo, mas é preciso saber como se utilizar dele. Lênin vê como chave a luta de classes, diz: é preciso saber lutar contra a religião, e para isso é preciso explicar de modo materialista a fonte da fé e da religião entre as massas. Não se pode limitar a luta contra a religião a uma prédica ideológica abstrata, não se pode reduzi-la a essa prédica; é preciso pôr esta luta em ligação com a prática concreta do movimento de classe dirigido para a eliminação das raízes sociais da religião.”

Portanto, enquanto na teoria buscam a igualdade e a justiça social, as experiências históricas de sua aplicação concreta levantam questionamentos e são frequentemente criticadas. 

CENTRÃO

Origem - Quando se trata da política no século XIX é comum ler que dois grandes partidos se revezaram no poder durante o Segundo Reinado – o partido liberal e o conservador. Não se destaca, contudo, a existência de outros grupos políticos. Neste sentido, merece destaque a atuação da Liga ou Partido progressista, que se organizou inicialmente na Corte, no contexto das eleições de 1860, formado a partir das dissidências conservadoras, mas também liberais, e chamado de “moderado”, “liga”, “ligueiros” (em tom pejorativo).

O Centrão surgiu durante a Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988) como um bloco de parlamentares de centro e centro-direita que se uniram para se contrapor às propostas consideradas mais progressistas da esquerda e de partidos como o PMDB. A formação desse grupo, influenciado por interesses conservadores e empresariais, teve como objetivo principal negociar e influenciar o processo de elaboração da nova Constituição, buscando a manutenção do poder e o adiamento de avanços em pautas como a democratização da mídia (Visão geral criada por IA). 

Formação: Parlamentares de diversos partidos, como PMDB, PDS, PTB, PFL e outros, se uniram para articular o grupo. Motivações: A união ocorreu pela resistência a pautas progressistas e pelo interesse em garantir uma maior influência no processo constituinte. Características: O bloco ficou conhecido por uma política mais fisiológica, com a máxima "é dando que se recebe", e por atuar na sustentação de governos, como o de Sarney. Ressurgimento: O termo ficou adormecido por quase três décadas, mas ressurge com força a partir de 2016, com a organização política liderada por Eduardo Cunha, para designar um bloco que atua com o mesmo objetivo de negociação com o governo, em troca de cargos e benefícios (Visão geral criada por IA).

Agrupamento de partidos políticos sem ideologia definida, que formam base de apoio para o presidente que ocupa o cargo de ocasião. O objetivo do grupo é superar a rivalidade ideológica e garantir um consenso entre os blocos parlamentares de direita e esquerda, garantindo a aprovação de projetos que não conseguiriam ser aprovados por um só bloco partidário. 

Defende principalmente interesses próprios e pragmáticos, que incluem a manutenção do poder e do acesso a cargos e recursos. Embora seus partidos possam ter posições ideológicas conservadoras ou liberais, o grupo é caracterizado por sua flexibilidade e pragmatismo, negociando apoio ao governo com base em trocas e benefícios, independentemente da ideologia do governante. Em alguns momentos, também defendeu a moderação de posições extremas e a preservação de direitos sociais, como na época da Constituinte (Visão geral criada por IA).

Na experiência política brasileira, o Centrão vai se desapegar de qualquer conotação ideológica, política ou programática, destacando que o agrupamento político é mais conhecido “pela prática fisiológica nas relações políticas e que procura apoiar politicamente o Governo de plantão”.

Concluindo:

Como brasileiro eleitor, já conseguimos ter alguma evolução no interesse pelo processo político, graças às redes sociais, mas ainda temos muito a aprender no conhecimento político-ideológico. Ainda votamos por amizade, empatia, simpatia, por discursos acalorados, por favores pessoais. Nos revoltamos quando vemos o político em que depositamos nossa confiança votar em bloco nas pautas que discordamos (por vezes esse representante tendo afirmado pensar como nós) – se vê obrigado a votar nos valores ideológicos/interesses fisiológicos de seu partido.

