Rondoniense, você acha justo pagar pedágio e não ter duplicação integral na BR-364?
Audiências públicas sobre a “duplicação” do corredor de exportação - BR 364 - do porto
fluvial do Arco Norte, Rio Madeira.
Quando a BR 364 foi projetada e
entregue ao usuário (1984/85), o preço internacional do petróleo, matéria prima
para confecção do pavimento flexível, usado na pista, era da ordem
de US$ 65,00. Hoje, momento que se projeta uma “duplicação” e recuperação para
entregar à iniciativa privada, na média o barril está a US$ 76.59 (20.02.25),
tendo oscilado até US$ 130,00 no ano de 2022.
Essa realidade justifica, por si só a
opção do uso do pavimento rígido para uso em nossa BR-364,
entre outras vantagens, que faremos constar abaixo.
Por lei, antes do início de qualquer
obra pública, deverá ser apresentado na forma de audiência pública aos
usuários que serão afetados diretamente pelo empreendimento, os estudos, a
elaboração do projeto, os riscos, e as vantagens do processo de construção da
obra.
Não me entendo um cidadão alheio à
realidade local, regional, nacional ou mesmo internacional, entretanto, não
soube, por qualquer meio de comunicação, acerca de alguma Audiência Pública com
o tema Duplicação/Privatização da BR-364 trecho Rondônia. Vai haver
efetivamente uma duplicação da via, ou será parcial? A terceira pista atende a
necessidade do usuário de uma rodovia/corredor de exportações, com
veículos pesados que superam o número de veículos leves? A melhor opção para a
característica da rodovia seria o pavimento rígido ou o pavimento flexível? A
modernidade dos modais transportes rodoviários nos move para a privatização do
modelo de atenção ao brasileiro, mas para isso o cidadão necessita acreditar
que o custo/benefício seja coerente e honesto, desde o processo de
publicitação. O assunto me interessa, como usuário da via, e como PRF
(profissional que atendeu inúmeros acidentes, muitos deles fatais).
https://rondoniaempauta.com.br/br-364-motociclista-tem-corpo-dilacerado-em-colisao-com-carreta-ao-tentar-ultrapassagem-em-ro/
Privatização da BR 364
A BR 364 é crucial para toda a região
norte. É a única ligação por terra com o centro-oeste, o centro e o sul do
país, com uma extensão de 4.325 km. É de fundamental importância para o
escoamento da produção das regiões Centro Oeste e Norte do
Brasil.
No ano de 2023 houve crescimento de
cargas movimentadas no Porto no importe de 5,47% (em relação a 2022), que
corresponde ao montante de 1.713.663 (um milhão, setecentos e treze mil e
seiscentos e sessenta e três) toneladas movimentadas no Porto de Porto Velho
(SOPH, Porto Organizado de Porto Velho). Todo esse volume de
cargas passa pela nossa BR 364, em treminhões de 74 toneladas de Peso Bruto
Total.
Nesse ano de 2025 será colocada em
operação o maior comboio fluvial de transportes de cargas já registrado no
Brasil. A embarcação sairá de Porto Velho/RO, com destino a Santarém/PA,
transportando 75 mil toneladas de grãos – volume equivalente a 1.500 caminhões
(Estadão, 20.02.2025). O escoamento de grãos pelo rio Madeira, principal rota
hidroviária para exportação do Centro-Oeste, tem ganhado relevância nos últimos
anos como alternativa aos portos do Sudeste. A aposta da ampliação de oferta da
exportação das comodities agrícolas do Brasil Centro-Oeste e Norte se ancora na
rodovia 364 e hidrovia do rio Madeira.
Dados da PRF, coletados entre o início
de 2018 e final de 2021, apontam que mais de 300 pessoas perderam a vida em
acidentes de trânsito, e mais de 5 mil pessoas ficaram feridas na BR 364, em
Rondônia. Em pistas simples, os acidentes de maior gravidade são as
colisões frontais. Em pistas duplicadas as colisões frontais diminuem,
reduzindo a gravidade dos acidentes.
