Digitais de nossos estados
federativos, dissecando seus setores econômicos – nosso PIB
Existe uma fórmula mágica para a
construção de uma nação rica? Que elementos são necessários para constituição do
país dos sonhos de todo cidadão? O problema é de formação Cultural?
Educacional? Sanitária? Ética? Moral? Administrativa? Política?
Como elaborar um planejamento
estratégico macro para um Brasil de dimensões continentais com essa diversidade
de formação? Qual a composição adequada entre os variados setores de atividade
econômica que compõe o povo brasileiro?
Um exercício nesse campo nos leva
efetivamente a conhecer o Brasil real.
O Produto Interno Bruto (PIB –
soma de todos bens e serviços produzidos no país) do Brasil encerrou o ano de
2022 com crescimento de 2,9% (em relação a 2021), totalizando R$ 9,9 trilhões. Já
o PIB per capita alcançou R$ 46.155 nesse 2022, um avanço de 2,2% em relação a
2021.
O intuito do levantamento que apresento é descortinar o desenrolar da produção de riqueza do Brasil, chamando atenção para o papel de cada unidade federativa na geração de trabalho e renda para o brasileiro, e o desenvolvimento do estado nacional. Os números explicitados refletem o ano e o momento mencionados. A atualização dessas referências nem sempre estão disponíveis.
O Brasil desenvolve negócios nos
setores primários, secundários e terciários, sendo o último responsável por
mais da metade do Produto Interno Bruto – PIB, e pela geração de 75% dos
empregos. Importação, exportação, parcerias e desenvolvimento, como atividades
econômicas completam esse ciclo de negócios. Os setores primário e secundário
são encarregados na produção de bens, e o terciário, os serviços. No primário,
a maior parte dos bens surge da extração de matérias-primas e da agropecuária.
No secundário, os bens são produzidos pelo setor industrial da economia.
Setor primário,
onde se desenvolve atividades de agricultura, pecuária, extrativismo vegetal,
mineração, caça e pesca. A agropecuária destaca-se por ser responsável por
cerca de 27% do PIB brasileiro. Cultivo e exportação de café, açúcar, álcool,
laranja, soja, além da produção de carnes de boi, frango e suínos são
atividades econômicas de importância vital na economia brasileira.
O Norte se destaca pelo
extrativismo vegetal (açaí, madeira, látex, castanha), a produção e a mineração
de ferro, cobre, ouro, cassiterita, diamante tem forte presença na economia.
O Centro-Oeste marca presença na
agropecuária, com os plantios de soja, milho e algodão, e a criação de bovinos,
em especial no bioma cerrados.
Já no Nordeste a produção de
cana-de-açúcar tem uma marca histórica relevante.
Setor secundário, também identificado
como industrial, caracteriza-se pela transformação da matéria-prima em produtos
acabado, tendo sua força na produção de bens de capital.
A região Sudeste possui o maior
parque industrial do país, abrigando as maiores montadoras e siderúrgicas,
tendo no Estado de São Paulo suas maiores participações.
O Sul atua no setor
automobilístico, também apresentando diversas metalúrgicas e indústrias do
setor têxtil e alimentício.
No Nordeste, o setor petroleiro
tem sua presença, e agora descobriu uma vocação na geração de energia elétrica
usando a força dos ventos (eólica); no Norte, a Zona Franca de Manaus tem
importante participação no setor secundário.
Setor Terciário, é
composto por venda de produtos e prestação de serviços, são essenciais para a
produção da riqueza nacional. São fundamentais para diversificação e a
dinamização da economia. Reúne todas as atividades formais e informais
associadas ao comércio e à prestação de serviços. É responsável por cerca de 60%
do PIB do Brasil e pela geração de 75% de empregos.
Telecomunicações, serviços
públicos, comunicação, tecnologia (incluindo a de informações), comércio de
bens, turismo, hotelaria, restaurantes, transportes, serviços de saúde e
educação, financeiros, segurança e defesa, serviços domésticos, são algumas
atividades que representam esse setor terciário.
Importação e Exportação.
As incontáveis riquezas naturais nesse país de dimensões continentais possibilitam
a geração de empregos, renda e desenvolvimento, usufruído pelos nativos
nacionais, e também exportado para outras nações.