O interessante das duas ideologias (esquerda e direita) é que onde elas imperam, os cidadãos de esquerda arriscam a vida para viver no país de direita; mas não temos nota de alguém de país capitalista desejando viver em país comunista/socialista. Coréia do Norte e Coréia do Sul; Vietnam do Norte e Vietnam do Sul; Países da América Central/México e EUA; Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental (no passado).

Com a passagem do bastão presidencial de João Figueiredo para José Sarney (1985), os partidos alinhados com ideologias de esquerda e centro ajustaram seus lemes progressistas no Brasil até as eleições de 2018, quando Bolsonaro reacendeu a chama da ideologia conservadora (Deus, Pátria, Família, Liberdade).

Uma clareza preciso externar, o político de direita tem uma ideologia a apresentar; o político de esquerda defende uma ideologia definida; já os representantes dos partidos que compõem o Centrão buscam acomodar “sua ideologia” de acordo com o momento político/social/econômico.

Por mais que a velha imprensa venda a assertiva que o País esteja polarizado (“Bolsonarismo X Lulismo), me permito discordar. Na democracia norte americana conseguimos enxergar claramente a polarização Republicanos X Democratas, mas em terras tupiniquins, quem define o rumo político do Brasil é o Centrão, ou deveríamos chamá-lo “Sistema”, umbilicalmente ligado ao Executivo, Legislativo e Judiciário.

Como cristãos somos chamados a discernir o que preservar e o que transformar, sempre guiados pelos valores do Pai celestial. Seja na vida cotidiana ou no diálogo político, a pergunta que nos cabe como cidadão: as escolhas que faço refletem os valores de Cristo? Essa deve ser a nossa verdadeira bússola.

A maturidade político/administrativa do Brasil está entrelaçada com nossas escolhas eleitorais em pessoas que teríamos coragem DE CONSTITUIR para conduzir nossa empresa, tê-lo como professor de nosso filho, ser o médico da família, ser o policial que protege meu bairro? Esse representante deve primar por SERVIR AO PAÍS, E NÃO SE SERVIR DO PAÍS.

Por Edson Silva, 23/11/2025

Fonte:

https://portal.unit.br/blog/noticias/como-funciona-o-centrao-e-seu-papel-na-politica-brasileira/

https://teologiamissional.com/2024/12/10/cristianismo-e-conservadorismo-uma-reflexao-sobre-fe-e-politica/

https://www.esquerdadiario.com.br/Os-comunistas-e-a-religiao-55261

chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www2.ufjf.br/semic/files/2010/08/O-PARTIDO-PROGRESSISTA-E-A-POLITICA-IMPERIAL-ORIGENS-E-PROPOSTAS-1857-1870.pdf

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Em Tempos de COP30 ou seria FLOP30?

Mudanças Climáticas, Populações originárias indígenas

"...e se esforcem para viver dignamente, para cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós lhes ordenamos, a fim de que a conduta de vocês seja exemplar aos olhos dos de fora e vocês não dependam de ninguém" - 1 Tessalonicenses 4:11-12

O que é a COP30 e quando ela acontece? - é o 30° encontro anual da ONU sobre mudanças climáticas. Acontece 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém no Pará.

COP significa "Conferências das Partes". Teve sua origem na Conferência Rio-92, onde foi firmada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Na percepção do atual Governo do Brasil a COP30 representa uma oportunidade histórica para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre mudanças climáticas e sustentabilidade global.

O evento é o principal espaço de negociação e decisão sobre o clima no mundo e reúne representantes de diversos países, diplomatas, especialistas e ativistas. Tem foco nos debates da redução de emissões, energia renovável, preservação da biodiversidade, financiamento climático. Abordará seis temas principais: Transição nos Setores de Energia, Indústria e Transporte. Gestão Sustentável de Florestas, Oceanos e Biodiversidade.

Amazônia, quem é você?

O olhar externo sobre a Amazônia muda conforme a intenção de controle, uso ou exploração de seus territórios. Quando os povos amazônicos resistem à ocupação, são tachados de selvagens – e a floresta, demonizada. Quando se deseja avançar sobre suas terras, ela se torna vazio demográfico, como na construção da BR-163. E quando se busca explorá-la economicamente, surgem discursos ambientalistas que, sob o pretexto da conservação, tentam monetizar a floresta e retirar dela seus verdadeiros guardiões. É o que acontece agora com a forte defesa do mercado de carbono.

