Mestre em Ciências da Saúde, UnB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador Saúde Pública

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Desde muito cedo despertei o interesse para entender o sentido de “Gigante pela própria natureza” inscrito em nosso belo Hino Nacional Brasileiro. No meu pequeno mundo isso tinha formato de um sonho. Sempre acreditei que o trabalho produziria um Futuro que espelha essa grandeza. Entretanto, não poderíamos esperar “Deitado eternamente em berço esplendido”. Então, me debrucei sobre os livros e outros informes. A história da expansão territorial do Brasil ainda tem sido pouco pesquisada por nossa historiografia, apesar da importância estratégica e atual que reveste a questão. O potencial dos seis Biomas do Brasil nos credencia a produzir alimento para parte significativa dos 195 países do globo. Certo que temos problemas maiúsculos na seara da saúde de nosso povo, saúde primária, saúde regionais, saúde provenientes de epidemias e pandemia novo coronavírus. Nada que planejamentos estratégicos, planos de governo e planos de estado, com boa vontade e união de governantes não possam resolver.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Marcas extremas de temperatura também atingiram o Brasil

 Ondas de calor, desastre climático

As políticas de saúde pública no Brasil são pouco discutidas entre os administradores públicos e a sociedade, e sua implementação não tem sido pauta nas casas de leis, mirins, estaduais, câmara baixa ou câmara alta. É sim, prevista nas constituições dessas casas, mas existe um hiato gigantesco entre os profissionais de saúde e representantes políticos para unificar os interesses do povo brasileiro nessa seara.

Particularmente, me preocupa a atual onda de calor experimentada no Brasil, até porque será debitada ao clima os eventos adversos de temperatura, quando na realidade a saúde do cidadão será severamente afetada. A observar eventos dessa natureza, presentes em tempos pretéritos, em outras regiões do globo foram tratadas como problema de saúde pública, entretanto, após quatro meses de intensa ocorrência do El Niño, em um país com tamanha diversidade ambiental, não vejo manifestações de nossas autoridades sanitárias.

Estaria eu tão descolado da realidade político-sanitária de meu Brasil?

Temperaturas Extremas

Vale da Morte, EUA - deserto californiano 57,8 ºC

Temperaturas máximas médias máximas acima de 41ºC

Turfan, China

Temperaturas acima de 50ºC

Tirat Tsvi, Israel 

Cidade mais quente da Ásia, alcançou temperaturas acima de 53,9ºC

Timbuktu, Mali

Cidade alcançou 54,4º

Wadi Halfa, Sudão

Cidade fronteira do Sudão com Egito, alcançou 54,4ºC

Kebili, Tunísia

Já registrou 55ºC

Ghadames, Líbia

Temperatura alcança 55ºC

Qeensland, Austrália

Temperaturas de até 68,9ºC

Desert Lut, Irã

Registrada temperatura acima de 70,7ºC

 

História recente do clima extremo nas áreas habitadas

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na história da onda de calor de final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte. Um desastre climático que levou a morte 808 pessoas no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. Em Lytton, Columbia, no Canadá, os termômetros marcaram impressionantes 49,6ºC.

Uma onda de calor extremo deve castigar o sul da Europa nesse verão de 2023. Em muitos lugares, as temperaturas devem ultrapassar a marca de 40ºC na Espanha, França, Grécia, Croácia Turquia, com picos de até 48ºC em lugares como a Sicília, na Itália.

Um estudo pela revista científica Nature Medicene apontou que cerca de 61 mil pessoas morreram de calor na Europa durante o verão de 2022 no Hemisfério Norte. Levando em conta a média de temperaturas globais, junho de 2023 ficou 0,53 ºC acima dos índices registrados entre 1991 e 2020 no mesmo período, superando substancialmente o recorde de 2019

A MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor (El Niño 2023) para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para a população vulnerável, como enfermos e idosos.

Em 2023, os meses julho, agosto, setembro e outubro, foram marcados por extremo calor em grande parte do Brasil e eventos de onda de calor, reflexo dos impactos do fenômeno El Niño o aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial), que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta. Também o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos muito contribuiu para esses eventos levarem a esse extremo.

Vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e no mundo.

https://ipiauonline.com.br/onze-capitais-batem-recorde-de-calor-ate-o-fim-de-semana/

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido coma marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebras de recordes históricos. Mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

O calor mais extremo, inicialmente atinge áreas do Centro-Oeste (MT e MS). Até sexta-feira, 09/11, o calor mais intenso concentra-se no Centro Oeste e no interior de SP, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

A partir de sábado, 11/11, as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de SP e podem alcançar até 37ºC na cidade de SP, o mesmo ocorrendo em Belo Horizonte.

A onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar força durante os próximos dia. Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina, com marcas extremas em diversas províncias. As máximas no país vizinho atingiram a 46ºC em Rivadávia, 44,9ºC em Santiago del Estero (SMN).

Também a Bolívia registrou calor extremo (08/11) onde a maior temperatura em estações oficiais do país alcançou 44,7ºC em Villamontes.

O Paraguai observou marcas extremas de calor em Pozo Colorado, com 44ºC.

Período de duração - Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda (08/11) durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo completar até duas semanas em alguns locais.

El Niño – é um fenômeno natural que ocorre periodicamente. Pesquisas sugerem que as mudanças climáticas podem influenciar a intensidade e frequência dos seus eventos. O aumento das temperaturas globais pode interagir com os padrões climáticos e oceânicos, potencialmente amplificando seus efeitos. Originado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, tem efeitos climáticos globais que afetam diretamente a circulação atmosférica e marítima.

Efeitos do El Niño no clima – manifesta-se em diferentes regiões do mundo com chuvas intensas e inundações em áreas normalmente secas, secas e estiagens em áreas normalmente úmidas, aumento de atividades de furacões no Pacífico Leste e redução de pesca, devido às mudanças na circulação oceânica.

Agricultura – em algumas regiões o aumento das chuvas pode levar a inundações que prejudicam as colheitas; em outras, a seca pode reduzir a disponibilidade de água para a irrigação, afetando a oferta da produção de alimentos. Prevenção: implementar estratégias antes que os eventos extremos possam acontecer nas regiões, como o correto preparo de solo com técnicas que evitem a erosão, manutenção dos canais de drenagem, assessoria nas variedades de ciclo intermediário, maior atenção no controle de doenças e distribuição parcelada da fertilização quanto possível.

Quando começa o efeito El Niño no Brasil – geralmente começa a ser sentido a partir dos meses mais quentes do ano, entre dezembro e março. Essa é a época que os impactos das mudanças nos padrões climáticos, como chuvas irregulares e temperaturas extremas, tendem a se manifestar de forma mais evidente em diferentes partes do país. Pode causar chuvas torrenciais na região Sul, secas severas nas regiões Norte e Nordeste. Essas flutuações climáticas têm impacto direto na agricultura, no abastecimento de água e nos ecossistemas locais

Impacto do evento El Niño 2023

Norte

Redução de chuvas na região amazônica, favorecendo a formação de algumas estiagens e intensificando a proliferação de queimadas

Nordeste

No litoral, aumento da intensidade e frequência das chuvas, no interior se espera temperatura acima da média das regiões semiárida

Centro-Oeste

Mudanças no padrão de chuvas, encurtando sua frequência. Maior risco de ocorrência de alternância entre chuvas fortes e veranicos prolongados. É recomendável esperar uma sequência de várias chuvas para iniciar o plantio.

Sudeste

O regime de chuvas vai ter mudanças no padrão, reduzindo sua frequência e intensidade. Alta probabilidade de alternância entre chuvas fortes e veranicos mais prolongados que a média dos anos anteriores.

Sul

Aumento da frequência e intensificação de chuvas torrenciais, acima das médias históricas entre os meses de agosto e outubro.

 

Onda de calor e óbitos

Normalmente, o calor no Brasil é percebido como um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre a mortalidade relacionada a alta temperatura. O calor é um causador silencioso de mortes, diferente do que ocorre com desastres pela chuva. O calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais do que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados (Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos).

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina.

Proteção do calor extremo, sugestão Mayo Clinic)

1. beber grande quantidade de líquidos, para manter uma temperatura corporal normal; 2. usar roupas folgadas e leves, para permitir que o corpo esfrie adequadamente; 3. proteger-se das queimaduras solares, usando chapéu de abas largas e óculos de sol e um protetor solar de amplo espectro; 4.  ficar em carro estacionado sob o sol (a temperatura dentro do carro pode subir mais de 10ºC em apenas 10 minutos); 5. agendar exercícios físicos ou trabalho físico para os períodos menos quentes do dia.

Riscos relacionados ao calor: câimbras, exaustão, insolação, náusea e vômito.

Concluindo

Estamos frente a um desastre climático natural pontual? ou esse tipo de evento terá alguma constância, como em outras partes do mundo. Agências meteorológicas afirmam que esse fenômeno irá perdurar até o outono de 2024.

Que tipo de contribuição o ser humano tem prestado para alcançar esse resultado tão alardeado da mudança climática?