O Brasil é o 25º maior exportador
mundial de mercadorias, (OMC, 2021). Os commodities de maior peso na pauta de
exportação (1) soja, (2) óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos,
(3) minérios de ferros e seus concentrados, (4) óleos combustíveis de petróleo
ou de minerais betuminosos, (5) carne bovina fresca, refrigerada ou congelada,
(6) celulose, (7) Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas,
refrigeradas ou congeladas (8) farelos de soja e outros alimentos para animais
(excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais, (9) produtos
para a Industria de transformação, (10) açúcares e melaços.
O Brasil é o 29º maior importador
do mundo, (OMC, 2021). Em sua pauta, seus principais produtos: (1) adubos e
fertilizantes, (2) óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos,
(3) produtos da indústria de transformação, (4) medicamentos e produtos
farmacêuticos, (5) válvulas e tubos termiônicos, (6) equipamentos de
telecomunicações, (7) partes e acessórios de automóveis, (8) compostos
orga-inorgânicos, (9) gás natural liquefeito, (10) motores e máquinas não
elétricos.
Em 2021, o saldo positivo da
Balança Comercial do Brasil foi de US$ 57.059.800.
Composição do PIB (em bilhões
de reais) dos estados brasileiros, sua ordem de posição e percentual de participação
por estado nacional, para os anos levantados.
Estado |
PIB (1970) |
PIB (2012) |
PIB 2018 |
PIB 2020 |
Participação
2020 |
São Paulo |
309 (1) |
1.349 (1) |
2.211 (1) |
2.378 (1) |
31,25 % |
Rio de
Janeiro |
139 (2) |
462 (2) |
759 (2) |
754 (2) |
9,90 % |
Minas Gerais |
63 (3) |
386 (3) |
615 (3) |
683 (3) |
8,98 % |
Rio Grande do
Sul |
57 (4) |
263 (4) |
457 (4) |
471 (5) |
6,19 % |
Paraná |
33 (5) |
239 (5) |
440 (5) |
488 (4) |
6,41 % |
Santa
Catarina |
23 (7) |
169 (6) |
298 (6) |
349 (6) |
4,59 % |
Distrito
Federal |
24 (6) |
164 (7) |
255 (8) |
265 (8) |
3,48 % |
Bahia |
16 (9) |
159 (8) |
286 (7) |
305 (7) |
4,00 % |
Goiás |
14 (10) |
111 (9) |
196 (9) |
224 (9) |
2,94 % |
Pernambuco |
17 (8) |
104 (10) |
186 (10) |
193 (11) |
2,54 % |
Espírito
Santo |
9,4 (12) |
97 (11) |
137 (14) |
138 (14) |
1,81 % |
Pará |
8,8 (13) |
88 (12) |
161 (11) |
215 (10) |
2,83 % |
Ceará |
9,9 (11) |
87 (13) |
156 (12) |
167 (13) |
2,19 % |
Mato Grosso |
7,1 (15) |
71 (14) |
137 (13) |
178 (12) |
2,34 % |
Amazonas |
2,4 (20) |
64 (15) |
100 (16) |
116 (16) |
1,52 % |
Maranhão |
7,7 (14) |
52 (16) |
98 (17) |
107 (17) |
1,41 % |
Mato Grosso
do Sul |
* |
49 (17) |
107 (15) |
123 (15) |
1,62 % |
Rio Grande do
Norte) |
2,6 (19) |
36 (18) |
67 (18) |
72 (18) |
0,95 % |
Paraíba |
5,7 (16) |
35 (19) |
64 (19) |
70 (19) |
0,92 % |
Alagoas |
4,3 (17) |
28 (20) |
54 (20) |
63 (20) |
0,83 % |
Rondônia |
0,7 (24) |
27 (21) |
45 (22) |
52 (22) |
0,68 % |
Sergipe |
2,1 (21) |
26 (22) |
42 (23) |
45 (23) |
0,59 % |
Piauí |
3,4 (18) |
24 (23) |
50 (21) |
56 (21) |
0,74 % |
Tocantins |
* |
18 (24) |
36 (24) |
44 (24) |
0,58 % |
Amapá |
0,9 (23) |
8,9 (25) |
17 (25) |
18 (25) |
0,24 % |
Acre |
1,3 (22) |
8,7 (26) |
15 (26) |
16 (26) |
0,21 % |
Roraima |
0,3 (25) |
6,9 (27) |
13 (27) |
16 (27) |
0,21 % |
Brasil |
|
2,223 |
7.004 |
7.610 |
|
Fonte IBGE,
Contas Regionais do Brasil *não tinha status de Estado ou Território Federal
Lista de regiões do Brasil por PIB, 2020 - Total R$ 7.609.597.000
Região |
PIB |
Participação percentual |
Região
Sudeste |
3.952.695.000 |
51.9 % |
Região Sul |
1.308.148.000 |
17,2% |
Região
Nordeste |
1.079.331.000 |
14,2% |