“Pulmão do mundo. Inferno verde. Reservatório de biodiversidade. Patrimônio da humanidade. Terra de ninguém. Celeiro de recursos naturais.” A lista é longa – e poderia seguir com as muitas terminologias já atribuídas à Amazônia. Mas é sempre importante lembrar: ao falar de Amazônia estamos nos referindo a uma região que ultrapassa 6 milhões de quilômetros quadrados, atravessa nove países da América do Sul e abrange nove estados apenas no Brasil. Não é pouca coisa. Mais da metade do território brasileiro é Amazônia.

Narrativa dos chamados ambientalistas

Após anos de crescimento nos índices de desmatamento, degradação e queimadas na Amazônia, os cientistas alertam que o bioma pode ser estar perto de um ponto de não retorno. Um estudo escrito por uma coalisão de cientistas e líderes indígenas apontam para o colapso já em 2029. (GloboNews)

De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), a "savanização" da Amazônia já estaria acontecendo. Mais de 2 milhões de quilômetros quadrados do bioma estariam muito próximos do ponto de não retorno. (GloboNews)

Apesar de todos os dados alarmantes, os autores do relatório afirmaram que ainda é possível proteger 74% da Amazônia intacta remanescente e restaurar até 6% das áreas degradadas. No entanto, para isso é preciso agir imediatamente. (GloboNews)

O relatório recomenda que a área florestal remanescente seja governada em conjunto com as comunidades indígenas locais e que cada país amazônico apresente um plano de ação para atingir a meta de proteger 80% do território até 2025. (GloboNews)

Notícias de outubro de 2025

Segundo o Itaramaty, 143 delegações e 57 chefes de Estado e de governo confirmaram presença na Cúpula de Líderes.

Muitos líderes mundiais ainda não confirmaram presença e alguns não são esperados, como é o caso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A China, o maior emissor de gases que causam o aquecimento global, deve enviar uma delegação, mas o presidente Xi Jinping provavelmente não comparecerá.

COPs anteriores foram criticadas pelo grande número de participantes ligados às indústrias de carvão, petróleo e gás. Ativistas argumentam que isso demonstra a influência contínua dos defensores dos combustíveis fósseis.

Antes da COP30, os países deveriam ter apresentado planos atualizados e detalhados de como eles vão reduzir suas emissões de gases que aquecem o planeta. Um terço dos países fez isso.

Um macabro FLOP 30 (o tamanho da vergonha)

Evento

Chefes de Estado - líderes

País do evento

COP26 (2021)

100

Glasgow - Escócia

COP27 (2022)

90

Sharm el-Sheikh - Egito

COP28 (2023)

150

Dubai – Emirados Árabes

COP29 (2024)

59

Baku - Azerbaijão

COP30 (2025)

28

Belém - Brasil

Seria esse esvaziamento de chefes de estado um sinal de que essas pautas não mais interessam aos países desenvolvidos do hemisfério norte, que não admitem mais nenhuma cota de sacrifício para alimentar o apetite de governantes do 3º mundo por verbas a fundo perdido? 

Na abertura oficial, dia de 10 de novembro 2025, a Conferência do Clima das Nações Unidas, em Belém (PA) o Presidente da conferência, que pela primeira vez acontece na Amazônia, o embaixador André Correa do Lago disse que o multilateralismo é o caminho definitivo para o combate às mudanças do clima.

A COP30 fará alguma diferença?

Alguns observadores, como a ativista Greta Thunberg, acusaram COPs anteriores de greenwahingh (tentativa de "lavar" a imagem da empresa com uma aparência de preocupação ecológica), permitindo que países e empresas promovam sua imagem ambiental sem realmente fazer as mudanças necessárias.

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro 2025, o presidente Trump classificou as mudanças climáticas como "a maior farsa já perpetrada contra o mundo" e atacou falsamente as inúmeras evidências científicas sobre o aumento das temperaturas. Ele também prometeu ampliar a exploração de petróleo e gás e reverter iniciativas ambientais adotadas por seus antecessores.

