Mestre em Ciências da Saúde, UnB; Auditor ISO 14.000; Auditor CONAMA 306; Pesquisador Saúde Pública

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Desde muito cedo despertei o interesse para entender o sentido de “Gigante pela própria natureza” inscrito em nosso belo Hino Nacional Brasileiro. No meu pequeno mundo isso tinha formato de um sonho. Sempre acreditei que o trabalho produziria um Futuro que espelha essa grandeza. Entretanto, não poderíamos esperar “Deitado eternamente em berço esplendido”. Então, me debrucei sobre os livros e outros informes. A história da expansão territorial do Brasil ainda tem sido pouco pesquisada por nossa historiografia, apesar da importância estratégica e atual que reveste a questão. O potencial dos seis Biomas do Brasil nos credencia a produzir alimento para parte significativa dos 195 países do globo. Certo que temos problemas maiúsculos na seara da saúde de nosso povo, saúde primária, saúde regionais, saúde provenientes de epidemias e pandemia novo coronavírus. Nada que planejamentos estratégicos, planos de governo e planos de estado, com boa vontade e união de governantes não possam resolver.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Estratégia do jogo de xadrez geopolítico mundial, G7 e E7

 Economia e política mundial – a quem cabe o poder de decisão

A pandemia Covid 19 abalou os alicerces desse intrincado jogo de poder político e econômico da geopolítica do globo? Os setores indústria, serviços e agronegócios foram afetados por esse caos sanitário? Economia de quais países sentiram suas contas público/privadas/sociais serem abaladas? Ou as transformações nesse jogo de xadrez já estava delineado, independente do problema sanitário?

PIB de US$ 60 trilhões de Emergentes muda Economia global - Economia mundial passa por várias transformações ao mesmo tempo, mas a mudança mais impactante é o crescimento das economias dos maiores países emergentes (palestra no evento Radar Pocket Finanças, Escola de Negócios Fiesc, por Marcos Troyjo, até então presidente do Banco dos BRICS). Esse PIB dos Emergentes tratado acima vincula esses valores aos participantes do BRICS.

No ano 2.000, o PIB do G7 era de US$ 22,1 trilhões, equivalente a 65% da economia do mundo. Segundo dados do Banco Mundial, em 2022, o PIB somado dos países G7 foi de US$ 43,5 trilhões, o que representa 43% da economia mundial, para um PIB global de US$ 100,6 trilhões. O Grupo dos Sete (G7) é o grupo dos países mais industrializados do mundo.

Projeção de cenário da economia mundial

A empresa de consultoria PricewaterhousweCoopers (PwC) tem publicado regularmente um estudo com cenários sobre a situação econômica mundial projetada para o ano de 2050.

Durante a segunda metade a segunda metade do século XX os sete maiores países capitalistas (G7 – EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) dominavam o cenário econômico e político do mundo. Porém, tudo indica que a dinâmica econômica da primeira metade do século XXI será dominada pelos sete maiores países Emergentes (E7 – China, Índia, Brasil, Rússia, Indonésia, México e Turquia). A ultrapassagem da emergência deve, em tese, ter acontecido em 2017, quando os países emergentes (E7) deveriam superar o tamanho da Economia do G7.

O Produto Interno Bruto dos 14 países do mundo projetados (em poder de paridade de compra – ppp) para 2050.

 

Projeção 2011

U$ trilhões / 2050

Projeção 2013

U$ trilhões / 2050

Realidade 2023

US$ trilhões

China

59, 5

56,9

17,7

Índia

43,2

34,7

3,73

EUA

37,9

37,9

26,95

Brasil

9,8

8,8

2,13

Japão

7,7

8,1

4,23

Rússia

7,6

8,0

1,86

México

6,7

7,4

1,81

Indonésia

6,2

6,3

1,42

Alemanha

5,7

5,8

4,43

Reino Unido

5,6

5,6

3,33

França

5,3

5,7

3,05

Turquia

5,2

5,0

1,15

Itália

3,8

3,9

2,19

Canadá

3,3

3,5

2,12

PwC, 2014; Poder 360, 2023

As projeções desse estudo apontam um PIB, em 2050, de U$ 124,1 trilhões de dólares para o E7 e de U$ 70,5 trilhões de dólares para o G7. Apesar da queda da Índia e Brasil, em ambas as projeções a China passa os EUA em 2017, e se torna a maior economia do globo.

Na evolução desses estudos projetados para 2050, o PIB mundial na virada do milênio era de U$ 42 trilhões de dólares. O PIB do G7 quase dobrou, enquanto dos Emergentes (E7) quase triplicaram o valor do PIB dos anos 2.000. Frise-se, é apenas um exercício, uma projeção. Nada garante que de fato irão ocorrer, como não ocorreu até a presente data, em relação as duas maiores potências econômicas.

As projeções da PwC trazem embutidas um crescimento do PIB mundial de quase 6 vezes na primeira metade do século XXI. Esse fato significaria que a Pegada Ecológica iria superar a Biocapacidade da Terra em 6 vezes.