Qual a participação dos brasileiros nesse processo da mudança climática? Somos os inocentes úteis para serem incriminados pelas transformações globais do século XXI?

Por Edson Silva

       13/11/2023

Fontes de consulta

https://portal.inmet.gov.br/noticias/temperatura-m%C3%A9dia-atinge-recorde-no-brasil-pelo-quarto-m%C3%AAs-seguido

https://planetacampo.com.br/el-nino-o-que-e-como-forma-aquecimento-global/

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/clima/356092-el-nino-e-as-perspectivas-para-o-brasil-em-2023-24.html

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/turismo/internacional/conheca-os-10-lugares-mais-quentes-do-mundo,282d6540596c9310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

https://www.climatempo.com.br/noticia/2023/07/14/sul-da-europa-deve-enfrentar-temperaturas-extremas-1454

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Secas, enchentes, vendavais, altas temperaturas - um Brasil desconhecido em 2023.

 El Niño, efeito devastador nos climas e temperaturas no Brasil.

Nas últimas décadas muito se tem visto que afeta a normalidade do ser humano no planeta Terra. A população mundial já ultrapassa 8 bilhões de pessoas. Seria esse montante populacional não experimentado anteriormente o causador das catástrofes anunciadas.

Numerosos “experts defensores da natureza” (tipo Leonardo DiCaprio, Greta Thunberg, e milhares de ONGs) imputam ao Brasil e ao brasileiro problemas afetos às mudanças climáticas, apostando na falta de informação do nacional. Importante que busquemos dados que combatam desinformações e má intenção de órgãos que não se envergonham de “marcar gol contra”.

O brasileiro acompanhava pela mídia esses fenômenos acontecerem em outros continentes. Mas “esses acidentes” parecem terem chegado na “casa brasilis”.

2023 tem sido um ano marcado por esses “incômodos climáticos”. São fenômenos naturais cíclicos? São atividades antrópicas? A ocorrência deles é pontual? Foram casos fortuitos? Como podemos nos precaver?

Mudança climática – transformações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Podem ser naturais, mas desde o século 18 ações antrópicas (mãos do homem) tem sido a principal causa, em especial por causa da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), que produzem gases que retém o calor (fonte, Nações Unidas).

De acordo com Nota Técnica do CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, os Oceanos Pacífico Norte e Atlantico Tropical apresentam temperaturas acima de 2ºC a 4ºC. Assim o fenômeno El Niño está ocorrendo em meio a um contexto de elevado aquecimento oceânico em nível global. Essa combinação é explosiva no sentido de agravar muito a seca. Esse fato, sem precedentes, não permite prever o que vai acontecer até o outono de 2024, em especial na Amazônia, que tem em suas vias fluviais o meio de transporte (passageiros e de carga) por excelência de seus habitantes.

Aquecimento global, suas causas

Geração de energia – a maior parte da eletricidade ainda é produzida por combustíveis fósseis, somente ¼ vem de vento, sol e outras fontes renováveis.

Fabricação de produtos – fábricas e indústrias produzem emissões por causa da queima de combustíveis fósseis para produção de cimento, ferro, aço, eletrônico, plástico, roupas e outros bens. Mineração e outros processos industriais também liberam gases.

Derrubada de florestas – árvores quando cortadas liberam o carbono que estava armazenado. Preservadas, florestas absorvem dióxido de carbono.

Fonte, Nações Unidas

Quadro Climático, Brasil 2023

A Universidade de Colúmbia nos EUA apresentou projeções trimestrais de anomalia de precipitação para a América do Sul, até abril de 2024, em que se constata a tendência muito clara de um sinal invertido da chuva no território brasileiro com excesso mais ao sul e chuva abaixo da média no Norte e Nordeste do Brasil.

Nesse diapasão o restante desta primavera e todo o verão de 2024 ainda terão a presença do El Niño (projeção da agência de clima norte-americana). A transição para uma fase de neutralidade, com o fim do episódio de El Niño de 2023/2024, somente se daria durante o outono do próximo ano, em meados de abril e maio.

Seca severa na Amazônia

Calor extremo no Sudeste e Centro-Oeste

Chuva recorde no Sul

O Brasil teve o mês de julho mais quente em 62 anos. É o que indicam dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que a Agência Pública acessou. O resultado é o maior desde 1961, quando começaram as medições nas estações do órgão, e reflete uma situação que ocorreu em todo o mundo: um recorde de calor. Para o planeta, o mês foi o mais quente do registro histórico.