Três grandes gargalos que a diplomacia brasileira terá que enfrentar na COP30:

O primeiro em relação ao financiamento para as medidas voltadas para a transição ecológica, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. As nações mais pobres, mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas e que, historicamente, contribuíram menos para o efeito estufa porque emitiram menos carbono na atmosfera, querem que os países ricos se comprometam a aumentar o volume de recursos destinados ao combate à crise climática. Os desenvolvidos, por sua vez, hesitam em se comprometer com mais recursos.

Uma das apostas do governo brasileiro em relação ao financiamento de ações para o combate às mudanças climáticas foi a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. O lançamento oficial do fundo será nesta semana e a expectativa do governo é de que ele possa, no longo prazo, arrecadar até US$ 125 bilhões. Até agora, no entanto, apenas o Brasil anunciou, oficialmente, um valor para aportar no fundo: US$ 1 bilhão. A Indonésia também já afirmou que faria um investimento no fundo, mas não revelou o valor e nem quando isso aconteceria.

Outro ponto que deve gerar tensão durante a COP30 serão as discussões em torno da transição energética. A COP28 terminou com um consenso segundo o qual o mundo teria que fazer uma transição para se distanciar do uso de combustíveis fósseis, mas não há um mandato oficial para que a conferência determine metas ou prazos para que essa transição aconteça. O Brasil, hoje, não tem legitimidade para liderar esse tipo de conversa sobre transição para longe do petróleo - o Brasil acabou de abrir um poço para a pesquisa de petróleo no bioma amazônico onde acontece a COP30.

Contabilidade Ambiental/Contabilidade Verde (193 países no Globo)

Planeta Terra

71%

Oceanos

 

 

29%

Continentes

 

 

 

16%

Desertos e terras geladas

 

 

13%

7%

Florestas

 

 

6%

Atividades humanas

A população mundial de 8.235.000.000 não tem capacidade de causar prejuízo ao clima global. Em algumas situações pontuais afetam o microclima regional.

Injustiça com os guerreiros da Amazônia, convocados por governos brasileiros 70/90 para aliviar as pressões sociais nos estados NE, SUL, SUDESTE, e garantir a soberania dos estados da Amazônia Legal. O incentivo à colonização de Rondônia se deu por meio de políticas governamentais, principalmente durante a ciclo militar (1964–1985), que buscavam a integração e ocupação da Amazônia. A ideia era povoar a região com migrantes de outras partes do Brasil, especialmente do Sul e do Nordeste, usando o lema "Integrar para não entregar". 

O governo e setores privados realizaram intensa propaganda, divulgando a imagem de Rondônia como um "Novo Eldorado", com terras férteis e fartas oportunidades. Essa publicidade, no entanto, frequentemente ocultava a realidade das dificuldades e a falta de preparo de muitas áreas para o cultivo.

 Além dos incentivos, o processo foi impulsionado por fatores que "expulsavam" pessoas de seus locais de origem. No Nordeste, a seca crônica e a pobreza motivaram a migração. Já no Sul/Sudeste, a modernização da agricultura (mecanização) e a alta concentração de terras levaram muitos pequenos proprietários e sem-terra a buscarem novas oportunidades.

Equivocadamente, Confúcio Moura defendeu a criação de 11 unidades de conservação em Rondônia durante seu mandato de governador (2011-2018), afirmando que foram criadas com base em estudos técnicos e seguindo a legislação. Poucos dias após a criação, a Assembleia Legislativa de Rondônia tentou revogar as unidades de conservação por meio de decretos legislativos e promulgou leis para impedir a criação de novas áreas protegidas.

De acordo com Evaristo de Miranda, os produtores rurais da Amazônia não têm vez, nem voz, nos debates sobre o futuro da Amazônia. E terão ainda menos na COP 30, cuja organização parece ir contra o Brasil amazônico. Ali, eles já são considerados uma espécie extinta. Não há plano governamental coordenado para efetivar a regularização fundiária na Amazônia. Nem para promover o desenvolvimento de milhões de pessoas nas áreas rurais.