Avanço dos Emergentes

A configuração da economia global na atualidade já contempla um novo e interessante cenário. Segundo Troyjo, a soma do PIB medido pelo poder de compra do G7 atinge hoje (final de 2022) algo em torno de US$ 49 trilhões. Nesse mesmo período a soma do PIB das maiores economias emergentes do mundo (que ele apelida E7) já chega a US$ 60 trilhões.

Renda per capita e população dos E7

Países

Renda per capita

População

China

10.098

1.429.921.746

Índia

2.171

1.426.391.281

Brasil

11.075

203.080.756

Rússia

11.162

146.140.931

Indonésia

4.163

277.184.719

México

10.118

134.127.189

Turquia

8.957

84.339.067

Todos os Países G7

49.357 (média)

775.112.161

Todos os países E7 referendado 

8.249 (média)

3.701.185.689

(FMI,2021).


https://www.ihu.unisinos.br/categorias/587846-os-paises-em-desenvolvimento-sao-o-motor-da-economia-internacional

O Brasil e a segurança alimentar

Segundo a FAO, EuroStat e a Statista, os cinco países que mais produziram itens agrícolas em 2022 foram a China, a Índia, os Estados Unidos, o Brasil e a Rússia. Apesar de muita produção ainda necessitam importar para atender a demanda por alimento de seu povo.

Surge uma outra oportunidade que o Brasil não pode desperdiçar – o despertar internacional para a questão da segurança alimentar. O Brasil deve ficar atento ao crescimento populacional dos países asiáticos e o aumento de suas rendas per capita. Na Índia, a renda mais do que dobrará nos próximos 10 anos. O Brasil tem espaço para atender sua necessidade alimentar, como dos demais Emergentes.

A China, elevou substancialmente sua renda per capita, e ao longo dessas últimas duas décadas os embarques totais, do Brasil, cresceram de US$ 1,1 bilhão em 2.000 para US$ 89,5 bilhões em 2022, em valores correntes. Para o agro, os números subiram de US$ 561 milhões em 2000 para US$ 50,7 bilhões em 2022 – um impressionante crescimento de 22,7% ao ano no transcurso desse curto período.

Na atualidade exportamos para a China 70% de nossa produção de soja, 43% da carne bovina, 33% da celulose, 51% da carne suína, 17% da carne de frango, 15% da produção de açúcar, 29% do algodão – em suma 34% de nossa produção.

Pessoas de países com grau de evolução econômica em ascensão ampliam a ingestão de alimentos, nutrientes e calorias, primariamente.

O Brasil tem um grande diferencial em seu rico lençol freático, que deixa o país estrategicamente mais bem posicionado para continuar a alimentar o mundo futuro, com uma agricultura cada vez mais verde, “smart” e tecnológica. Há mais tecnologia em um grão de soja no Brasil do que num parafuso, que pode estar sendo beneficiado por medidas protecionistas.

Mas necessário se faz cumprirmos alguns deveres de casa – reformas tributárias, administrativas e outras.

Concluindo,

Cada ser humano precisa cerca de 2 mil calorias por dia, que são geradas a partir do consumo de proteínas, carboidratos, vitaminas, fibras, gorduras, açúcares e outros nutrientes produzidos em cerca de 40% da área do globo terrestre dedicada à agricultura e pecuária. No Brasil a produção agrícola ocupa 7,8% de sua área territorial, e outros 13,2% de pastagens plantadas para a pecuária (EMBRAPA, 2018).

Olhando pelo lado da justiça social, o rápido crescimento dos países emergentes (e mais populosos) poderia ser um fato positivo para os cenários das desigualdades internacionais de renda e para a redução da pobreza. A dúvida: haverá bases materiais para uma expansão econômica tão rápida? O meio ambiente e a biodiversidade irão fornecer os recursos naturais necessários, ou poderão entrar em colapso?

Diante do exposto, como está o Brasil nesse intrincado e competitivo jogo de poder? Já trocamos nossa peça (peão) pela rainha, de forma a nos movimentar mais livremente nesse tabuleiro geopolítico, ou continuaremos coadjuvante? “Cavalo encilhado não passa duas vezes”, nos diz o ditado gaúcho.

Por Edson Silva, 04 de janeiro 2024.

Fontes de Consulta

https://sindifisco.org.br/noticias/g7-versus-e7-pib-de-us-60-trilhoes-de-emergentes-muda-economia-global

https://www.ecodebate.com.br/2013/03/06/g7-versus-e7-a-vez-dos-paises-emergentes-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

https://www.poder360.com.br/economia/g7-teve-a-menor-participacao-do-pib-global-em-2022-desde-2000/

https://www.insper.edu.br/noticias/o-estreitamento-das-relacoes-entre-o-brasil-e-a-china-no-agronegocio/

https://news.agrofy.com.br/noticia/201932/quem-sao-os-maiores-produtores-agricolas-do-mundo

https://news.agrofy.com.br/noticia/201932/quem-sao-os-maiores-produtores-agricolas-do-mundo

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/12/20/brasil-lista-maiores-economias-2023-pib.htm