As áreas que registraram maior aumento foram o sul da Amazônia, o Centro-Oeste, Sudeste e o Sul. Seria um processo natural, mas temos notado um aumento progressivo das temperaturas no inverno nos últimos 15 anos. A substituição de áreas verdes por edificações, é um dos exemplos que contribui para o aquecimento (Danielle Barros, meteorologista do Inmet).

O recorde de calor registrado em julho de 2015 ocorreu em um ano com forte El Niño – o fenômeno de aquecimento da água superficial no Oceano Pacífico. Ele é o responsável por gerar grandes alterações no clima, por exemplo, nas temperaturas e no regime de chuvas. Nesse ano o retorno do El Niño poderia explicar o novo recorde de calor. Para o planeta, piora um cenário já alterado pelo processo de aquecimento global.  Na média, o mundo já está 1º C mais quente do que no período pré-revolução Industrial.

A previsão do Inmet aponta para um aumento para os três meses posteriores a julho nas temperaturas médias entre 1 e 1,5 º C, principalmente no Norte e Centro-Oeste.

Na bacia do Amazonas, a maior seca já registrada foi em 2010, quando havia a mesma configuração climática – o Atlântico tropical norte muito quente e parte do Pacífico e do Atlântico muito aquecidos estão gerando essa catástrofe.

El Niño

El Niño, fenômeno climático natural que aquece as águas do Oceano Pacífico, e o aquecimento global, provocado pela ação humana. Tem uma probabilidade muito grande desse El Niño continuar nos próximos meses e até para o próximo ano.

Em geral, com o El Niño, os invernos são mais quentes na região centro-oeste, sudeste e sul da Amazônia. Em 2005 também ocorreu importante seca na região amazônica, associada ao aquecimento do Atlântico (mas não com temperaturas tão elevadas da superfície dos oceanos quanto a de 2023).

No Norte do Brasil a principal manifestação do efeito desse fenômeno se dá pela seca que assola a região amazônica. Em 2023, o nível do Rio Negro chegou a 12,80 metros no porto de Manaus, o menor desde que começaram as medições em 1902. Anteriormente, a cota mais baixa foi registrada em 2010, com 13,63 metros, em uma estiagem que provocou estragos devastadores na região. A maior cota se deu em 2021, quando o nível do rio atingiu a marca de 30,02 metros.

2023

12,80 metros

2010

13,63 metros

2005

14,75 metros

2015

15,92 metros

2020

16,60 metros

2016

17,20 metros

Maiores secas registradas

https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/10/5133557-sem-agua-nao-tem-vida-seca-na-amazonia-brasileira-aumenta-o-temor-pelo-futuro.html

Foto contribuição Leandro Faraldo - Rio Madeira, Porto Velho


Foto contribuição Leandro Faraldo - Réguas Rio Madeira, Porto Velho

No maior afluente do Rio Amazonas, o Rio Madeira entrou em estado de alerta, ao atingir nível histórico de seca, chegando a medir 1,10 m no mês de outubro (Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil), em que a agência justifica “o Dipolo do Atlantico, que seria essa gangorra de aquecimento/resfriamento das águas do Atlantico tropical, é um fenômeno natural, porém não se descarta que o aquecimento global cause alterações nesse fenômeno”. A cota mínima do Rio Madeira é a pior em Porto Velho nos 56 anos de medições, diz ANA.

No Centro-Oeste e no Sudeste, o calor extremo quebrou recordes na primavera 2023 em duas ondas de calor, segunda quinzena de setembro (45ºC no interior de São Paulo, e com Belo Horizonte/MG registrando 38,6ºC, sua maior máxima desde 1910), e segunda metade de outubro, quando Cuiabá teve a maior máxima desde o início dos registros com 44,2ºC, superando o recorde anterior da onda de calor de 2020 (44ºC).

https://www.metropoles.com/sao-paulo/temporal-causa-alagamentos-e-queda-de-arvores-e-sp-entra-em-atencao

A cidade de São Paulo não registra rajadas de vento com mais de 100 km/h, como a que atingiu a capital na tarde desta sexta-feira, 03/11/23, desde 1995. Só no parque Ibirapuera caíram 128 árvores. Com 1,4 milhão de usuários na capital a Enel afirma ter normalizado a energia de 400 mil (domingo 05/11). Foi um evento extraordinário, que exige ações extraordinárias de reconstrução de parte da rede.