O crime organizado é o principal empregador na Amazônia, cuja “mexicanização” já aconteceu. As operações de guerra visam os produtores rurais e não o narcotráfico. Mesmo com a repressão policial e ambientalista, centenas de milhares de agricultores seguirão re-existindo na Amazônia, com sonhos familiares, trabalho e pequenos desmatamentos para suas roças de mandioca, milho, arroz, feijão, café, frutas, pastos e agrofloresta. Cada um por si e Estado, ONGs e Crime Organizado contra todos, como diria Macunaíma (Evaristo de Miranda, 6 de março de 2025)

A "desintrusão na Amazônia" refere-se a ações de retirada de invasores e atividades ilegais de territórios indígenas e unidades de conservação, com o objetivo de proteger os povos originários e o meio ambiente.

O governo Lula (PT) está em vias de iniciar uma operação de campo em milhares de propriedades de 81 municípios de estados da Amazônia Legal para verificar in loco a situação fundiária e ambiental das terras. O plano prevê três fases de execução, cada uma delas com dois anos de prazo. Na primeira etapa, 48 municípios serão abordados, englobando cerca de 7.312 famílias. Com os outros dois ciclos seguintes, espera-se chegar às 31 mil propriedades.

Populações originárias indígenas somados a seus descendentes no Brasil

Estado

Área km²

População indígena

Área por indivíduo

 

Amazonas

1.559.255

490.854

3.18 km²/indivíduo

 

Pará

1.245.870

80.794

15.42 km²/indivíduo

 

Mato Grosso

903.208

30.654

29.46 km²/indivíduo

 

Minas Gerais

586.513

18.232

32.17 km²/indivíduo

 

Bahia

564.760

229.106

2.47 km²/indivíduo

 

Mato Grosso do Sul

357.142

110.669

3.28 km²/indivíduo

 

Goiás

340.242

11.238

30.27 km²/indivíduo

 

Maranhão

329.651

58.749

5.61 km²/indivíduo

 

Rio Grande do Sul

281.707

36.096

7.80 km²/indivíduo

 

Tocantins

277.423

20.301

13.67 km²/indivíduo

 

São Paulo

248.219

32.339

7.67 km²/indivíduo

 

Rondônia

237.576

26.657

8.81 km²/indivíduo

 

Acre

152.581

31.547

4.84 km²/indivíduo

 

Roraima

224.301

97.320

2.30 km²/indivíduo

 

Amapá

142.814

20.200

7.07 km²/indivíduo

 

Levantamento pessoal por meio de informes da grande rede, nos Estados referenciados

Estado

População

% indígenas/pop. geral

% de desmatamento acumulado 88 a 2024

RO

1.751.000

1,52%

13,54%

AM

4.280.000

11,47%

4,68%

PA

8.660.000

0,93%

34,67%

AC

880.000

3,58%

2,40%

MT

3.836.000

0,80%

27,91%

RR

739.000

13,2%

1.62%

TerraBrasilis (Amazônia Legal)

Terras indígenas

O IBGE constatou que as 378 terras indígenas na Amazônia Legal se estendem por uma área de 1,15 milhão km², equivalente quase a extensão territorial do Pará (1,24 milhão km²). Nas terras indígenas da Amazônia Legal vivem 428 mil pessoas, sendo 94,29% delas autodeclaradas indígenas. Os moradores dessas terras são 62,09% de todos os habitantes de terras indígenas do país.

Os países com maior proporção de população indígena nas Américas são Bolívia (62,2%), Guatemala (41%), Peru (24,0%) e México (15,1%). O Brasil, com 900 mil indígenas, que representa 0,44% de sua população, tem o maior número de comunidades (305), seguido pela Colômbia (102), Peru (85), México (78) e Bolívia (39). Segundo um censo de 2020, existem cerca de 3.727.135 indígenas nos Estados Unidos. Se somados os descendentes misturados com outras etnias, esse número sobe para mais de 9,7 milhões de pessoas (ou quase 2,9% da população do Estados Unidos).

Justifica chamar o evento de FLOP30?