Os cerca de 706 km de pavimento de
rodovia entre Vilhena e Porto Velho, ainda não duplicados, deverão ser
leiloados para os cuidados da iniciativa privada. Já existem 30 km duplicados
no município de Porto Velho e um pequeno trecho em Ji-Paraná. A privatização,
com leilões de trechos e implantação de 7 pedágios estão com processo em
andamento, com o Ministério da Infraestrutura e seus órgãos subordinados, com
a obrigação legal de ouvir a população do Estado,
por meio de audiências públicas (não houve publicidade de tais
audiências). Essas audiências efetivamente ocorreram? Finalizada as audiências
públicas desencadeia-se uma série de medidas no sentido de criar todas as
condições para a privatização, com leilões amplamente divulgados. Assim
deveria acontecer.
Para refletir – Pavimento rígido
(concreto) ou Pavimento flexível (asfalto)?
“Princípios econômicos nos dizem, que
se queremos minimizar o custo de um bem durável, que exigirá manutenção, reparo
e substituição ao longo do tempo, temos que minimizar o valor presente destes
custos e não minimizar o custo inicial. Se adotar uma estratégia míope, e
aceitar menor custo inicial, e maior valor presente dos custos de manutenção,
reparo e substituição ao longo do tempo, os compradores sempre saem perdendo”
(Dr. William Holahan).
Quando é recomendado o pavimento rígido
– vias verdes
Rodovias de tráfego intenso, pesado e
repetitivo (no momento temos cerca de 8.000 veículos/dia circulando em nossa
rodovia;
Por que a indicação desse pavimento
rígido
Empregam insumo nacional;
Tem baixa manutenção (o tipo de
pavimento atualmente empregado exige constante manutenção, ainda assim a
qualidade da via é muito ruim);
Minimizam a temperatura ambiente;
Reduzem o impacto ambiental;
São recuperáveis, são recicláveis.
Vantagens do pavimento de concreto
Não promove aquaplanagem;
Melhor visibilidade por reflexão;
Grande durabilidade com pouca
manutenção;
Não sofre deformação plástica, buracos
e trilhas de rodas;
Menor distância de frenagem;
Economia de combustíveis (da ordem de
até 20% nos ônibus e caminhões);
Menor absorção de calor (redução de até
14% na temperatura na superfície do pavimento);
Vantagens ambientais do concreto;
Concluindo: Lembro que no início de minha atividade como PRF, em 1994, fiscalizava
carretas que permitiam transporte de um peso bruto total de 35 toneladas, hoje
é bastante comum nos depararmos com rodo trens que permite transporte de um
peso bruto total de 74 toneladas.
Mais produção transportada do norte de
Mato Grosso e sul e centro sul de Rondônia, uma frota ampliada de veículos mais
pesados, e um pavimento flexível (asfalto) com a mesma estrutura física dos
anos 1985.
Diante do exposto penso que o projeto
da duplicação (em ínfima parte), terceira pista (em outra parte), recuperação
dos demais trechos da rodovia 364, com pavimento flexível asfáltico não
atenderá, muito menos respeitará o povo rondoniense, que estará pagando pedágio
por um serviço ultrapassado para a necessidade presente – precisamos de um
PAVIMENTO DE CONCRETO e uma RODOVIA DUPLICADA, sob pena de continuarmos
assistindo acidentes fatais desnecessários, além de estarmos totalmente
convencidos que o pavimento rígido É MAIS ECONÔMICO, assegura mais segurança,
e demanda menos manutenção, reduzindo dessa forma o custo do pedágio para o
usuário.
Por PRF Edson Silva/20.02.2025
Muito bem, essa duplicação tem de ter, não podemos aceitar pagar pedágio de uma rodovia sem as devidas melhorias.
ResponderExcluirUm corredor de exportação, já é essa BR 364. Valeu pela sua participação
ExcluirParabéns ao PRF que tomou iniciativa com o documento, temos de exigir a duplicação para evitar tantas mortes nessa BR 364.
ResponderExcluirA trafegabilidade aumentou muito, e deve aumentar ainda mais com o plantio de novas fronteiras agrícolas. Uma nova politica de segurança viária precisa ser implantada.
ExcluirParabéns ao Edson Silva pela iniciativa e pela publicação deste trabalho. Manifestamos nossa concordância com a reestruturação e duplicação da BR-364 no trecho de Comodoro/MT a Porto Velho/RO, para que os usuários da rodovia trafeguem com mais segurança, evitando o envolvimento em ocorrências de trânsito e consequentemente a redução do número de vítimas.
ResponderExcluirEsses commodities precisam ser exportados para alimentar parcela significativa do globo, entretanto, o povo da região envolvida precisa ser respeitado. Grato pela manifestação.
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