Região
Centro-Oeste |
791.251.000 |
10,4% |
Região Norte |
478.173.000 |
6,3% |
Fonte
IBGE, Contas Regionais do Brasil
A média do PIB per capita do Brasil em 2020 foi de R$35.935,69,
de acordo com o IBGE. Nos últimos 80 anos houve significativa evolução,
conforme o apurado abaixo:
|
PIB per
capita por região 1939 |
PIB per
capita por região 2019 |
Sudeste |
R$ 4.044 (1) |
R$ 44.330 (2) |
Sul |
R$ 2.587 (2) |
R$ 42.437 (3) |
Brasil |
R$ 2.059 (3) |
R$ 35.161 (4) |
Centro-Oeste |
R$ 2.025 (4) |
R$ 44.876 (1) |
Norte |
R$ 1.678 (5) |
R$ 22.811 (5) |
Nordeste |
R$ 1.092 (6) |
R$ 18.359 (6) |
Fonte
IBGE, Contas Regionais do Brasil
Ilustrativo – composição
aleatória de alguns PIBs (ref. 2021), seg. metodologia IBGE –
Composição do
PIB do Brasil, 2022 – Serviços 68%; Indústria 24%; Agropecuária 8% Composição do
PIB de São Paulo – Serviços 47,2%; Indústria 46,3%; Agropecuária 6.5% Composição do
PIB do Rio de Janeiro – Serviços 86,3%; Indústria 13,1%; Agropecuária 0,6% Composição do
PIB de Mato Grosso – Serviços 55,5%; Agropecuária 28,1%; Indústria 16,4% Composição do
PIB do Amazonas – Serviços 64,7%; Indústria 30,9%; Agropecuária 4,4% Composição do
PIB de Rondônia – Serviços 65%; Agropecuária 20,4%; e Indústria 14,6% Composição do
PIB do Acre – Serviços 68,1%; Agropecuária 17,2%; e Indústria 14,7% Composição do
PIB de Roraima – Serviços 87,5%; Indústria 8,7%, e Agropecuária 3,8% |
Considerando-se os desempenhos da
economia brasileira e do agronegócio, a participação do setor no total (do PIB
nacional) alcançou 24,8% em 2022, abaixo dos 26,6% registrados em 2021, Cepea
Obs: metodologia IBGE (1),
considera para cálculo apenas a dimensão da produção do agronegócio “dentro da
porteira”.
Metodologia Cepea (2), agrega valores
da atividade agroindustrial e atividade de agrosserviços empregados nos
agronegócios aos cálculos da produção agropecuária (matéria prima agrícola).
(1) Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
(2) Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada
Concluindo,
A região Sudeste é sem sombra de
dúvida a mais desenvolvida do Brasil, formada pelo Espírito Santo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, com participação superior a 50% da produção
de todos os bens e serviços produzidos no país. O Estado de São Paulo ocupa a
21ª posição no ranking das maiores economias do planeta.
Mas, merece observação o
vertiginoso crescimento do PIB per capita da região Centro-Oeste, que hoje
ocupa o honroso primeiro lugar, muito em razão da lavoura de soja. Cabe
salientar, se na data de hoje Mato Grosso fosse um país seria o terceiro maior
produtor de grãos (atrás apenas do Brasil e EUA).
Após um sumário diagnóstico do
tema, brasileiro patriota, amante da nossa terra, admirador de nossa gente,
como posso contribuir? Talvez melhorando esse texto e enviando aos tomadores de
decisão – governantes e parlamentares (executivo e legislativo) que tiver
acesso. Que tal exercitar essa vertente de participação?
Por Edson Silva, 23 de março de
2023
Fonte de consulta
https://primeirapagina.com.br/economia/video-mostra-evolucao-do-pib-por-estado-em-80-anos/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_unidades_federativas_do_Brasil_por_PIB_(1970)
https://www.fazcomex.com.br/importacao/principais-produtos-importados-brasil/
https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/exportacao-e-comercio-exterior/
https://cepea.esalq.usp.br/upload/kceditor/files/agro%20conceito%20e%20evolu%C3%A7%C3%A3o_jan22_.pdf