No Sul, excesso de chuva. Porto Alegre registrou em setembro o mês mais chuvoso de sua história climática, com registros desde 1910. O acumulado mensal foi de 447,3 mm, superando os 405,5 mm de maio de 1941. Com a enchente do Vale do Taquari o RS teve o maior desastre natural em vítimas desde 1959, com um saldo oficial de 51 mortos.

https://www.metropoles.com/brasil/enchentes-no-rs-ja-provocaram-a-morte-de-293-mil-animais-da-pecuaria

No mês de setembro, as chuvas chegaram com mais intensidade no RS. Em outubro o estrago maior alcançou o Paraná e Santa Catarina. A média de chuvas para outubro em Curitiba é de 144 mm, nesse outubro 2023 choveu 559,8 mm.

No Oeste do PR, as cheias do Rio Iguaçu modificam o cenário de uma de suas principais atrações, as Cataratas do Iguaçu. Por medida de segurança, a passarela que dá acesso ao mirante da Garganta do Diabo permanece interditada.

O feriado prolongado de Finados está sendo marcado por chuvas intensas no Sul do país. Segundo o Inmet, até domingo, os ventos associados ao ciclone vão impactar com rajadas em torno de 100 km/h (RS). Em relação ao volume de chuvas pode passar dos 100 mm/24h no norte do RS, centro-oeste de SC e sudeste do PR.

Concluindo

Como o El Niño impacta o Brasil de formas diferentes, na Amazônia, norte do cerrado e no semiárido com secas pronunciadas e mais prolongadas, as atenções devem ser com um controle do uso do fogo - PREVENÇÃO; no Sul e Sudeste, afetados pelas tempestades e chuvas torrenciais as atenções devem estar voltadas para os riscos de desabamentos, deslizamentos, alagamentos.

O correto na gestão de desastres é promover a cultura da prevenção, a cultura do risco, a educação das pessoas para o risco e pensar como nos adaptaremos a essas novas situações que estamos vivendo. Não há uma política de adaptação às mudanças climáticas estabelecida no Brasil, em nenhuma das esferas de poder, quer federal, estadual ou municipal (Ayan Fleischmann, Instituto Mamirauá).

As políticas públicas devem focar em medidas de planejamento de prevenção e adaptação, reforçando a infraestrutura para que os cidadãos não sejam atingidos de uma forma muito dura.

Mais de 1,4 milhões de paulistanos ficaram sem energia elétrica (3/11/2023). O vendaval de 100 Km/h que assolou a grande São Paulo derrubou sobre a rede elétrica próximo a 1.000 árvores. Em várias cidades mundo afora foram substituídas as redes elétricas aéreas em subterrâneas. Benefícios: (1) proteção contra tempestades e outros fenômenos naturais, (2) revitalização e estética urbana, (3) aumento de segurança nas calçadas e melhoria na acessibilidade. A rede elétrica é extremamente suscetível a descargas elétricas naturais e a acidentes como quedas de árvores e a colisão de veículos. Pensemos no prejuízo que o cidadão, e o Estado, tem que amargar pela falta de planejamento e prevenção dos administradores públicos de nosso País (antecessores e atuais).

Que esforço temos visto nossas autoridades empregando para informar e minimizar esses problemas que tendem a ser uma constante na vida do brasileiro? A academia tem levado esse assunto para os bancos escolares na formação dos profissionais do futuro?

Caso entenda relevante, e necessário, para as gerações futuras envie para seus representantes políticos das três esferas (municipal, estadual e federal). Não espere aprofundar essa crise.

Por Edson Silva,

        Eduardo Lysias de Oliveira e Silva, 06/11/2023.

Fontes de consulta

https://metsul.com/el-nino-vai-seguir-baguncando-o-clima-de-norte-a-sul-do-brasil/

https://apublica.org/2023/08/brasil-teve-julho-mais-quente-dos-ultimos-62-anos/

https://www.brasildefato.com.br/2023/10/04/seca-catastrofica-na-amazonia-ameaca-producao-sustentavel-que-mantem-floresta-em-pe

https://portalamazonia.com/estados/amazonas/saiba-quais-foram-as-secas-recordes-do-amazonas

https://ipam.org.br/el-nino-no-brasil-entenda-efeitos-de-seca-na-amazonia-e-chuva-no-sul/

https://www.terra.com.br/planeta/vendaval-com-mais-de-100-kmh-que-atingiu-sp-nao-e-registrado-ha-quase-30-anos-diz-prefeitura,14130c6003ae52c31da05903ae3378e58c1ci0d5.html

https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2023/10/13/seca-do-rio-madeira-entenda-as-causas-que-levaram-o-rio-ao-menor-nivel-ja-registrado.ghtml

https://certi.org.br/blog/redes-subterraneas-de-energia-eletrica/