Durante o discurso, disponível no YouTube do Congresso de Comércio Alemão, Friedrich Merz disse que os alemães ficaram contentes ao poder deixar a cidade amazônica, elogiou seu país como um dos mais "livres" do mundo e disse que é preciso defender a democracia e o sistema econômico da Alemanha. O chanceler alemão esteve no Brasil para participar da Cúpula dos Líderes em Belém, antes do início oficial da COP30, e participou de um encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A COP30 virou uma grande dor de cabeça para o Brasil. Foi o que escreveu o "The New York Times" numa reportagem sobre a Conferência do Clima em Belém. Segundo o jornal, o Brasil convidou o mundo para a Amazônia e agora enfrenta uma crise diplomática. E no meio de tudo isso, o Brasil é alvo de críticas por não conseguir resolver um problema básico: a falta de hospedagem acessível em Belém.

O principal objetivo do Brasil na COP é garantir recursos para um plano de 125 bilhões de dólares, pelo qual países ricos e investidores privados pagariam a nações emergentes para preservar suas florestas tropicais. Até o dia 06/11, poucos sinalizaram disposição para contribuir.

Na última quinta-feira, quando ocorreu a Cúpula dos Chefes de Estado, que antecedeu a abertura oficial do evento, 28 líderes participaram. Havia nas cadeiras 15 presidentes, 11 primeiros-ministros e dois líderes de realeza. No ano passado, 59 chefes de Estado estiveram na mesma reunião na COP 29, em Baku, no Azerbaijão. Desse total, 29 eram presidentes e 30 eram primeiros-ministros.

Concluindo: a área protegida da Amazônia Legal soma 2,3 milhões de quilômetros quadrados (km²), o que representa 46,6% da área total da região político-administrativa, que se espalha por nove estados.

A população da Amazônia Legal é de 30,1 milhão de brasileiros (2024) – como afetariam o clima global? Apesar da quantidade de área demarcada/reservas na Amazônia não se dá ao brasileiro indígena uma condição digna de vida? Apesar da CF/1988 extinguir o regime de tutela, o indígena tem sido usado como instrumento de interesses escusos.

O que exigem os brasileiros que vivem na Amazônia Legal, senão viver com a dignidade dos patrícios das demais regiões (cfm art. 5ª CF): ser respeitado e reconhecido como um ser humano com valor inerente e incondicional, o que implica ter acesso a condições básicas como moradia, saúde, educação e trabalho justo, além de liberdade, igualdade de direitos e proteção contra discriminação. É um princípio que também abrange a integridade física e psicológica, e a capacidade de autodeterminação e de não ser humilhado.

No meu pensar, quando o governo central age contra o interesse de seu próprio povo parece estar acordado com as ONGs (COP30), que a todo custo lutam para manter controle sobre solo alheio – As ONGs e alguns governos estrangeiros NÃO ESTÃO PREOCUPADOS COM O BEM DA AMAZÔNIA, ESTÃO SIM, PREOCUPADOS COM OS BENS DA AMAZÔNIA.

Por Edson Silva, 18/11/2025.

Fontes

https://www.ihu.unisinos.br/categorias/659647-lula-defende-superacao-dos-combustiveis-fosseis-na-cupula-de-lideres-da-cop30

 «Overview of 2020 AIAN Redistricting Data: 2020» 

 «Race and Ethnicity in the United States: 2010 Census and 2020 Census»

https://diplomatique.org.br/o-que-esta-por-tras-dos-altos-precos-de-hospedagem-para-a-cop-30/

Chat.openai.com/c/6f4001a5-f2a1-494a-b3ae-bbaa4a7c388b

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/chanceler-diz-que-alemaes-ficaram-contentes-ao-irem-embora-de-belem/

https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-30/noticia/2025/09/17/cop30-virou-dor-de-cabeca-para-o-brasil-diz-the-new-york-times.ghtml

https://veja.abril.com.br/economia/quem-sao-os-chefes-de-estado-presentes-na-cupula-dos-lideres-em-belem/

https://www.moneytimes.com.br/flop30-quantidade-de-chefes-de-estado-na-cop30-e-a-menor-em-seis-anos-mas-proposta-ineditas-sao-aprovadas/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/meio-ambiente/noticia/2025-11/areas-protegidas-sao-quase-metade-da-amazonia-legal-mostra-ibge